83 - Welcome to the jungle

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Depois de quase onze horas de voo, Thomas conseguiu fazer a sua esposa comer mais alguma coisa antes de adormecer novamente em uma das muitas confortáveis poltronas da sala VIP do aeroporto Brasília. A viagem fora cansativa até ali. Foram mais de duas horas de voo de Londres até Lisboa, um pouco mais de uma hora de espera e mais dez horas e quarenta e cinco minutos de voo até ali. Ele checou seu relógio e deu um suspiro cansado. Seriam mais três horas e meia de espera naquele aeroporto e um voo de três horas para seu destino final. Embora tivesse feito a viagem até ali de classe executiva, estava exausto e, para completar, o último trecho faria em econômica.

— Se estou cansado, imagine você, meu amor... — afastou uma mecha de cabelo de Mandy. — E pensar que esse era o voo mais curto — crispou os lábios.

Não fora nada fácil montar a escala de viagem. Inicialmente ele ambicionava ir na empresa aérea de costume e fazer o trajeto inteiro na classe executiva, visando principalmente o conforto de sua esposa gestante. Quando contou para ela sobre sua intenção a viu gargalhar. "Até onde eu me lembre, praticamente não tem classe executiva em nenhum voo doméstico no Brasil, menos ainda para onde vamos", Mandy riu-se dele. Ele chegou a sugerir que fizessem de jato particular o trecho restante dentro do Brasil, mas ela rejeitou veementemente a ideia. "Jatos são menos seguros e mais suscetíveis a acidentes." O medo de voar dela dava sinais que nunca a havia deixado.

Ele ainda tentava entender porque não havia um voo semelhante ao da volta, o qual era mais curto. "Por que fazer escala em um estado tão longe?" Olhou na direção da esposa. "Welcome to the jungle!", lembrou das palavras dela quando ele reclamou do tempo de viagem.

Tom dobrou seu pesado casaco e o de Amandy e os guardou na pequena mala de rodinhas. Tirou o capuz de seu moletom e trocou os óculos escuros por seus óculos de grau. Vasculhou sua mochila e apanhou o livro que estava lendo. Passou os olhos sobre a folha e percebeu que era observado. Olhou de esguelha e viu que uma mulher o fitava com curiosidade. Ela comentou algo com o homem que estava ao seu lado e este deu uma olhadela em Thomas e deu de ombros. O ator ajeitou seus óculos e voltou sua atenção ao seu livro. "Talvez Mandy tenha razão... Poucos me reconhecerão aqui."

≈≈

Quando Thomas chegou à porta da aeronave e desceu as escadas deu graças por estar vivo. Aproveitara as três horas de voo para dormir, mas a poucos minutos de pousar fora acordado bruscamente com uma violenta queda de altitude. O tempo era muito chuvoso naquela época do ano na região, o que ocasionou muita turbulência. Enquanto ele sentia o coração chegar à boca a cada solavanco, Mandy dormia pesadamente ao seu lado. Ele desejou ter tomado aquele remédio para enjoos que a deixara tão sonolenta.

Eles aguardaram o desembarque e foram os últimos a deixar a aeronave. Embora estivesse chovendo e passasse da meia-noite, o ar parecia abafado. Tom devolveu o guarda-chuva que lhe fora emprestado a um funcionário do aeroporto e abriu o moletom assim que entrou na sala de desembarque.

— Já está com calor? — riu Mandy e vi-o anuir. — Você ainda não viu nada... — deu sorriso fraco. — Aqui é quente e úmido... Acredite, a noite está fresca... De dia é ainda pior.

Ela olhou na direção das pessoas aglomeradas e estacou.

— Fique aqui... — ele deixou as bagagens de mão aos pés dela. — Eu vou pegar as malas.

Mais uma vez eles foram os últimos a deixar a sala, pois suas bagagens demoraram. Após um curto corredor, Thomas se deparou com um aeroporto extremamente pequeno. Lembrava mais uma rodoviária de uma cidade do interior. Do lado de fora, acenando para eles, estavam Helena e Jean.

— Minha filhota! — exclamou a mulher, indo abraçar Mandy.

— Mãe! — correspondeu prontamente.

The Unlikely (Tom Hiddleston Fanfiction)Nơi câu chuyện tồn tại. Hãy khám phá bây giờ