63 - Meu caminho é de pedra, como posso sonhar?

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Amandy bufou impaciente, desligou o celular e o jogou dentro de sua mochila. Era a sétima ligação de repórteres que rejeitava. Desde que ligara seu novo celular, o aparelho não parava de receber chamadas de número desconhecidos.

Próximo a estrada da estação havia um ponto de uma operadora de celular.

— Vou trocar de número! — bufou irritada.

Ela estava saindo da loja, quando avistou Carlo olhando para os lados a sua procura.

— Carlo! — chamou.

Ele olhou na direção dela.

— Espero que ele acredite em mim... — ela murmurou para si.

≈≈

Victoria revirava os olhos impaciente na sala de espera de um dos aeroportos da Irlanda. Estava lhe cansando os olhares todos fixos em Tom. O escândalo e a ingenuidade de Thomas era motivo de escárnio para uns e pena para outros. Um grupo de adolescentes apontava na direção do ator e ria, enquanto isso um casal sentado à sua frente o olhava com pesar.

Entretanto, Thomas estava alheio a tudo isso. Sua mente estava presa às suas infrutíferas tentativas de falar com Amandy.

— Nada ainda? — questionou Victoria indiferente. A relações-públicas, ainda que omitisse sua opinião, era contra o comportamento do ator. Para ela era muita falta de amor-próprio insistir em falar com uma mulher que o traíra, ainda que ela estivesse supostamente esperando um filho dele. "Se o filho for seu, pode ter certeza que ela correrá atrás de você para pedir pensão", não se conteve em um determinado momento e comentou.

— Nada... — Tom meneou a cabeça. — Antes estava dizendo que estava ocupado, agora está desligado de novo. E ela não visualizou nenhuma mensagem que mandei — mordeu os lábios.

Mais uma vez Tom estava dividido. O seu coração, que ainda amava Mandy desesperadamente, estava angustiado sem saber mais sobre o estado dela. Queria ter certeza de que estava bem, perguntar se precisava de algo e, principalmente, assegurar-se que ela não havia perdido a criança. Jamais se perdoaria se algo assim acontecesse. Ele não sabia como havia sido o acidente, mas não conseguia evitar a sensação de culpa. Seu subconsciente lhe afirmava que ele tinha de alguma forma contribuído para queda dela da escada.

Por outro lado, a mágoa de ter sido enganado o fazia se sentir um tolo.

Tentou ligar novamente para Evans, mas o telefone deste continuava desligado. Pensamentos amargos voltaram a povoar a mente de Tom. Lembrou-se da festa de aniversário de Evans, na qual ele dedicou uma canção à Mandy. A letra romântica e dúbia de "All I want is you" fez o ciúme aflorar. Rangeu os dentes ao relembrar das vezes em que os viu juntos, dançando e trocando segredos. "Será que o romance dos dois era o tal segredo que logo todos saberiam?", perguntou-se. Percebeu que uma certa música, muito cantada por seu amigo, era quase uma ironia velada.

— Amandy é a Delilah... — disse baixinho amargurado.

≈≈

Carlo abriu a porta do apartamento e deu passagem para a entrada de Mandy. Meio insegura ela entrou e pôs sua mala no chão, próxima à porta. Ele fechou a porta, pendurou as chaves e a olhou demoradamente.

— Fique à vontade — ele sorriu de leve. — Vou ver o que posso fazer para comermos — falou calmamente, enquanto se dirigia para atrás do balcão da cozinha americana.

Ao contrário de sua sugestão, Amandy não conseguia relaxar. Depois do ocorrido com Fassbender e da situação com os adolescentes que tiraram sua foto, ela não conseguia se sentir segura perto de homens, que dirá sozinha com um, ainda que fosse seu terapeuta. Foi por confiar demais que ela estava vivendo aquele pesadelo.

The Unlikely (Tom Hiddleston Fanfiction)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora