Última chance

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• Arya •


Bato as costas na parede assim que vejo a cena imparcial de uma criança para a outra de minha mente.

Meu ar falha minimamente, eu danço meus olhos do corredor para o quarto, e em seguida me viro para total visão do corredor. Me sinto observada e talvez nervosa por isso; e então Miguel chega à minha mente quase que aleatoriamente.

A porta do quarto deles está fechada; seria besteira entrar e pegar meu irmão sem nenhum motivo para dormir comigo. Mas eu queria; era como se ele pudesse me tirar aquela sensação de solidão e medo, mesmo que fosse um bebê.

Suspiro, balançando levemente a cabeça e seguindo para meu quarto com a mão à minha frente, empurrando a porta assim que a alcanço, como de eu tivesse medo de parar e perceber que alguém me espreitava.

Entro, encostando a porta lentamente, olhando para minha cama ou simplesmente perdendo meu pensamento nela, porque quando começo a andar, meus olhos continuam na mesma direção, embora foçados em qualquer coisa que eu não esteja prestando atenção.

Quando me deito, penso:

Sam e Logan estão voltando.

Pisco, confusa comigo mesma. Não tinha como eles estarem voltando e muito menos eu prever isso.

Engulo meus maus pressentimentos e viro, puxando o lençol. Sei que minha expressão não é das melhores; provavelmente eu pareço uma garotinha prestes a chorar, com as sobrancelhas arqueadas e os olhos ardendo, perdidos em algum ponto do chão. Talvez a palavra certa seja preocupação. Ou talvez...

Ouço um choro de bebê começar.

Paro, soltando um pouco a coberta entre meus dedos, prestando atenção. O choro está abafado pela porta do meu quarto fechada e, mais ainda pela do meu pai.

Espero alguns segundos, sentando em seguida. Meu pai não estava ouvindo ele chorar?

Levanto, desistindo de tentar encaixar o chinelo em meus pés apressados e afastando a porta, abrindo a dos dois.

**

Logan

Ela está andando de um lado para o outro há minutos. E eu já tentei falar-lhe exatamente cada um desses minutos.

- Não tem jeito, temos que voltar. Agora. - Ela balança a cabeça, parando e cruzando os braços á minha frente.

Dessa vez não contesto. Ela realmente quer voltar e talvez esteja certa em relação a esse fato. Abaixo a cabeça e deixo os ombros caírem quando admito:

- Tá, pegue suas coisas - Solto o ar, levantando.

- Finalmente! - Ela bufa, saindo da minha frente - Eu não sei, me desculpe fazer isso, mas a verdade é que não vai adiantar ficarmos aqui. Primeiro motivo é porque eu não dormiria com isso na cabeça e segundo é que eu estou
com um mau pressentimento horrível sobre hoje. - A ouço explicar, pegando minha blusa e as chaves.

- Sam, não importa o que aconteça, você estará protegida. Eu também estou preocupado com tudo isso, estou deixando minha mãe de lado para ir com vocês! - Me volto para ela - Eu nunca faria isso por qualquer um. Mas por favor, mantenha a calma. As ruas estão vazias a essa hora da madrugada, é rápido que podemos chegar. Acho que até antes do amanhecer, estamos na metade do caminho. - Cruzo os braços, a esperando.

Tem Alguém Ai? - Volume 3Where stories live. Discover now