Capítulo 45

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- Você sabe Chris, nossa irmã vai voltar para onde sempre pensamos que estava.

O celular no carro de Christopher estava no viva-voz, quando Alexandra ouviu a confissão do filho gritou assustada chorando ainda mais.

A adrenalina estava a mil nos dois carros, os sentindos pareciam estar a flor da pele, qualquer mínima distração poderiam perder o controle. E o nervosismo e medo eram uma grande distração, mas Christopher não poderia vacilar ou então os perderia de vista.

- Não faz isso Carlos, pensa no que está fazendo. Vamos negociar. E a Dulce? Porque está mantendo ela no carro, não é sua ajudante?

Apesar de todo o acontecimento, Christopher ainda zelava por Dulce, e não deixaria que nada de ruim lhe acontecesse. Estava tremendo de medo, e se Carlos quisesse matar a Dulce também?

- Ajudante? Está maluco? Sua namoradinha nunca me ajudaria, é tão boazinha quanto você.

A confissão abalou Christopher e por um segundo deixou de acelerar. Havia acusado Dulce injustamente, tinha dito palavras horríveis a ela, terminado o relacionamento por causa de uma mentira.

Olhou para Alexandra que chora compulsivamente sem se dar conta do rumo da conversa dos filhos. Tinha acabado de ganhar esperança, de resolver a história sobre sua filha morta e agora o próprio filho iria mata-lá.

Estava se dando conta do mal que fez aos próprios filhos, da competição maluca e injusta que criou entre eles. Ela e Victor também eram culpados pelo desequilíbrio emocional de Carlos, por sua sede de poder.

Se tivessem evitado a competição, evitado a briga entre os irmãos, as palavras de incentivo para um competir contra o outro, poderiam estar em casa conhecendo a nova integrante da família em meio a uma grande festa.

- Solta elas Carlos, por favor, solta elas! - Christopher implorou pelo telefone, trazendo Alexandra ao presente.

- Elas estão bem irmão, quer ouvir.

Carlos ligou o viva-voz e indicou o celular para as garotas enquanto continuava acelerando o carro. Estava saindo da cidade, cada vez mais longe do centro urbano.

- Fala com o nosso irmão Annie.

- Chris... - a voz de Anahí quase não saía por seus soluços e fortes lágrimas. - Eu queria muito ter conhecido vocês...

- Não fala como se você fosse morrer Annie. Carlos pare com isso, olha o caminho que você está tomando quer ser um assassino? Você não é capaz disso, você é bom, o papai tinha tanto orgulho de você... Para o carro! - Christopher pediu desesperado.

- Liga para a polícia Christopher! - Dulce gritou ao telefone quando Carlos desligou a chamada.

Naquele momento até mesmo Christopher chorava, sua vista estava embaçada e quando desacelerou perdeu o carro do irmão de vista. A história não poderia terminar assim, justo agora que tudo estava se encaixando, que ele poderia pedir o perdão a Dulce e a conhecer melhor sua irmão. Quando seu pai estava quase para sair do hospital, e ele encontrar um emprego novo.

Quando as coisas poderia voltar para o eixo de novo, Carlos a transformará em um pesadelo. E tudo por uma simples presidência, o simples poder de dar a última palavra, de ser o supremo. De que valeria tudo aqui se Carlos ficaria infeliz? Do que vale o poder e o dinheiro se não existe amor?

Seu irmão estava com sérios problemas psicológicos e tudo culpa da grande pressão que sentia para tentar ser o melhor, tentar ganhar a confiança da empresa e para o final terminar assim, sozinho e maluco para não perder o que conquistou de maneira ilícita.

Christopher bem que tentou alcançar o carro novamente, mas não sabia para onde o irmão tinha virado.

- E agora? - Bateu no volante exasperado.

- Liga para a polícia. Ai meu Deus, nunca imaginei na minha vida ligar para a polícia por conta de um filho.

Estavam nervosos e descontrolados, apreensivos pelas notícias que poderia se seguir em breve. Christopher ligou para a polícia e deu a localização de onde estava.

Explicou resumidamente a história e avisaram que em breve uma viatura chegaria ao local. Mas o que fazer até que a viatura chegue? Como suportar a angústia por o que Carlos pode fazer?

Tentou entrar em contato com o irmão de novo, mas o celular dava desligado assim como os de Anahí e Dulce. Para onde poderia ter ido? O lugar onde estava dava para uma rodovia interestadual e alguns morros.

Precisavam chegar ao local que ele antes dele. Christopher continuou dando voltas pela redondeza a fim de descobrir onde o irmão poderia levar as garotas, mas nenhum lugar para seria algo que Carlos escolheria.

- E se ele as matar Ucker? Eu nem pedi perdão a nenhuma delas. - o remorso estava estampado no rosto de Alexandra.

A culpa e o arrependimento viveriam para sempre com ela. Já quase não tinha mais lágrimas para chorar, estava vermelha e soluçava alto. De que valia todo o dinheiro que tinha se não curavam a dor imensa que sentia no coração e nem a situação de sua filha e nora.

Christopher temeu que a mãe pudesse passar mal e decidiu ir até a delegacia. Lá informou tudo o que aconteceu, e o delegado garantiu que havia viaturas a caminho e talvez devessem chamar também uma clínica psiquiátrica.

- Ele não é louco. - Christopher o defendeu. - Mas está fora de si, se a polícia o deter antes de fazer qualquer besteira, ele ira perceber o que está fazendo.

- Não. - Alexandra interferiu. - Ele está louco sim filho, podem levar uma ambulância da clínica, eu não tenho forças para ligar a um lugar assim... Ele está maluco, obsecado por uma coisa que o forçando a gostar. A culpa é toda minha.

- Liguem para a ambulância. - Autorizou o delegado a um dos guardas.

- Não é culpa sua mãe, não fale assim.

- É claro que é nossa culpa, se não tivéssemos incentivado vocês a competirem pela presidência nada disso teria acontecido. Ah quando seu pai souber, por Deus Christopher o que vai ser da saúde do seu pai se sentir o que eu estou sentindo.

Christopher não disse nada apenas abraçou a mãe e rezou para o pesadelo acabar. Ele no fundo concordava com ela, se não houvesse uma competição e o medo de um sair fracassado poderiam estar todos bem.

Mas Carlos também provocou aquilo a si, ficou cego pelo que a vitória poderia proporcionar. Seu desejo por ser o melhor era tão alto que perdeu o controle e todos estavam pagando as conseqüências.

A quilômetros dali o Pálio vermelho parou depois de rodar na pista sem asfalto, jogando todos que estavam no carro para a frente. Pareciam ter se acostumado com o medo durante o caminho, mas assim que o carro parou no meio do nada o coração de Anahí voltou a bater acelerado e suas mãos a tremerem sem parar.

- Desçam do carro. - Carlos ordenou e logo saiu também.

Obedeceram e logo saíram, estavam em um fundo de vale, havia lixo espelhado por ali e nada de pessoas a vista.

Dulce também estava com medo, e não por ela, mas por Anahí. Não suportaria ver alguém fazer mal a sua amiga, e não sabia como deter Carlos. Chorava baixinho implorando a Deus que tivessem piedade delas e que alguém viesse as salva-las.

- Chegou a hora Annizinha. - Sorriu sarcástico e tirou detrás das costas entre as calças um revólver.

As meninas se entreolham assustadas, parecia que havia mesmo chegado o fim da linha para elas.

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Ai meu Deusssss 😰😰 e agora gente?  Comentem pq eu quero continuar agora e esse é um dos últimos capítulos, acho que mais uns dois e tchau tchau 😢😢.
E obrigadaaaa chegamos a 3K de leituras uhuuuuuu ❤❤❤

Doce Paixão.Where stories live. Discover now