Capítulo 11

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Sentou-se na cama decepcionada. Passo quase duas horas se arrumando, sonhando com o que poderia acontecer no jantar e agora havia desmarcado. Ficou pensando que tipo de imprevisto poderia ser esse, talvez tivesse acontecido algo com sua mãe ou em sua casa. Mas era quase impossível não ficar chateada.

Foi ao banheiro tirou toda aquela maquiagem que ficou tempos fazendo. Tirou os sapatos, o vestido e se deitou na cama. Estava abalada, não podia negar. Entendia-o, mas mesmo assim não conseguia não ficar triste.

Pegou seu notebook e ficou passando o tempo, não havia nada de interessante. Estava quase indo dormir, quando uma notícia lhe chamou a atenção. Era um foto com quatro pessoas Carlos, Talita, Christopher e a garota que havia aparecido dias atrás no escritório.

Na legenda diziam que estavam em um evento, havia sido postada há poucas horas. Dulce tentou se manter neutra, mas as lagrimas vieram mais rápido. Era óbvio, ele havia a trocado por uma festa, ou ate por essa garota. Mas também porque não trocar? Tinha muito mais a ver com ele. Dulce e Christopher eram de mundos diferentes e isso estava nítido. Ela chorando em casa, trabalhando por alguns salários mínimos, tendo uma vida pacata enquanto ele rico, importante, o queridinho das colunas sociais. Como poderiam dar certo?

Fechou o notebook, se cobriu e chorou forte. Tinha mesmo que gostar de alguém tão impossível?

***

A festa bem agitada havia muitas pessoas importantes na cidade, as premiações já haviam acontecido. Serena estava cobrindo uma parte da festa para seu blog e aproveitava também para dar em cima de Christopher, um clique dos dois seria o paraíso para ela.

- Eles capricharam nessa festa, não acha? – perguntou a Christopher.

- Foi mesmo. – respondeu sem lhe dar muita atenção.

- Escute Chris, se eu fizer uma cosia com você, promete que não fica chateado?

- Fazer o que Serena, por favor, não comece.

- Um favorzinho Chris, por favor. – fez carinha de suplica, juntando as mãos.

- Ok, mas faz rápido.

- Ta legal. – fez sinal com a mão para alguém.

Assim que viu algumas pessoas chegando perto, agarrou Christopher lhe dando um beijo. Os fotógrafos se aproximaram e logo tiraram varias fotos com certeza estariam em qualquer site de fofocas ainda hoje. Christopher sentiu um ódio imenso, além de se sentir usado sabia muito bem o que ela queria, pensou que ela fosse fazer qualquer coisa, mas nada a ponto de beijá-lo. Afastou-se grosseiramente.

- Você é maluca? Sabe muito bem que não quero nada com você Serena. Achei que já tinha ficado claro, mas pelo visto não. Fique longe de mim!

- Christopher, espera.

Ele sumiu no meio da multidão se sentindo cansado daquela festa e daquelas pessoas. Sabia muito bem dos interesses de sua prima, mas jamais pensou em correspondê-lo, e agora com certeza os jornais iriam estampar uma mentira manipulada por ela. 

Na manha seguinte Dulce acordou bem cedo não queria dar explicações a Maite, então saiu antes que ela acordasse. Como já estava com seu carro decidiu passar na praia antes de ir para o trabalho. Talvez se respirasse um pouco de ar puro se sentisse melhor.

Precisou caprichar na maquiagem, à noite mal dormida e o choro haviam lhe deixado com os olhos inchados e olheiras. Mas olhar aquela vista linda e sentir aquela maresia esta a ajudando.

Não queria encontrar Christopher e muito menos ouvir alguma desculpa esfarrapada dele. Depois que já estava se sentindo melhor, dirigiu até a empresa. Porem assim que chegou levou uma surpresa e tanto. Em cima de uma das mesas da repartição havia um jornal aberto na coluna social e uma das fotos era Christopher beijando outra garota.

"A festa de ontem foi bem aproveitada para Christopher Uckermann e a blogueira Serena Cardoso. Curtiram a festa juntinhos e antes do final ocorreu um beijo de cinema, de acordo com a blogueira os dois estão se conhecendo melhor."

Sentiu tudo ficar embaçado seus olhos estavam cobertos por lagrimas, precisou colocar óculos escuro e ir para o banheiro.

- Amiga. – Anahí a seguiu. – Você viu?

- Porque sou tão burra, Annie? – perguntou entre o choro.

- Não fica assim Dul, ele que não te merecia. – a abraçou. – é ele que esta sendo um burro.

Anahí ficou a consolando até dizer que se sentia melhor. Depois de um tempo o choro cessou e apesar da dor, ela precisava seguir em frente e trabalhar.

Na casa de Christopher como era de se esperar todos acordaram atrasados. Eram quase dez horas quando Christopher apareceu à mesa para tomar café.

- Olha só se não é o namoradinho da Serena. – Carlos disse para provocá-lo.

- Não me lembre daquela garota. Que ódio, ela arruinou tudo, e o pior saiu na merda do jornal!

- Olha os modos Christopher. – sua mãe o repreendeu. – O que tem demais? Eu fazia muito gosto do namoro de vocês.

- Pois eu, não. Ela arruinou tudo mãe. Eu ia sair com outra pessoa, agora já nem vai dar mais, tudo culpa dessa mentirosa!

- Que outra pessoa?

- Uma funcionaria? – Carlos atiçou.

- Não é! Você é louco Carlos, agora encafifou com isso. Se eu saio ou não com alguma funcionaria, o problema é meu!

- Isso depende se for uma funcionária o problema é nosso também. Não esta assediando ninguém não é Christopher? Já pensou no escândalo papai?

- Se você não quer tomar um murro no meio da sua cara, é melhor calar a boca! Sabe que não sou capaz disse, ao contrario de você...

- Ta dizendo que não tenho ética, não sou eu que esta a fim de alguém da empresa.

- Que inferno, Carlos! Vou trabalhar, não da para ficar ao lado de uma pessoa que acusa sem prova, mas é bem a sua cara, falso em todos os sentidos.

Christopher saiu batendo a porta, revoltado. Carlos acabou saindo também. Cada vez ficava mais evidente que os dois não se davam bem e nunca dariam. Alexandra abaixou o olhar chateada, era duto ver os filhos naquela guerra sem fim.

- Acho que eles nunca mais serão amigos. – comentou tristonha.

- É o que parece.

- E tudo culpa dessa maldita presidência. O dia que você escolher Victor, eles vão se matar... Se ao menos tivesse outra pessoa.

- Que outra pessoa, Alê?

- Ana, se ao menos tivéssemos a Ana.

- Ela morreu amor, há 25 anos.

- Ela não morreu. Foi roubada. Roubada de mim.

A filha mais nova da família Uckermann morreu antes de sair da maternidade, pelo menos é isso que disseram a Alexandra. Mas ela tem certeza que era mentira, segurou sua filhinha no colo e viu como ela estava bem, até a amamentou, porém antes das 24 horas de seu nascimento os médicos disseram que ela havia dito problemas respiratórios que levou ao óbito.

Isso nunca fez sentindo, se a menina estava boa como de uma hora para outra morreu? Para ela, seu neném havia sido roubado, ela tentou procurar por vários anos, mas não encontrou nenhuma pista. A única coisa que lembra é dos lindos olhos claros da menina, e a pele branquinha das primeiras horas de vida.

É convicta que foi roubada, a maternidade onde a criança nasceu foi fechada um ano depois, após varias queixas de sumiços de bebes. Porém nunca descobriram uma se quer pista sobre a garotinha. 

Doce Paixão.Onde histórias criam vida. Descubra agora