Doce Paixão.

Capítulo 20

Foi ate seu quarto, começou a tirar a roupa para tomar um banho. Estava cansado, passar a tarde toda no hospital também havia o esgotado. Estava quase pronto para entrar no banho quando viu uma silhueta na porta.

- Pai? – o olhou. – Pensei que não estivessem em casa.

- Só esta eu, sua mãe saiu e seu irmão não veio para casa. – entrou no quarto. – Melhor assim. Precisamos conversar Christopher.

O olhou apreensivo e apontou com a cabeça para que se sentasse na cama. Sabia muito bem do que se trataria a conversa e não havia pensado em nenhum desculpa.

- Escute pai, sei que faltei ao trabalho hoje à tarde, mas... Eu só estava ajudando uma pessoa.

- Esse é o trabalho da Anahí, Christopher. É para isso que a apagamos, ela cuida dos funcionários. Você deveria cuidar da sua parte, se seu irmão não estivesse lá, iríamos perder a tarde toda por sua irresponsabilidade. – tomou ar e encarou o filho. – O que você tem com ela?

Christopher que ate o momento estava em pé acabou sentando na poltrona de frente a sua cama passado pelo que ouviu. Estava na cara demais para ele negar. Mas não sabia qual poderia ser a reação de pai em relação a isso.

Seu foco deveria ser a empresa e depois dessa tarde ficou óbvio que não era a coisa com a qual mais se preocupava.

- Não é que eu tenha alguma coisa com ela... – tentou se explicar. – Mas... Não sei, gosto da companhia dela.

Não havia como mentir era transparente demais quando o assunto era Dulce Maria. Abaixou a cabeça já temendo o que viria. Se apaixonar e tornar-se presidente de uma empresa pareciam coisas grandes demais para serem feitas juntas.

Mas ele estava fazendo, já estava apaixonado e não havia como voltar atrás.

- Eu nunca admiti isso e espero que você não conte a ninguém. – começou – Quando penso na presidência penso em você. – confessou pousando a mão sobre o joelho do filho. – Aquele lugar precisa de uma pessoa como você Ucker, atenciosa, honesta e apaixonado pelo trabalho. Mas ao mesmo tempo precisa de uma pessoa responsável e madura o suficiente, que saiba colocar tudo em uma balança e ver o que pesa mais.

A animação de Christopher se foi com as ultimas palavras. Ele não era uma pessoa responsável e madura? Não era isso que estava tentando mostrar durante todo o tempo que esta ao lado de seu pai. Christopher tinha todas as qualidades necessárias para a empresa. Havia sido irresponsável essa tarde, tinha deixado tudo de lado por uma mulher. Mas como equilibrar vida pessoal e vida profissional?

- Não tenho nada a ver com o que acontece entre você e aquela garota. Nunca vou proibir um namoro ou coisa assim. Você sabe que isso não me importa. O que realmente me preocupa é: até que ponto você esta disposto a se doar para a empresa? Hoje à tarde você saiu correndo, deixou tudo para trás. Não se importou em reuniões, ofícios, processos e tantas coisas que tomam nosso dia.

Aquele sermão era merecido. Tinha falhado muito nessa tarde. Esquecer-se-á completamente de tudo a sua volta, só conseguia pensar em Dulce. Quando estava com ela em qualquer momento, sempre foi assim se esquecia, parecia que o resto do mundo não existia.

- Você esqueceu-se de tudo por... Como ela chama?

- Dulce. – respondeu baixinho.

- Dulce. Ela pode ser importante Christopher, não quero que não seja. Mas a empresa também é importante. Quero ter certeza de quem vou escolher. Imagine você o presidente saindo às presas por causa de uma funcionária, sendo que temos uma equipe para isso?

- E como faz para separar, pai? Quando eu vi ela toda dolorida, só pensei em ajudá-la. – confessou.

- Não separa Ucker, apenas decidi o que é mais importante naquele momento. Ela não iria morrer e você sabe disso. – suspirou pesado. A conversa não estava sendo fácil para ele também. – quero ter orgulho da minha escolha filho. Poder olhar quem tomou meu lugar e ter certeza que fiz a escolha certa, que estão cuidando do que deixei que seguissem com o meu legado.

As palavras mexeram com Christopher não queria decepcionar seu pai de maneira alguma. Se sentiu orgulhoso ao saber que era o preferido e precisava continuar sendo. A presidência era seu maior sonho.

Para a realização de um sonho muitas vezes é necessário deixar coisas para trás, afastar daquilo que nos afasta do que desejamos o dia de hoje mostrou que Dulce estava o afastando de seu grande sonho.

- Tudo que quero é a presidência e vou lutar por ela papai. Prometo que nada mais vai me atrapalhar.

- Assim espero. – deu-lhe umas palmadinhas no joelho. – Me orgulho de você filho e entenda não lhe pedi nada. Não quero que sofra também.

- Não vou sofrer. – garantiu.

Já estava sofrendo, essa conversa o levou a um único lugar: repensar sobre tudo que lhe era importante. Gostava muito de Dulce, se apegou a ela facilmente e não queria deixá-la, não queria se afastar.

Mas do outro lado esta as grandes Indústrias Uckermann todo seu preparo foi para um dia administrar aquela empresa sozinho. Aprendia com o melhor e agora sabia que era o preferido. Não podia deixar isso passar. Tinha que se concentrar no trabalho. Dar o seu melhor e agradar seu pai.

Tinha feito sua escolha, precisava se afastar de Dulce por tempo suficiente até conseguir o que realmente queria.

Seu coração doía tanto com essa possibilidade não queria se afastar da melhor pessoa que conheceu nos últimos tempos. Não queria ficar longe de Dulce. Porém às vezes eram necessários alguns sacrifícios.

- Você tem certeza disso, Ucker?

Christopher havia convidado Christian para beberem alguma coisa e lhe contou todo o ocorrido, precisa ouvir a opinião de mais alguém.

- É o que posso fazer no momento Chris. Se eu continuar com ela, vou continuar pisando na bola e meu pai vai perceber que não sei separar as coisas.

- É você quem sabe. Mas ela vai sofrer.

Olhou para o copo em cima da mesa. Essa era a parte mais difícil Dulce iria sofrer, ele podia ver o quando ela estava entregue a tudo isso. Ela iria sofrer muito. Ele já estava sofrendo, mas não suportaria fazer isso com ela.  

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E agora gente o que vale mais ser o queridinho do papi ou ter uma namorada? É uma decisão difícil, conheço muito gente que já preferiu a primeira opção do que a segunda (eu inclusive).