2 - Esperamos que um dia nossas vidas possam se encontrar

2.8K 207 38
                                    

— Oi? Sua casa? — indagou Mandy instintivamente em português.

Amandy, extremante confusa e sonolenta, não conseguia abstrair o que Thomas havia lhe dito. Ficou, por um momento, boquiaberta tentando processar a ideia de ir para a casa de Tom. Não via a necessidade de tal preocupação, mas não deixara de achar isso estranhamente solidário. Não combinava com a imagem que Mandy tinha dos ingleses e europeus em geral. Um povo que, em sua opinião, era tudo, menos solidário.

Tom a encarou e interpretou sua expressão e suas palavras inteligíveis, como a certeza de que havia tomado a decisão correta. A moça continuava trocando os idiomas e parecia não entender o que ocorria ao seu redor. Não se perdoaria se algo acontecesse a ela naquele estado. Ele percebeu a confusão no rosto de Amandy e resolveu explicar.

— Você não está bem e precisa ficar sob observação. Como você não tem com quem ficar, vou levá-la para minha casa — explicou. — Não se preocupe, não lhe farei mal — disse receoso que a moça o interpretasse mal.

— Ah... — finalmente Mandy disse algo. — Não precisa se incomodar — corou. — Eu vou ficar bem e.... — continuou falando.

Uma enfermeira entrou na enfermaria e chamou pelo nome de Amandy, a interrompendo. Mandy estendeu o braço se identificando e a enfermeira pediu que ela a acompanhasse.

— Obrigada por tudo, Tom. Até. E, mais uma vez, me desculpe pela confusão toda — despediu-se timidamente e deu as costas a ele.

Tom fez menção de falar algo, mas Amandy começou a caminhar aos tropeços, tentando acompanhar a enfermeira.

— Eu sei que tenho "dois pés esquerdos", mas isso já é demais — resmungou Mandy para si em português.

Amandy tropeçou mais uma vez e sentiu uma mão a segurar pelo braço. Olhou para cima e viu que era Thomas com uma expressão preocupada no rosto.

— Obrigada — disse Mandy sentindo-se sem graça.

Tom apenas deu um sorriso tímido e, amparando-a, eles seguiram a enfermeira para fora da enfermaria, até o balcão do hospital. Lá, Amandy tinha que assinar uma série de documentos e receber a confirmação de sua alta. Mandy pegou a caneta e viu que sua mão tremia. "Mau sinal", pensou.

Enquanto ela assinava os documentos rapidamente com sua grafia nada elegante, Tom percebeu olhares e cochichos ao seu redor. Começou a ficar tenso, isso, com certeza, geraria comentários. Amandy terminou de assinar e finalmente voltou a encarar o ator. Foi então que ela sentiu falta de seus óculos. Amandy era míope, mas seu grau não era muito alto, menor que dois graus. Naquele dia, como ia a um chá lolita, tinha deixado eles guardados em sua mochila. Ela tateou os bolsos da mochila, encontrou os óculos e os colocou. Sentiu uma pontada de dor no nariz e deixou escapar um gemido.

— Você está bem? — indagou Tom preocupado ao ver a expressão de dor de Mandy.

— Eu esqueci... Não dá para colocar os óculos — murmurou e retirou os óculos.

Thomas deu um suspiro triste, enquanto via Amandy guardar desajeitadamente os óculos de volta na bolsa.

— Então, vamos? — insistiu Tom franzindo o cenho. — Por favor. Quando estiver melhor eu lhe levo em casa — pediu.

Amandy ponderou que, de fato, ela não tinha nem condições de chegar ao metrô. Sentia que poderia desmaiar a qualquer momento. Imaginou que se passasse mal em casa não teria a quem recorrer. Mordeu os lábios inferiores nervosamente. Odiava sentir-se tão vulnerável e incapaz. Olhou para Tom e assentiu afirmativamente.

No caminho para o carro, Thomas seguiu a amparando, pois ela caminhava com muita dificuldade. Nesse meio tempo, Amandy tentava organizar seus pensamentos, mas parecia que o remédio para dor estava ganhando a batalha. O torpor tomava conta dela. Isso a deixou preocupada, estava indo para a casa de um homem estranho e aos poucos perdia a lucidez. Thomas poderia ser o cara mais lindo do mundo, mas, ainda assim, era um estranho para ela. Não sabia se suas intenções eram sinceras. Lembrou que nas poucas entrevistas que tinha visto de Tom, ele parecia ser um homem bom e respeitador. Repetia mentalmente para si que ele era legal e que seria incapaz de lhe fazer algum mal. "Não que fosse algo horrível ser agarrada por ele" riu com o pensamento. Fez um muxoxo e pensou "Até parece que você é esse tipo de mulher, sua nerd".



The Unlikely (Tom Hiddleston Fanfiction)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora