Capítulo 25

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E pior era lidar com a dor. Dulce nunca foi muito experiente em relacionamentos, não tivera muitos e nunca havia se envolvido de uma forma tão intensa, apesar do pouco tempo. O jeito seria conviver com os pedaços de seu coração e seguir de cabeça erguida. Em algum momento iria desencantar.

Christopher também não estava lidando bem com a situação. Sabia que Dulce leria esse jornal e faria mil suposições horríveis a seu respeito. Tudo estava saindo de seu controle e estava perdendo o foco. Não se sentia feliz em realizar algo na empresa, ainda mais que isso lhe implicava sobre sua separação.

Queria se explicar para Dulce e pensou ser uma boa ideia falar com ela na empresa. Ficou o tempo todo de olho para encontra - lá na salinha de café. Precisa contar tudo e que não havia nada entre ele e Serena.

Assim que Dulce entrou na sala do café Christopher apareceu atrás dele e fechou a porta.


- O que ta fazendo aqui? – indagou assustada.


Foi à primeira vez em dias que ele a olhava de frente. Dulce estava o evitando como nunca fez, apesar dos dois quase nunca se encontrarem na empresa, as aparições dela perto da sala do café ou do andar da presidência quase não existiam mais.


Não estava com uma aparência boa, seus olhos estavam levemente inchados e havia olheiras em baixo deles. Parecia abatida e Christopher sabia de quem era a culpa. Fora dele, totalmente dele. E agora tão perto dela se questionava, valeria mesmo a pena faze - lá sofrer?


- Preciso te explicar uma coisa... – tomou fôlego antes de continuar. – Sei que viu a matéria no jornal. Não é verdade Dulce! – se aproximou, mas o afastou com um gesto.


- Não é verdade? De novo? Tem certeza disso? Parecia bem real. – se esforçou para enfrentá-lo.


- Não é real Dul, sabes que eu gosto de você.


- Não sei de nada Christopher. Tudo o que eu sabia parece não existir mais. – respondeu tristonha.


Voltou a mexer no café. Estava odiando aquela conversa, por ela não o encontraria tão cedo. Estava bem chateada e também com saudades e vê-lo não ajudava muito.


- Não fala assim Dul... Eu ainda gosto de você e muito. Só fiz isso para manter o foco na empresa.


- E dai decidiu sair com a sua prima? Christopher eu não sou burra, acha que não sei o quanto ser visto com ela é bom para você? Com ela você consegue a presidência comigo uma carta de demissão.


- Não é bem assim Dul. É só por um tempo, eu prometo que não vai demorar.


- Não sei se estou disposta a esperar – disparou.


Antes que Christopher pudesse dizer mais alguma ela começou a caminhar para a saída, iria abrir a porta e ir embora. Aquela discussão não daria em nada, mesmo que ele dissesse que seria por pouco tempo Dulce sabia que não. A competição ia muito além da presidência e quem não ganhasse ficaria ferido.

Temia pelo que poderia acontecer com quem perdesse. O que fariam se o único sonho pelo qual tanto lutaram tinha se perdido? Pegou-se pensando em Christopher se ele perdesse iria sofrer e ela jamais queria vê-lo assim, apesar de seus olhos já mostrarem sofrimento. O amava tanto que seria capaz de abrir mão dele só para não vê-lo sofrer.

Mas ele não parecia pensar da mesma maneira, não queria que Dulce abrisse mão, apenas o esperasse por algum tempo. Ela dominava seus pensamentos durante todo o dia, e apesar de querer pensar somente no trabalho, se via sentindo saudades de poder vê-la ao fim do expediente, de por abraça - lá, tocá-la, estar com ela.

E tinha que mostrar isso. Precisava mostra a Dulce que não havia a esquecido e que ela sim era a pessoa por quem ele estava apaixonado e com quem queria ter um romance.

Antes que ela abrisse a porta, ele a empurrou contra a parede e tocou os lábios no dela. O beijo começou devagar, estava pedindo permissão e ela concedeu. Dulce se abriu para recebê-lo, aquele beijo era a prova de que ainda havia esperança. E era isso que Christopher queria passar para ela, esperança para o que sentia. Ainda havia muito ali e não seria uma presidência ou uma foto no jornal que estragaria tudo. Ele ainda a queria como jamais quis alguém.

***

A relação entre Dulce e Christopher permaneceu a mesma, os dois continuaram afastados, mas agora os sentimentos estavam mais claros, não era falta de amor ou incertezas, mas apenas um desejo de Christopher que ainda estava à frente do envolvimento dos dois. Ele seguiu seu foco no trabalho estava preparando uma viagem com alguns funcionários para o final de semana, e por sorte Dulce estava incluída. Iriam passar o final de semana juntos trabalhando.

As coisas com Anahí ainda estavam iguais, Victor havia contratado um detetive para saber mais sobre a mãe da mesma, porém estava difícil encontrar algum rastro da mulher, parecia ter sumido do mapa. E essa busca acabou aproximando Anahí de Victor, os dois passavam muito tempo juntos e Annie lhe contava tudo o que sabia sobre a mãe.

Esse interesse de Victor pela historia de Anahí ia muito além de um simples envolvimento de um amigo querendo ajudar. Ele sentia que havia mais na historia dela, havia alguma coisa que Anahí não sabia, e ele tinha um palpite sobre isso. As respostas que Anahí ainda não havia descoberto poderia se encaixar com as perguntas que Alexandra sempre fazia.

A amizade entre os dois estava causando fofocas na empresa. Não era normal ninguém ficar tanto tempo na sala de Victor a não se os filhos dele, e muitas pessoas começaram a desconfiar que Anahí estivesse tendo um caso com o patrão. Muitos comentavam que ela era uma interesseira e que logo faria um escândalo só para conseguir um pouco do dinheiro dele, enquanto outros diziam que ele é quem estava se dando bem, afinal Anahí era uma moça muito bonita. Mas mal sabia todos que a relação dos dois eram muito respeitosa, mas para uma relação de pai e filho.

E Annie não estava interessada nem um pouco em seu adorável patrão, mas sim em Alfonso. Ao que parece ele e Isa haviam dado um tempo e com essa historia de procurar sua mãe a amizade deles voltou a crescer. Anahí não queria admitir, porém ainda era apaixonada por ele.

Quinta-feira um dia antes da viagem para São Paulo foi o dia escolhido para Carlos colocar seu segundo plano em ação. Este seria bem mais agressivo, queria apostar tudo para conseguir de uma vez a presidência. Sabia que dessa vez Christopher iria se dar mal.

Conseguiu encontrar uma pessoa para fazer isso e lhe alertou que com certeza sairia machucado. A ideia era simples e dessa vez Dulce não sairia machucada, porém Christopher poderia. Disse que poderia se defender, mas não deveria machucar muito seu irmão. Seria um escândalo e dessa vez seu pai ficaria furioso.

Dulce estava na parte de baixo da empresa substituindo mais uma vez Rodrigo, havia uma visita naquele horário seria a ultima da semana, a empresa só era aberta para a visitação de quarta e quinta. Mas parecia que não iria aparecer ninguém, já estavam quinze minutos atrasados, procurou algum numero de telefone para ligar e confirmar se viriam, não encontrou nenhum. Essa visita estava estranha, sempre havia números de telefones e dados sobre quem agendou, porém não havia nada na ficha.

- Oi. – um homem apareceu no balcão de atendimento. 


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Vocês já imaginam o que vai acontecer não é? :/

Doce Paixão.Where stories live. Discover now