49 - You see I've forgotten if they're green or they're blue

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Lágrimas de desespero desciam pelo rosto de Mandy. Mais uma vez sua técnica para respirar lentamente não estava dando certo. Ela precisava de sua bombinha.

- Meu amor... Eu sinto muito... - disse Tom angustiado. - Onde está sua bombinha? - exasperou-se.

Amandy ergueu o braço trêmulo e apontou para a mochila. Thomas alcançou o objeto em um átimo e rapidamente achou o Aerolin. Ele pôs o inalador na boca de Mandy e a fez inalar. Aos poucos o remédio começou a fazer efeito.

- Tom... - Mandy murmurou com a voz rouca.

- Shh... - ele pôs um dedo sobre os lábios de Mandy. - Não diga nada, meu amor... Descanse... - afastou os cabelos do rosto dela.

Ainda sentindo muita dificuldade em respirar, Amandy se calou. Ela o viu se afastar, sentar na cama, passar as mãos pelos cabelos e voltar a olhar para si com uma expressão de tristeza no rosto. Mandy se virou de lado na cama, tentando achar uma posição mais cômoda para respirar. Thomas, impotente, apenas observava em silêncio sua namorada lutando por ar.

Mil coisas passavam pela mente do ator. Estava angustiado, pois não gostava de vê-la sofrendo e, por fim, sentia-se culpado. Tom acreditava que a crise de asma teria alguma ligação com seu comportamento um pouco violento durante aquele reencontro apaixonado. Thomas sabia que Amandy vinha tendo dificuldades de controlar sua respiração em situações que remetessem aos episódios de violência que sofrera. Ele estava a par dos treinos de sua namorada com Fassbender e o quanto comportamentos agressivos ainda a deixavam nervosa.

Ele olhou ao redor no quarto e viu os cacos do vaso quebrado, uma cadeira derrubada, móveis fora do lugar, flores pisoteadas e as roupas dela rasgadas no chão. Voltou a olhar para Mandy e seus olhos pousaram nas marcas que ele deixou colo, seios e ventre dela. Involuntariamente, Tom começou a mordiscar seu lábio inferior e passou uma das mãos pelos cabelos nervosamente. Aflito, reconheceu o quanto fora violento. "Por Deus... O que eu fui fazer?", lamentou em pensamento.

Ainda cansada, Amandy cerrou os olhos e, aos poucos, sua respiração voltou ao normal e ela adormeceu. Tom afastou os cabelos dela e para seu desalento viu os hematomas e arranhões que ela tinha nas costas. Fatalmente, ele se lembrou de tê-la jogado contra as paredes e móveis, bem como de ter arrancado o sutiã dela. Ele recostou sua fronte no ombro de Mandy e deixou o ar escapar lentamente.

- Mandy... Perdoe-me... - disse Tom em um sussurro, passando os dedos pelos arranhões. - Perdoe-me por favor... - implorou com a voz embargada.

Thomas ficou mais um tempo a observando dormir e acarinhando os cabelos dela. Percebeu que ela estava mais magra.

- A gastrite está lhe fazendo muito mal... - ele lamentou baixinho.

Triste, Tom se levantou, cobriu-a com o lençol e foi para o banho. Tomou uma ducha rápida e vestiu-se. Ele escreveu um bilhete para Mandy, dizendo que sairia para comprar algumas coisas e partiu.

Pensativo, Tom passou primeiro em uma farmácia, onde comprou alguns itens para cuidar dos arranhões e hematomas de Mandy. Em seguida em uma floricultura, onde comprou camélias brancas, prímulas vermelhas e jacintos roxos. Novamente um buquê de flores carregado de pedidos de perdão e súplicas para que não o deixasse.

Durante todo o trajeto ele remoía o ocorrido. A cena toda passava feito um filme diante de seus olhos. Ponderava que, Mandy, ao chamar seu nome nos últimos momentos, talvez estivesse querendo que ele parasse, ou que estivesse pedindo por socorro. "Será que desde o início ela não queria?", torturava-se lembrando da forma como a possuiu inicialmente.

Tom já estava retornando para o hotel, quando passou em frente a uma loja de doces e resolveu entrar. Passou os olhos pela variedade de chocolates, até que seus olhos se fixaram em um.

The Unlikely (Tom Hiddleston Fanfiction)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora