Capítulo 2.

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Liam acordou com a claridade da janela batendo em seus olhos, o cegando. Praguejou mentalmente por ter esquecido de fechar a cortina no dia anterior. Coçou os olhos e soltou um bocejo alto, se espreguiçando ao mesmo tempo. Olhou no relógio e ele marcava 06h05min da manhã. Ainda tinha que se arrumar para ir para a escola. Lentamente, ele se levantou da cama e caminhou descalço em direção ao banheiro, gostava de sentir o assoalho de madeira frio abaixo de seus pés.

Tateando a parede cegamente, ele encontra o interruptor e acende a luz, fecha a porta atrás de si e para em frente ao espelho, se analisando. Seus olhos estavam vermelhos de tanto ter chorado e bolsas roxas haviam embaixo dos mesmos, mostrando sua noite mal dormida, cheia de pesadelos e memórias que ele não conseguia esquecer. Calmamente, Liam pegou a escova de dentes e colocou creme dental sobre ela, começando os movimentos de escovação. Em seguida, após terminar, começou a se despir.

Completamente nu em frente ao espelho, Liam viu as marcas roxas em seu corpo, tão pálido como um papel, até parecia que nunca tinha tomado sol na vida. Seus dedos contornaram uma mancha que estava em sua costela e assim que a tocou, soltou um muxoxo de dor. Seu olhar foi para o rosto. Liam não se achava bonito, pelo contrário, se achava a pessoa mais feia do mundo.

Pobre Payne, não sabia como estava errado.

Decidido que estava perdendo tempo demais se olhando no espelho, resolveu tomar seu banho.

Depois de uma hora em baixo do chuveiro – que basicamente consistiu em 50 minutos parado deixando a água cair em seu corpo sem fazer absolutamente nada e 10 minutos se ensaboando e se enxaguando –, saiu de dentro do boxe e se enrolou em uma toalha branca, nem felpuda e nem áspera antes de caminhar em direção ao closet.

Escolheu uma calça de moletom preta, uma camiseta de manga comprida e um blusão verde escuro escrito FREE em letras garrafais. O dia estava frio e Payne só queria se manter quentinho e confortável, não dava a mínima se o visual não combinava ou se estava muito desleixado. Calçou seus velhos vans pretos e borrifou um pouco de perfume. Liam penteou os cabelos até deixá-los assentados e antes de sair do quarto, pegou a mochila e seguiu para a sala de jantar.

No curto caminho até a sala, ele ficou pensando no porquê do nome sala de jantar, sendo que se tomava café da manhã e almoçava lá. Essa era uma questão boa que poderia pesquisar na internet mais tarde e entrar para sua coleção de Fatos Curiosos.

— Bom dia. — Liam cumprimenta assim que adentra a sala e encontra seus pais à mesa.

— Bom dia querido, dormiu bem? — Karen perguntou com um sorriso gentil no rosto.

— Sim. — Ele mentiu enquanto se sentava.

O olhar de Liam varreu para os vários alimentos que tinham ali, desde pães de queijo até deliciosos croissants. Toda manhã, sua mãe saía para ir à padaria a uma quadra de sua casa comprar os mais deliciosos doces e salgados. O salário de seus pais não era muito, mas o suficiente para comprar mimos para a família. Geoff não abria mão de alguns costumes que ganhou quando era da realeza.

— Filho, sua mãe e eu temos um assunto para tratar com você. — Geoff diz, pigarreando e limpando a boca com um guardanapo, mas sempre fazendo tais atos com muita graciosidade.

Liam sempre se perguntou como seu pai podia mostrar tanta etiqueta, não importando a ocasião.

— E o que seria? — O mais novo dos Payne franziu o cenho.

Secret Love Story • Ziam MayneWhere stories live. Discover now