Arrogância

7.8K 756 141
                                    

 É manhã cinzenta 

 Sua cabeça não processa o que já passou. 

 Como sabe de todas aquelas mentiras? 

 Minhas bonecas ouvem muitas histórias, 

 talvez eu as tenha acostumado com minha presença naquele quarto. 

 Sabia que elas podem te ouvir? 

 Terminar tudo isso, 

 e começar com a palavra que terminou, 

 quase como uma metamorfose, 

 eu sou um total paradoxo preso em entrelinhas de estrelas. 

 Eu não me lembro de quando nasci, 

 mas talvez eu sempre vá lembrar de como irei morrer. 

 Você sabe, 

 é irônico pensar com aquela mente podre da malícia dos jovens, 

 imaginando uma vida de aprendizagem apenas em uma escola. 

 Se você andar, 

 sente o chão como ele mesmo sente à você? 

 Eu já lhe disse, 

 faz anos, muito tempo, 

 mas o que é o tempo para suas memórias? 

 E você para agora, 

 percebe ser individual. 

 Ah, sim... 

 você anda sozinho,

 você vive sozinho,

 o que são suas memórias para os outros? 

 **

 Narrador 


 A mulher caminhava pela sala. A mão de dedos longos e finos arrastavam as pontas das unhas grandes demais pelas paredes que passava. 

 - Eu acho que você evoluiu muito, minha menina - Disse, com um sorriso afetado na voz, sem parar enquanto andava. Depois parou como se estivesse programada para aquilo, voltando a cabeça lentamente para o centro da sala luxuosa. 

 Kate permanecia parada, olhando para uma das paredes, como se pudesse ver algo que ninguém via. Seu maxilar se contraia por alguns segundos e sua postura vacilava quase imperceptivelmente. 

 Alyce apresentou o maior sorriso. 

 - Mas ainda parece fraca - Sussurrou, em sustância, com a sola da bota de um negro rebelde ecoando pelo lugar enquanto ela caminhava longamente até a fantasma, erguendo a mão ao seu queixo e o erguendo suavemente, mas o suficiente para faze-la a encarar com os olhos fundos. 

 - Oh, você ainda é tão inocente - Enfatizou, sorrindo - Mas aos poucos me dará uma boa ferramenta como Agatha. 

 - Agatha esqueceu-se de tudo depois de tanto saber - Rosnou em um sussurro. Alyce cantarolou, sem a soltar. 

 - Agatha foi pior que você, menina - Deu de ombros - De toda a forma, ambas totalmente maleáveis - Apertou os dedos ao redor de sua bochecha fortemente, para soltar em ignorância em seguida - Eu já venci este jogo. E você sabe os poucos que existem do lado deles - Ergueu uma sobrancelha - Sabe o quão gastos eles vão estar. Sabe o quão duro iram cair quando receberem finalmente a última jogada de meu baralho, garota morta-viva. - Completou, gesticulando com a outra mão, olhando a o corpo em decomposição da mesma com um olhar crítico   

Tem Alguém Ai? - Volume 3Where stories live. Discover now