Férias

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Talvez as estrelas quisessem me dizer,

embora minha indiferença para com a noite,

as impediam de me trazer.

Me afoguei,

afogado em diversos sonhos,

me perdi ao longe,

procurando algo que não existia muito bem.

Talvez amanhã o bom sol das sete volte diferente.

Talvez amanhã eu pense em todos eles,

conseguindo encarar sem nenhuma overdose de ilusão,

todos os sonhos que abandonei de uma tal forma,

que nada do resto pareceu ter acontecido.

Me sinto apagado,

talvez enfim eu tenha entendido,

as estrelas brilhavam por elas,

me trazendo o equilíbrio,

de uma casa iluminada pela luz da lua.

Longe não há,

à direita para a saída do universo,

já não me mantinha indiferente pelo que as cartas traziam em seu verso.

**

Narrador

Era madrugada quando o grito rasgou a casa.

Era madrugada quando o som de algo se arrastando violentamente e apressadamente pela escada abaixo se fez ouvir.

Em um tranco, Márcia e Jorge acordaram, assustados, olhando ao redor, ainda grogues pelo sono.

O homem que foi primeiro, com os olhos arregalados, abrindo a porta do quarto da neta em um estrondo. Ela não estava mais ali, desatando totalmente o medo do homem.

Na escada, marcas de algo pesado cortando seu meio. Pegadas fortes, marcando fracamente com sangue. Os cortes tinham de ter sido feitos por algo grande. Algo violento. Algo como um machado.

Nada mais deixava pistas. Apenas a escada que levara embora Isabela.

O casal permanecia atônito na sala, olhando para os lados como se assim fossem ver o que aconteceu. Apenas segundos depois a ficha fora outra. Isabela tinha sido levada. Eles não conseguiram conter. Algo deu errado, não era para alcançarem ela dentro da casa. Por que conseguiram?!

**

Narrador

Agatha se perdera no tempo.

Sorria enquanto via as velas acessas à sua frente, abraçando os joelhos, deixando que as luzes da chama batessem contra seus olhos.

- Me desculpe - Sussurrava baixo, sorrindo, balançando o corpo para frente e para trás - Me desculpe, criança - Repetiu, cantarolando alguns versos de um de seus poemas. Levou a mão esquelética à chama, bailando a mesma em sua carne.

- Agatha - Ouviu - Pare.

A garota no chão frio ergueu os olhos lentamente para o escuro, sem fechar o sorriso.

- Eu sabia que viria - Sussurrou.

- Você não pode fazer isso. Precisa parar! Não se deixe levar, pelo amor de Deus, não agora. Vamos! - Taylor apareceu onde a luz da chama pegava.

Ela balançou a cabeça lentamente.

- Ah, pare de petulâncias - Ela disse, sorrindo - Emily concordaria comigo se pudesse vir atrás de mim. - Devolveu.

Tem Alguém Ai? - Volume 3Where stories live. Discover now