Capítulo 2

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- Se-senhor Christopher, er... – ela parecia nervosa. – A indústria, estou apresentando a indústria para esse grupo.

- Ah sim. Bom dia. – cumprimentou as crianças e professores. – Posso falar com você rapidinho?

- Si-sim. – a moça se aproximou e eles se afastaram rapidamente.

- Cadê o Rodrigo? – perguntou logo.

- Não veio, esta de atestado. – respondeu rápido.

- E você é quem? Desculpe não estou conseguindo me lembrar de você.

- Ah tudo bem, eu... Ér... Dulce, Dulce Maria... Do Marketing.

- Do Marketing. Claro, não conheço todo o pessoal. Desculpe-me Dulce.

- Imagina senhor Christopher, esta tudo bem... Tudo ótimo... Sem problema... – suspirou. – Desculpe o senhor me deixa nervosa. – tapou a boca quando percebeu o que disse. – meu Deus, me desculpa. Não é isso!

Ela parecia mesmo muito nervosa. E estava. O coração de Dulce parecia que iria sair pela boca, não conversava muito com Christopher e encontrá-lo assim sem aviso a deixou muito nervosa. Ela o achava lindo, educado e gentil. Tinha uma paixão platônica por ele desde o dia que veio para a seleção e se encantou por seus cabelos de anjo. Dê desse dia não consegue tirar Christopher da cabeça, mesmo ele estando tão distante.

Ele não pode deixar de rir com o comentário dela. Sabia que alguns funcionários tinham medo, mas era de seu irmão e sua maneira autoritária. Christopher sempre foi sossegado e passivo com os funcionários, não havia porque ficar nervosa.

- Está tudo bem, sou o Christopher não vou te demitir. Não sou como meu irmão.

- Claro eu sei, não é por isso.

- É porque então?

Dulce só se complicava com as palavras, ele era tão lindo que ela quase perdia a fala e perdia totalmente o sentido das palavras. Precisou respirar fundo e se concentrar nas palavras e não no lindo rosto dele.

- Não é nada. Esqueça o que disse senhor Christopher. Preciso voltar ok? Foi um prazer.

Saiu quase correndo de perto dele. Voltou arfando para o grupo e precisou se abanar e tomar um pouco de ar antes de continuar. Ele ficou a olhando, não era uma reação comum dos funcionários. Ninguém ficava tão nervoso a esse ponto, talvez fosse alguma funcionaria nova que ele ainda não conhecesse.

Seguiu para sua sala no ultimo andar do prédio. Encontrou alguns funcionários, recebeu alguns documentos, que deu todos para sua secretária colocar em cima da mesa. Foi ate a salinha de café e encontrou Anahí.

- Bom dia senhoria Anahí.

- Bom dia senhor Christopher, tudo bem? – perguntou enquanto dava um gole em seu café.

- Tudo ótimo. Escute recebemos funcionários novos? Pelo que saiba não estávamos contratando. – como Anahí cuidava dessa parte com certeza saberia sobre Dulce.

- Não, por quê?

- Acabei encontrar uma funcionaria do Marketing, Dulce. Ela ficou tão nervosa, pensei que era nova.

Anahí tentou não rir, mas não conseguiu. Sabia sobre a paixonite de Dulce por ele, e sabia também que essa historia poderia não dar muito certo. Há três anos trabalhando ali e os dois tiveram pouco contado.

- Ah á Dulce, ela trabalha aqui há uns três anos.

- Sério? Não me lembro dela. Achei estranha a maneira como ela ficou nervosa. – riu.

- É que... Ela é muito concentrada no trabalho, as vezes ficou nervosa porque se desconcentrou. Fui eu que pedi para ela descer.

Os dois terminaram de beber seus cafés entre conversas. Anahí inventou a primeira desculpa para livrar o corpo de Dulce, sabia que sua amiga sempre ficava nervosa ao lado de Christopher. Victor entrou na sala interrompendo o assunto dos dois.

- Annie, que bom te encontrar. Pode vir até minha sala. Preciso conversar com você.

- Ah claro. – e despediu de Christopher e seguiu Victor até sua sala.

Victor tinha um grande carinho por Anahí, sabia de sua competência e havia lhe dado um cargo de confiança. Mas além da simpatia existia também outra coisa nela que o intrigava.

***

Ao fim do expediente Dulce e Anahí se encontraram do lado de fora do prédio para irem juntas embora. O carro de Dulce estava na oficina e só ficaria pronto na sexta. As duas conversaram sobre a rápida conversa de Dulce e Christopher e para ela já foi uma vitoria ele se lembrar e perguntar a Anahí.

Antes de chegar em casa passou em um mercadinho e comprou o jantar. Assim que entrou em casa encontrou sua irmã Maite, andando de um lado para o outro com um roupão, bobs na cabeça e com um pé de sapato vermelho e o outro preto.

- Que bom que chegou! Diga-me qual fica melhor vermelho ou preto? – olhou para os sapatos. – Meu vestido é preto, então não vai ia ser demais ir toda de preto? Mas vermelho você não acha muito chamativo? Estou em dúvida.

Dulce a olhou confusa. Não entendia o motivo de tanta arrumação, elas não iriam sair hoje. Colou a bolsa em cima da banqueta que dava para o pequeno balcão de frente para a cozinha.

- Primeiramente para que isso? E segundo eu já comprei o jantar. – mostrou as sacolas que levava para a cozinha.

- Não vou jantar aqui, eu te avisei. Lembra aquele homem que eu estava vendendo um apartamento na cobertura? Então, ele me chamou para sair. – Deu pulinhos de alegria.

Maite era corretora de imóveis e há dias estava falando sobre a negociação de uma cobertura para um homem rico e bonito. Mas é claro que ela estava mais interessada na beleza, Dulce nunca entendeu como Maite conseguia misturar trabalho e vida pessoal.

- Você não me avisou. Poxa May eu comprei lasanha e ele é seu cliente, não pega meio mal?

- E eu lá pego alguém mal Dulce Maria? Eu vou pegar é muito bem! E daí que é do meu trabalho? Ele é gato, isso que importa.

- May, você é louca. – riu. – Tudo bem então vou comer sozinha.

- Ai que dó da minha irmãzinha. – A abraçou. – Chama a Annie, ou melhor, o seu chefinho.

Deu um sorrisinho malicioso para Dulce e voltou para o meio da sala com seus dois sapatos no chão. Dulce revirou os olhos, odiava quando a zoavam por isso.

Sua paixão por Christopher já era antiga, e infelizmente ela não sabia como cessar esse sentimento. Os dois nunca se falavam, tanto que ele achou que era uma funcionária nova. Nem tinham uma relação de empregado chefe, quanto mais algo, além disso. Sentia-se triste por isso, e mais triste ainda por não conseguir ter outro relacionamento por culpa dele. Sabia que aquela história era impossível, que os dois nunca passariam de um "bom dia" gentil na empresa. Que logo ele estaria na coluna social com outra enquanto ela se sentia chateada por isso.

Era uma droga ter um amor assim, não correspondido e escondido. Gostaria de parar com esses sentimentos, mas toda vez que o via seu coração quase saia pela boca.

- Pare com isso. Já esqueci essa historia. – virou-se de frente para a pia da cozinha.

- Ah ta, eu acredito. – riu. – Se o boy tiver um amigo gato peço para ele te apresentar Dul. Um dia essa historia passa. É o que todo mundo espera. – ouviu a voz de Maite sumir no corredor.

Mas no fundo não era o que Dulce esperava, ainda sonhava com o dia em que os dois pudesse ao menos se conhecer melhor. Ainda sonhava com uma historia de amor.


Doce Paixão.Where stories live. Discover now