69 - Se a mulher que nasci pra viver não me quer mais

798 52 12
                                    

Thomas despertou tateando cegamente a procura do corpo de Amandy em sua cama. Confuso e sonolento, ele abriu os olhos e constatou que estava sozinho. Os ecos de um sonho ruim ainda embotavam sua mente, deixando-o angustiado com a ausência de sua ex-namorada. Ele revivera, mais uma vez, os acontecimentos dos últimos dias. O desespero na voz dela questionando por que ele a odiava e alegando sua inocência no hospital ainda reverberavam na sua cabeça.

Rolou na cama para se levantar e apertou os olhos ao ser atingindo por um brilho. Inclinou a cabeça e viu, pousada sobre a mesa que havia em seu quarto, a pulseira de berloques de Amandy. As memórias do relacionamento dos dois brilhava sobre a luz do sol. Como um presságio, uma nuvem cobriu o sol e o brilho se foi.

— Eu preciso resolver isso... — murmurou se sentando na cama e esfregando os pulsos nos olhos.

Após se trocar e fazer sua higiene matinal, Tom pôs a pulseira em seu bolso e foi atrás de sua amada. Imaginando que ela já tivesse acordado, procurou-a por primeiro no andar de baixo, mas não a encontrou. Inquieto, mas certo de que ela não saíra de casa, foi até o quarto de hóspedes. Abriu a porta lentamente e entreabriu os lábios, tocado com a cena que testemunhara.

Amandy dormia no meio da cama toda retraída, praticamente em posição fetal, agarrada ao seu sapo Caco. Luke havia trazido Kermit junto com as coisas que apanhara no apartamento dela. Havia uma mancha de tinta na cabeça do boneco. Tom chegou a imaginá-la naquele dia terrível, chegando em casa suja de tinta e indo abraçar o Muppet. O desamparo dela doía-lhe na alma.

Os cabelos negros e de pontas manchadas cobriam o travesseiro e parte do rosto de Mandy. Contudo, eles não conseguiam esconder as marcas e arranhões em suas pernas e braços, tampouco o hematoma ao redor de seu nariz e o inchaço em seus olhos. Ela visivelmente havia chorado muito.

Ele entrou de mansinho, abriu o armário e pegou um cobertor.

— Por que você veio dormir aqui? — questionou aos sussurros, enquanto a cobria.

O medo de ser desprezado por ela palpitou em seu âmago. Deu um suspiro triste e deixou o quarto, indo para o térreo preparar o café.

≈≈

Na cozinha, Tom terminava de preparar o desjejum, quando recebeu um telefonema de Luke Windsor.

— Boas notícias! — anunciou o relações-públicas. — Consegui localizar a senhorita Paula Mendes.

— Que bom, Luke! Finalmente boas novas... — Tom suspirou.

— Não foi fácil conseguir o contato dela, pois após o ocorrido ela largou a profissão de modelo e sumiu — o outro continuou. — Foi uma modelo amiga dela quem me passou o número. Liguei e disse que tinha interesse em conversar com ela. Obviamente ela estranhou, pois não trabalha mais no meio artístico, mas quando falei no seu nome ficou na defensiva.

— É... Ela sabe da minha amizade com o Evans e o Fassbender — a afirmação saiu amarga. — Mas não nos conhecemos... Troquei uma ou duas palavras com ela e só...

— Então... — Luke fez um muxoxo. — Tive que falar por alto do que se tratava. Quando mencionei que o que tinha acontecido com Mandy no casamento não era exatamente o que parecia ser, ela me interrompeu e disse que falaria com você. Ela marcou o encontro em um café, as cinco horas. Eu não poderei acompanhá-lo... Vou mandar a localização para você pelo WhatsApp.

— Certo... Estarei lá...

≈≈

Algum tempo depois, Tom subiu para o quarto de hóspedes com uma bandeja e encontrou Mandy já acordada. Ela estava sentada encolhida em uma poltrona, distante menos de um metro da janela. Tinha visivelmente tomado um banho e abraçava as pernas com o braço bom. Quieta e alheia a presença dele, ela olhava na direção da janela, mas não parecia prestar atenção em alguma coisa.

The Unlikely (Tom Hiddleston Fanfiction)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora