Capítulo 1

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As Indústrias de perfume Uckermann estão conceituadas como uma das melhores do país além de ser modelo de mercado nesse ramo. No ano anterior foi uma das que mais cresceu e a estimativa é que continue assim.

Para Victor Uckermann atual presidente, existe uma missão complicada a frente. A idade esta chegando cada vez mais. Tem problemas se pressão e diabetes. E além de querer dar mais atenção a sua amada esposa. Sabe que esta cada vez mais perto à hora de se aposentar e precisa decidir quem o sucederá. E está é a tarefa mais difícil.

Seu casamento gerou dois filhos Carlos e Christopher. A diferença dos dois é apenas quatro anos, mas as personalidades são muito diferentes.

Carlos é muito centrado, sério e orgulhoso. Victor o repreende sempre por isso. Trata os funcionários com desprezo e se sente o superior na empresa. Mas por outro lado exerce bem seu trabalho e com a bagagem de estudos que carrega poderia muito bem assumir o controle.

Mas não é só o conhecimento teórico que faz uma empresa ir para frente, a motivação e atenção com os funcionários é primordial. Era por isso que tudo ia bem ali, Victor sempre prezou pelo diálogo e busca estar presente no dia a dia da empresa. Os funcionários o adoram. Assim como Christopher o irmão mais novo. Sempre comunicativo prestativo e sensato. Gosta de participar, de estar no chão de fabrica, entender e vivenciar os problemas para poder solucionar.

Os dois juntos dariam uma bela presidência, porém sabia que não iriam conseguir. Viviam brigando e implicando. Seria péssimo para eles e a empresa. E era sobre isso que vivia pensando nos últimos meses.

- Bom dia! – Christopher entrou na sala com sua prancheta e um sorriso no rosto.

- Está atrasado! – resmungou Carlos sentado a frente de seu pai na sala da presidência.

- Adoro o seu bom humor! – sorriu sarcástico. – Acordei atrasado, cheguei tarde daquela festa ontem. – se sentou ao lado do irmão.

- Viu só papai. Ele ainda é um moleque, gosta de ir a festas, não tem responsabilidades! – atacou.

- Como não tenho? Eu estou aqui agora e cumprirei hora extra para compensar. Para de tentar me difamar para o papai isso é ridículo Carlos.

- Parem vocês dois. São nove horas da manhã, sem brigas, por favor! – os dois se acomodaram e encararam o pai. – O que estão olhando? Vão trabalhar, é para isso que eu pago vocês.

- Sim senhor, pai. – Carlos foi o primeiro e levantar e como um robô seguiu as instruções de Victor.

- É um puxa saco mesmo. – revirou os olhos e saiu também.

A relação dos dois depois que saíram da adolescência sempre fora assim. Brigas constantes e Carlos querendo impressionar o pai. Sabiam que um dia a empresa seria administrada por um deles, mas Christopher não ligava muito para isso, enquanto Carlos dava o sangue para conseguir essa posição.


A parte administrativa como marketing, financeiro, gestão de pessoas, projetos entre outras ficava divididas em departamentos. A parte de Marketing e Projeto ficava no mesmo andar separada por uma parede.

No departamento de Marketing trabalhava Dulce Maria. Com muito custo e depois de um processo imenso ela conseguiu ser contratada e desenvolvia um projeto na área "Inbound Marketing" visando na tecnologia ao público alvo.

E no andar de cima trabalha sua melhor amiga Anahí a amizade das duas começou na faculdade e já dura por logos anos. Annie é da parte do R.H e sempre que encontra problemas a primeira pessoa que chama para "tapar buracos" é Dulce.

- Por favor, Dul, o Rodrigo faltou e não tem ninguém para por no lugar.

- Não posso sair do meu trabalho Annie, pra ficar explicando sobre a empresa. Eu tenho mais o que fazer. – andou pela sala procurando alguma coisa.

- Mas Dul, não tem mais ninguém para eu chamar. Por favor, não demora muito e você não ta fazendo nada. – a seguiu.

- Como não? O projeto não esta pronto Annie, estamos trabalhando pesado junto com o pessoal de T.I não posso sair.

- Não tem ninguém aqui Dul.

A repartição estava mesmo vazia. Os estagiários só viriam na parte da tarde, a gestora estava em reunião e o resto do pessoal estava desenvolvendo parte das atividades fora da sala.

- Que droga Anahí, se isso demorar mais de uma hora eu juro que nunca mais te ajudo.

- AI eu te amo, amiga. – a abraçou.

A contra gosto Dulce seguiu para a recepção atrás do pequeno grupo de crianças que desenvolviam um trabalho de empreendedorismo na escola. Era normal a empresa contar com visitas técnicas, havia até alguém especializado para esse tipo de evento, porém justamente hoje a pessoa não foi.

O trabalho não era difícil, teria que mostrar como a fabrica funciona, o processo de produção e a história. Era fácil, porém Dulce não levava muito jeito com essas coisas. Já havia feito isso outras vezes, mas nunca sabia o nome das maquinas ou o preparo das essências.

- Bom dia crianças e professores. – sorriu e cumprimentou o grupo que acabava de chegar. – Meu nome é Dulce e vou ficar responsável por mostrar a empresa a vocês. Fiquem a vontade para perguntar e me interromper quando quiserem. Primeiro um pouco da historia. – deu a uma professora uma pequena pilha de panfletos. – As indústrias Uckermann começaram há exatos cinqüenta anos atrás...

Começou a lhes mostrar e contar um pouco mais sobre a indústria e tudo que a compunha.

***

Christopher estava na parte do carregamento conversando com um dos encarregados de logística. Gostava de ficar na parte da indústria poder entender cada processo na fabricação e também conhecer um pouco mais dos funcionários que ajudam e ajudaram a sua família ficar rica.

- Transporte de mercadorias aéreas acho que não vale muito a pena mesmo, já havia conversado com meu pai. – comentou.

- O custo para manter um avião é muito maior do que os dos caminhões.

- Foi isso que eu disse o Carlos que não sabe direito o que fala. Conhece meu irmão. – revirou os olhos.

- Ele é bom no que faz com os números, porque realmente na eficiência só se ele visse de perto. Não compensa já disse na reunião.

- Sei disso Lucas, mas ele nunca vem aqui olhar como o processo acontece e depois quer dar palpite. Só não lambe o chão que meu pai pisa, porque seria um pouco demais ate para ele.

- Você e seu irmão... – rui se lembrando do modo como os dois discordavam de tudo.

- Preciso voltar depois no falamos. – cumprimentou Lucas e voltou para dentro da indústria.

Havia um caminho grande até o prédio que ficavam os departamentos, mas ele não se importava em andar por ali. Na verdade até gostava, desde criança sempre gostou daquele lugar, seu avo vivia lhe contando historias sobre a empresa e ele amava ouvir. Trabalhar ali era um grande sonho, queria ser que nem seu pai, seu avó e estar ali era um passo para chegar mais perto.

Enquanto voltava percebeu uma movimentação perto dos vidros que dava para ver todo o processo produtivo. Sabia que deveria ser uma visita técnica, mas não conhecia a moça que estava apresentado.

- O que estão fazendo? – perguntou quando se aproximou.

A moça dos cabelos avermelhados soltos em longos cachos arregalou os olhos assim que o viu. Ele não se lembrava dela, talvez nem se conhecessem, mas também não sabia de nenhum funcionário novo.

- Se-senhor Christopher, er... 

Doce Paixão.Where stories live. Discover now