Capítulo 39

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Dulce olhou confusa para Alexandra, o que ela esta fazendo ali? Seu estado não era o dos melhores tinha certeza disso. As duas nunca tiveram uma conversa de verdade, se viram poucas vezes e nunca conversaram.

Mas a expressão no rosto da mulher, Dulce podia saber que não seria boa coisa. E era algo relacionado a Christopher, só poderia ser. Havia acontecido alguma coisa mais grave, Alexandra esta com uma cara péssima as mãos trêmulas e o olhar cheio de rancor. Dulce sentiu um arrepio de medo percorrer seu corpo.

- O que houve? - perguntou.

- É tudo culpa sua. Sua! Sua e sua! A minha família tá destruída. O Carlos não iria assumir se o Christopher não tivesse sido tão irresponsável.

Todo da repartição olhavam a cena chocados. Alexandra derrubava lágrimas por todo seu rosto enquanto Dulce mantinha-se estática. Era culpa dela Christopher não ser nomeado o presidente?

Não havia feito nada de errado assim como ele. Dulce não tinha culpa de nada, mas as acusações da mulher estavam a assustando.

- A senhora está nervosa, vou buscar um copo de água.

- Não quero água. Dulce, não é você? Não é você que fez o Christopher bater em um homem aqui dentro e o pior essa noticia se espalhou. Como você acha que está a reputação do meu filho por conta disso? Se ele não está na presidência é por culpa sua.

Dulce continuava parada se apoiando em sua mesa com medo de se soltar e suas pernas não aguentarem. Estava sendo acusada injustamente, não tinha nada a ver com a presidência e muito menos com os motivo de Carlos ou Christopher assumir.

Mas ao mesmo tempo se sentiu culpada, Christopher estava a ajudando nas duas vezes que abandonou a empresa. Será que por conta dela ele não assumiu?

- Dona Alexandra a senhora está nervosa, não tenho nada a ver com isso. Nem sei o que está acontecendo.

- Você estava em complô com o Carlos? Estavam armando para cima do Christopher?

- O que? Como a senhora tem coragem de dizer algo assim? É claro que não, não tenho nada a ver com essa competição. - Se defendeu.

O clima estava esquentando na sala e todos olhavam atentos para as duas. Dulce se sentia humilhada como poderiam pensar que ela estava fazendo alguma para prejudicar Christopher, justo ele que sempre foi o amor da sua vida.

O dia estava parecendo fora do normal, os acontecimentos não eram os típicos de uma segunda-feira, parecia que tudo estava de ponta cabeça, um pesadelo. As bases da empresa, seus princípios estavam sendo testados e os resultados estavam saindo piores do que o esperado.

- Desde que você entrou na vida do Christopher ele está se dando mal na empresa, e você diz que não tem nada a ver isso? Sei bem como é o seu tipo garota, está na cara que você não passa de uma suburbana e recebeu algum dinheiro para tentar seduzir o meu filho, e além é claro da conveniência.

Dulce se apoiou ainda mais na mesa incrédula com o que a mulher a sua frente dizia. Nunca havia passado por humilhação dessa maneira, estava sendo acusada de interesseira e golpista. Justamente Dulce que sempre foi o oposto disso.

Seus olhos arderam pelas lágrimas que se encaminhava, sentindo os olhares de todos queimarem sobre ela. Alexandra não era a única que pensava assim.

- Eu não tenho nada a ver com isso. Foi uma coincidência, talvez. Eu não sei, o que sei é que jamais faria algo para machucar o Christopher.

- Você já o machucou. - Aproximou-se de Dulce. - Se ele perdeu essa presidência é por culpa sua! Ele foi demitido sabia? Era esse plano, Dulce?

- Não tinha plano nenhum e a senhora está me ofendendo.

- É pouco para o que você fez.

Alexandra olhou mais uma vez para Dulce com desprezo e saiu apressada para o elevador. A outra caiu sentada na cadeira chorando. Não imaginava que era essa a imagem que passava.

Não seria capaz nunca de tramar algo contra Christopher, mas como provar isso? Ela só o amava como nunca amou ninguém. Apenas um sentimento puro que estava sendo mal interpretado. 

Na sala de Anahí, Christopher estava um pouco mais calmo. Annie havia limpado alguns ferimentos de seu rosto e sua aparência estava um pouco melhor.

Mas ainda se sentia mal em estar lá dentro, queria correr para fora se afastar de toda essa gente falsa que o cercava.

- Obrigada por o que está fazendo Annie, de verdade.

- Imagina Christopher, tenho certeza que isso vai se reverter o Carlos não pode tomar o lugar do seu pai.

- O pior nem é isso Annie, ele me odeia.

- Não é assim Christopher, tudo vai se ajeitar, você vai ver.

- Eu preciso sair de casa, não vou ficar no mesmo lugar que esse homem. - suspirou tristonho.

- Aposto que a Dul não se importaria em te acolher e a minha casa também está de portas abertas. - sorriu pousando a mão em seu ombro.

- Obrigado de verdade Annie, você é um anjo. - segurou a mão dela.

Os minutos que passou ali lhe fizeram bem, sentia um pouco mais calmo e apesar da dor, tinha parado de chorar.

Anahí pensou em contar para Christopher o que havia conversado com Victor, mas achou que não era o momento. Toda a confusão do dia já tinha o abalado demais.

Algum tempo mais tarde Christopher foi para casa precisava pensar no que faria daqui para frente, talvez pudesse pedir emprego para Christian e até pedir para passar uns dias na casa dele.

De uma coisa ele tinha certeza não ficaria ma mesma casa que Carlos. O momento sozinho arrumando suas coisas foi importante para refletir melhor sobre tudo o que aconteceu, foi um dia cheio e triste e ainda tinha seu pai no hospital sem saber se teria uma melhora. Eram tantas coisas que o desejo de Christopher era se desligar por algumas horas.

Assim que a sala de Anahí ficou vazia Dulce correu para lá em prantos. Chorou no colo da amiga e lhe explicou o que havia acontecido. Dulce se sentia humilhada e injustiçada, as palavras de Alexandra não saiam de sua cabeça.

- Essa mulher é louca, quem ela pensa que é para fazer algo assim com você, Dul? Deveria ter respondido.

- Eu nem sei ao certo o que ela tava falando, mas e se todo mundo começar a pensar assim, que eu fiz algo para prejudicar o Christopher?

- Ninguém vai pensar isso, ela está abalada por conta de tudo o que aconteceu foi uma loucura Dul. O Carlos é um monstro.

- Eu sei disso. - Limpou as lágrimas.  - Mas e se o Christopher pensar como ela? E se ela dividir essa teoria terrível com ele?

- Ela não vai fazer isso, eu vou falar com ela. Essa mulher não pode te deixar assim e sair por cima, ela pode tá louca, mas não tem o direito de te acusar amiga.

Abraçou Dulce. O consolo de Anahí foi reconfortante para Dulce, saber que alguém acreditava nela e sabia que tudo o que Alexandra falou não passa de um surto era bom.

Mas mesmo assim uma sensação ruim ainda estava no coração de Dulce, ainda sentia medo, as palavras continuavam a atormentando.

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