Capítulo 32

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Dês da tarde anterior e de todos os pesadelos que ela trouxe sentia-se nas nuvens ao saber que tinha ao seu lado o homem que amava estava com ela de novo.

E dessa vez Christopher parecia ter falado sério, ela não via a testa enrugada de preocupação ou o medo que alguém descobrisse os dois. Parecia querer assumir esse romance tanto quanto ela, e isso a transbordava de alegria.
Não que Christopher não pensasse mais na presidência, é claro que ele ainda a desejava como nunca, mas havia se arriscado com Dulce e desde que viu um homem tentando agarrá-la percebeu que não poderia manter aquela mulher longe. Não suportaria ver sua menina com outro, principalmente se fosse à força.

Iria conciliar os dois, amor e poder, daria um jeito de conseguir obter os dois, inventaria um jeito.

E então veio a sua mente a conversa que tivera mais cedo com seu pai e irmão. Não conseguia esquecer o que havia acontecido poucos antes de encontrar Dul na tarde anterior. Carlos não poderia ter feito algo assim, mas porque havia mentido? Era mentira, Christopher se certificará nada tinha acontecido na fábrica. Seu irmão mentiu por algum motivo e ele temia que fosse o pior.

Teria coragem de machucar uma pessoa por um simples cargo? Era isso que Christopher precisava descobrir. Até que ponto seu irmão estava disposto a ir pela presidência.

Chegaram ao destino final pouco antes das quatro da manhã, Christopher junto com Rafaela a diretora do marketing agilizaram o processo no hotel em que ficariam. Não era um lugar muito chique, mas parecia ser confortável. Todos foram encaminhados aos seus quartos. Dava um total de cinco pessoas, então Christopher achou melhor cada um ocupar um quarto.

Quando estavam andando pelo largo corredor do primeiro andar do prédio Christopher puxou Dulce para a direção de seu quarto.

- Não vai se livrar de mim fácil mocinha.

- Eu preciso dormir, pelo menos mais um pouco antes de saímos. – tentou se desvencilhar, mas foi impossível.

- Escuta tem vários lugares legais para irmos aqui em São Paulo, amanhã a noite estaremos livres. – sugeriu com um sorriso lindo no rosto, e para ver aquele sorriso de novo Dulce aceitaria qualquer coisa.

- O pessoal vai querer fazer alguma coisa – inventou um pretexto.

- Sim e depois podemos fugir deles. Vai Dul, será legal, só nós dois como namorados.

Namorados, mais uma vez a palavra que a fazia sorrir como boba apareceu na boca dele. Eram namorados, poderiam sair e se exibir como um casal apaixonado sem medo.

- Somos mesmo namorados?

- É claro que somos, e eu vou te provar. Quando voltarmos para casa irei te levar para conhecer meus pais e você vai ver como eu falo sério.

O coração de Dulce pulou mais forte, conhecer os pais de Christopher era um passo que ela achou que nunca daria. Nunca pensou como seria e o nervosismo invadiu seu corpo. Eles iriam gostar dela? Todos sabiam o quanto os pais dele o incentivavam aos negócios, mas seriam assim também no amor? Essa dúvida lhe fez estremecer levemente e Christopher percebeu.

- Relaxa, eles vão gostar de você.

A puxou para perto e depositou um beijo no topo de sua cabeça.

- Só isso? – lhe sorriu e o beijou com vontade.


***

No dia seguinte, a casa de Christopher estava inquieta, ou era só Victor que se sentia assim. Depois que pegou a pulseira de Anahí ficou em dúvida sobre o que poderia fazer.

Primeiro pensou em Alexandra, se poderia contar para ela ou não. Sua mulher poderia entender e aceitar a suposição, mas ao mesmo tempo também pensou que poderia ser só uma coincidência e poderia fazer sua mulher sofrer. Então pensou em Anahí, se explicasse tudo para ela talvez pudesse entender e o ajudaria, a saber, se era mesmo sua filha.

A história batia perfeitamente, sua mãe poderia ser muito bem a mulher que a roubou no hospital. De acordo com informações do detetive a mulher que havia trabalhado no hospital em que Ana nasceu tinha o mesmo nome verdadeiro da mãe de Anahí. Eram muitas coincidências, não poderia ser em vão.

Olhava a pulseira atento, a confusão pairava em sua mente, indecisão era o que reinava naquela sala. Qual decisão deveria tomar? Olhou pela porta do escritório e pode ver sua mulher conversando com Carlos, não parecia ser uma boa ideia conversar sobre isso com Alexandra e foi então que decidiu, abriria o jogo com Anahí.

Poderiam criar falsas expectativas e se decepcionarem muito, mas ao menos estariam correndo atrás da verdade e essa pulga atrás da orelha sairia. Foi ao encontro de Anahí em sua casa, era uma moça jovem e madura iria entender perfeitamente tudo que ele iria dizer. Precisava arriscar para entender toda essa historia, e no fundo torcia para que tudo fosse verdade.

- Senhor Victor, aconteceu alguma coisa? Como o senhor sabia meu endereço? – perguntou surpresa ao abrir a porta para ele.

- Dei uma olhada em alguns dados na empresa e achei seu endereço. – explicou – precisamos conversar Annie. – a olhou fechar a porta.

Anahí achou a visita estranha era sábado, não havia expediente na empresa e então uma coisa terrível lhe passou pela cabeça, havia acontecido alguma coisa na viagem.

- Aconteceu alguma coisa com a Dulce? – indagou aflita.

- Com a Dulce? Não, claro que não, estão todos bem na viagem, Christopher ligou para avisar. O assunto é outro.

- Que assunto o senhor pode ter para falar comigo fora da empresa? – sentou-se perto dele no sofá.

-Um assunto delicado que nem sei por onde começar.     

Doce Paixão.Onde histórias criam vida. Descubra agora