43 - And time goes by so slowly

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Amandy mexia com a colher os legumes de sua sopa, enquanto seus pensamentos vagavam por algum lugar além do oceano Atlântico. Diana tomava sua sopa em silêncio e observava a jovem à sua frente. A falta de intimidade entre as duas era algo quase palpável. Mandy era muito tímida e de poucas palavras, enquanto que Diana ainda pouco conhecia a moça. Todavia, Diana era uma mulher simples, divertida e simpática. Thomas tinha a quem puxar seu jeito falador e brincalhão.

Incomodada com o silêncio na mesa, Diana logo começou a puxar uma conversa. Primeiro perguntou sobre o curso de mestrado de Mandy e como iam as aulas. Em pouco tempo Diana conseguiu que Amandy fosse se soltando. Mandy observava a mãe de seu namorado e pensava o quanto era fácil se sentir à vontade com ela. "É como conversar com o Tom", ponderava. Depois, ao terminarem de jantar, começou a falar sobre o acidente da jovem na casa de Tom.

- Nossa, querida. Você deu muita sorte, poderia ter se machucado feio - comentou Diana.

- É... Pelo menos a cicatriz é pequena e no braço... - Mandy olhou para a marca que ficara em seu braço - Só tive tempo de proteger meu rosto - contou. - Sou muito desastrada - fez uma careta.

- Ah, o Tom também era muito desastrado - riu Diana. - Você já deve ter notado que ele tem várias cicatrizes. Ele sempre foi uma criança muito ativa, mas vivia se machucando - disse nostálgica. - Ah, deixa eu lhe mostrar algumas fotos dele quando era criança... - levantou-se. - Venha comigo - chamou.

As duas mulheres foram para a sala. Amandy se sentou ao lado da imensa estante que havia na sala e ficou aguardando Diana vasculhar um pequeno armário que havia abaixo da escada. Não se contendo diante da variedade de livros que via, Mandy se levantou e começou a prescrutar os títulos variados que compunham a pequena biblioteca da casa.

- Tom disse que você adora ler... - comentou Diana retornando com alguns álbuns. - Ele também sempre gostou de ler - contou.

- Sim, eu adoro - Mandy meneou a cabeça - Como eu não tinha fôlego para brincar como as demais crianças, os quadrinhos e os livros sempre foram meus melhores amigos - completou. - Tom me contou que quando criança sonhava com o dia em que poderia ler todos esses livros - deslizou os dedos por alguns volumes. - Eu tinha um sonho parecido, mas não era exatamente com os livros de casa - mordeu os lábios e baixou a cabeça.

- Como assim? - Diana indagou curiosa.

- Eu sonhava com o que via nas livrarias e bibliotecas - a jovem começou. - Como meu pai e minha mãe são militares, nós vivíamos nos mudando. Quanto menos coisas tivéssemos para carregar na mudança, melhor era. Então era comum lermos um livro e passá-lo adiante. Além disso, livros no Brasil eram e ainda são itens caros e por este motivo de difícil acesso. Morei em cidades que quando tinham uma livraria era muito. E em outras nem biblioteca pública havia - revelou. - Na minha infância a maior parte dos livros que compunham a pequena estante lá de casa, eram ligados às profissões de meus pais. Livros técnicos e de história em sua maioria - gesticulava. - Poucos foram os livros literários que li quando criança. A maioria só fui ler na adolescência. Mas eu lia muitos quadrinhos e livros de história. Eu diria que fui alfabetizada com a "Turma da Mônica", um quadrinho muito popular no Brasil. E hoje sou apaixonada por estudar sobre a primeira e a segunda guerra mundial - sorriu.

- Nossa... É uma pena que tanta gente não tenha acesso a livros e cultura. Isso é triste - murmurou Diana. - Meu filho comentou mesmo que você passou boa parte de sua vida se mudando. Imagino que tenha sido difícil fazer amizades, ainda mais com a sua saúde frágil - deu um sorriso solidário.

- Um pouco, mas sou feliz com os amigos que fiz, mesmo que tenham sido poucos - concordou. - E quanto a minha saúde acredito que hoje, mesmo sendo diabética, nunca estive tão bem - foi sincera.

The Unlikely (Tom Hiddleston Fanfiction)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora