Alerta

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E eu me lembro bater os pés contra o muro enquanto me mantinha cima do mesmo,
Olhando a noite escarnecida que brincava suas luzes contra o chão de cimento.
Conto que via aquela vista,
E, Deus, como eu queria,
Como eu queria correr por ela,
Talvez chegar até seu extremo,
Talvez passar dele.
E, Deus, como eu queria poder descobrir cada rua iluminada por singelas luzes da madrugada,
Como eu queria poder testemunhar e entender as histórias de cada passo perdido.
Caminho em silêncio agora;
Estou voltando para casa. Aqui é escuro e acho que estou um pouco cego ou debilitado: não consigo encostar no que há em minha frente.
Talvez eu precisasse de ajuda,
Mas acho que o mundo é muito grande para alguém oferecer.
Talvez eu quisesse novas oportunidades...
Mas acho que em nenhuma eu conseguiria tocar.
Estou voltando para casa agora, contra minha vontade.
Está quente, acho que estou surdo ou apenas ouço minhas próprias necessidades,
Afinal, quem as ouviria se eu não tentasse ouvi-las?
Acho que o dia não amanheceu completamente,
Me sinto parado, embora eu não esteja.
Então olho para trás,
Para o resto de cidade que deixo de novo ao voltar para casa de mãos vazias.
Lá estão as ruas,
A noite.
Eu poderia descobri-las...
Mas o mundo é muito grande para oferecer ajuda.

**
Logan

- Pare de me olhar assim. Eu não estou louco. - Digo, sem me virar para ela enquanto dirijo, tenso. Sei que ela me encara pelo canto do olho, como se quisesse reparar algo que não tinha reparado antes.

- O que você viu? - Ela pergunta.

- Eu já disse o que eu vi. Não vai fazer diferença porque você não viu o mesmo, Samantha. - Bufei - Ah, esquece isso - Balanço a cabeça - Olha, eu quero voltar logo. Mas estou cansado, você deve saber. De qualquer forma, escolha. Vamos direto ou paramos agora em algum lugar? - Questiono, parando no farol, virando para ela.
A mesma não responde de imediato, brincando as mãos no cinto.
- Eu queria ir direto porque quero que os outros saibam logo o que aconteceu. Mas tem razão e eu seria egoísta fazendo você dirigir tanto assim sem nenhum descanso.

Concordo lentamente, um tanto aliviado, voltando a andar com o carro depois de alguns segundos.

**
Obviamente não tínhamos muito dinheiro e o pouco que eu tinha (que não era de Carlos), havia pego emprestado de minha mãe. Admito que me senti um tanto abusado por isso, eu deveria usar apenas por seus remédios ou emergências; mas eu realmente queria viajar com eles.
Foi com um peso na consciência de dois lados, que paguei um hotel simples perto da região que eu tinha que pegar o que Carlos queria.

**

Narrador

Jane fez amizade com a família. Enquanto cuidava de Miguel e o deixava brincar com Arya (que gostava muito de crianças), passava a ajudar Melissa e Henri no jantar. Não era tão tarde; quando voltaram da praia, começava a escurecer. Logan é Sam provavelmente já teriam saído para a cidade e todos ali estavam cansados.

Suzan parecia mais animada. Gostava de brincar, porém seu irmão Petter parecia não apreciar brincadeiras. Vivia sentado. Não gostava de andar. Era parado e sério. Mas diferenças de outras crianças com as mesmas características, em compensação sempre estava com fome, embora nunca comesse na frente da visita. Sempre saía da cozinha, com passos lentos, como se tivesse certa dificuldade para andar, sustentando a cabeça baixa e olhares vazios. Era parecia com pianista; pensava Arya - Se não fosse pelos olhos e pele um tanto mais escura que de Júnior. Os olhos de Petter eram vazios. Os de Junior, frios. Como se estivesse preso entre um certo ódio, porém indiferença.

Não... nada se comparava com Júnior - Arya se pegava relembrando do mesmo diversas vezes, se perguntando em qual preocupação tomava seu tempo naquele momento. Se perguntando como seria se o mesmo estivesse vivo. Pianos para ela nunca mais tiveram o mesmo significado tão simples que antes tinha.

Tem Alguém Ai? - Volume 3Where stories live. Discover now