Capítulo 4.

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Depois de tomar banho em uma banheira, Liam encontrou sua mala na cama e vestiu uma roupa confortável. Como estava quente, colocou uma bermuda e uma camiseta branca, além de calçar um par de sandálias.

Payne estava entediado no quarto, não tinha nada para fazer. Não podia ligar para os pais e amigos, pois os mesmos estavam ocupados, como trabalho e escola, já que o fuso horário da Inglaterra para a Bélgica era de minutos. Não queria assistir televisão, nada de bom deveria estar passando e ele não estava a fim de ler um livro. Resolveu sair e explorar o castelo, assim como nos filmes.

O castelo dos Malik era gigantesco, com vários corredores e portas. Se uma pessoa não tomasse cuidado, certamente, se perderia ali. Mas, assim como várias portas visíveis, também tinha as não visíveis, passagens secretas.

Liam andava pelos corredores, tomando o cuidado para se lembrar dos detalhes e não se perder, mas, por mais que tentasse, ele acabou se perdendo.

Estava em um corredor extenso. As paredes eram vermelhas e quadros davam uma sensação de riqueza e poder a mais para aquele lugar. Andando para frente, viu uma porta e por alguma razão, lhe chamou atenção. A porta não era diferente das outras, mas sim solitária. As mãos de Payne tocaram a maçaneta e surpreendentemente, percebeu ser prateada. Estranhou, pois todas as outras eram douradas, por que essa seria diferente?

Com a curiosidade falando mais alto, Liam abriu a porta, que rangeu alto. Olhou em volta, observando se tinha atraído a atenção de alguém com o barulho, mas nenhuma alma viva estava ali além dele. Olhou para mais além do cômodo e se deparou com uma escada em espiral antiga. Liam fechou a porta e começou a subi-la. No pé da escada, a luz era quase nula, o que dava uma sensação sombria, porém, conforme chegava no topo, ficava cada vez mais claro.

Se surpreendeu quando viu uma porta de madeira diferente das outras. Ela era cinza e sua maçaneta preta. Também não chegava até o chão e não alcançava o teto, permitindo um espaço para a luz do outro lado invadir e iluminar a ponta da escada. Assim que abriu a porta, Liam ficou abismado.

À sua frente estava um terraço, não um terraço normal, era uma espécie de jardim com bancos, cozinha ao ar livre, área para lazer e uma piscina. Tudo ali era feito de pedra ou madeira. O lugar era muito bonito, tinha a mesma sensação de leveza e pureza que o quarto branco. Aspirando profundamente o ar, o perfume das flores invadiu as narinas de Payne. O terraço até parecia uma espécie de santuário de tão perfeito.

Caminhando pelo lugar, Liam não pôde deixar de se sentir relaxado. Um lugar como aquele transmitia uma grande paz de espírito e parecia que todas as dores podiam ser curadas. Mas, mais do que ninguém, Liam sabia que isso era mentira... suas dores nunca poderiam ser curadas.

Se aproximando da beirada, ele se apoiou na grade e observou o horizonte. Uma rajada de vento soprou, fazendo seus cabelos balançarem. Fechando os olhos, apreciou a corrente de ar, o dourado do pôr do sol iluminava perfeitamente seu rosto. Se outra pessoa visse sua imagem, pensariam que era um anjo de tão perfeito que estava.

Era incrível como Liam não conseguia enxergar sua beleza. Certamente, com roupas mais adequadas para seu físico e que valorizassem sua aparência, ninguém pensaria em chamá-lo de feio. Não conseguiriam nem visualizar o significado dessa palavra.

Quando tornou a abrir os olhos, Payne começou a recitar um poema que sua avó materna sempre costumava dizer.

O sol brilha todo o dia,

Secret Love Story • Ziam MayneOpowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz