Angie

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- Levanta Kimberly, vovô quer falar com você! - Enzo disse e eu quis soca-lo. 

- Eu já vou! - disse e o idiota puxou minha coberta. - LORENZO EU VOU QUEBRAR SUA CARA! - berrei.

- Me respeita, eu sou seu irmão mais velho! - Enzo disse e eu me sentei sobre a cama. - Agora se veste e desce, a coisa ta feia pro seu lado! - mostrei o dedo para ele que saiu rindo.

Fui até o banheiro, escovei meus dentes, lavei meu rosto, prendi meu cabelo em um coque, vesti um short jeans e uma camiseta vermelha, é masculina, mas eu gosto.

Peguei meu celular e desci até a sala, meu avô estava sentado na mesa, seus olhos pesaram sobre mim e eu bufei. Me sentei na outra ponta da mesa e encarei o mesmo.

- Quer falar comigo? - ele assentiu largando sua xícara.

- Quero saber o que faz todas as noites, têm uma semana que você praticamente não dorme em casa, Angie, você só têm dezoito anos! - meu avô disse e eu respirei fundo.

- Me desculpe, tenho ficado muito na Claire!

- Enfim, você precisa ir atrás de emprego, agora já tem idade suficiente para isso!

- E por que você não vai também? O senhor não está velho de mais para isso! - disse e ele me encarou sério.

- Olha o jeito que fala comigo, mais respeito porque eu sou seu avô! - ele disse se levantando e batendo suas mãos sobre a mesa.

- Cala a boca, você nunca foi um bom avô, seja lá quem for meu pai, ele é um louco por ter nos deixado em suas mãos! - gritei também me levantando.

- Você é uma folgada mesmo, eu sempre te sustentei e é assim que me retribui? Seu pai deve ter te deixado por ter previsto que seria uma vadia assim! - ele gritou já do meu lado, cuspi em seu rosto e como retribuição recebi um belo tapa na cara. Senti minha bochecha formigar, levantei  o olhar encarando meu avô e meu irmão no canto da sala. - Você não presta pra nada, nada!

- Eu vou fazer você engolir cada palavra que me disse, você vai morrer engasgado com seu próprio veneno! - gritei para ele e subi para o meu quarto.

Entrei no banheiro, tomei banho, sequei meu cabelo, vesti um jeans destroyed, uma blusa rosa, calcei um adidas, passei base para cobrir o vermelhão que havia ficado em minha bochecha, fiz um delineado e passei um gloss incolor.

Peguei minha mochila, coloquei meu notebook, carregadores, fone, dinheiro que vim ganhando durante essa semana e um casaco moletom, coloquei a mochila sobre o ombro e desci até a sala, meu irmão estava ali.

- Kim, aonde vai? - Enzo perguntou e eu o olhei.

- Estou apenas me livrando desse velho idiota que considerei minha vida inteira como meu avô! - abri a porta. - quando finalmente perceber que ele é um interesseiro, me liga! - bati a porta.

Fui até a esquina, ali já é praticamente uma avenida, acenei para um táxi e entrei no mesmo assim que ele parou, dei o endereço e o motorista começou a seguir o caminho.

Muitos dos homens ali gritavam, jogavam notas e mais notas de dinheiro, os olhares maliciosos e intencionais eram notáveis e, suas intenções muito fáceis de imaginar.

A luz neon do poste em que eu dançava ilumina muito meu corpo, essa é a intenção já que praticamente todo o local está escuro.

Os elogios deles são como: gostosa, delícia e o famoso "ah se eu pego". Durante essa semana me acostumei e, percebi que a luxúria faz nossos olhos brilharem, ter muito dinheiro e poder em nossas mãos nos transforma.

A N G I E | JB |Onde histórias criam vida. Descubra agora