Capítulo 8: Tlalpan dos macacos

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Os auans, pitecinos ou humanos-macacos, são soans parecidos com os humanos quanto à anatomia e comportamento, mas estão entre os mais surpreendentes e curiosos do ponto de vista sexual. Graças à biblioteca do Instituto, sei de pelo menos quatro estirpes nas colônias, mas apenas a Vanara existe em Atlântida. Nesta, as fêmeas são do tamanho e peso das humanas e os machos um tanto mais baixos, pesados e robustos. Têm pelo castanho ou cinzento, macio como o de um coelho, por todo o corpo, pés e mãos quase iguais e uma cauda preênsil quase tão longa quanto sua própria altura. O rosto é quase humano, com testa baixa, maxilares fortes e nariz achatado. Adoram tomar banho, comem principalmente frutas e seu odor e hálito naturais são agradáveis, ao menos para meu gosto. Na Capital, vivem em grupo em galpões altos e espaçosos nos quais criam labirintos de traves, cordas e colunas

Quanto ao nosso tema, têm muita curiosidade por humanos de ambos os sexos e se forem com a sua cara aceitam bem uma proposta direta, quando não tomam a iniciativa. São incrivelmente flexíveis e entregam-se longamente a beijos profundos, abraços e carícias desinibidas com a língua, as quatro mãos e cauda e as penetrações são longas, vigorosas, gostosas e sem pressa. Do ponto de vista da sensualidade pura, são insuperáveis.

As fêmeas têm um par de tetas grandes e cheias como nós, humanas. A buceta não parece muito diferente das nossas em tempos normais, mas no cio, os lábios ficam enormes e abertos como uma grande flor vermelha e seu tesão, normalmente já alto, vai para as nuvens. E elas têm pintos. A rigor são clitóris, mas ficam quase duros e só diferem dos masculinos por serem maiores, mais curvos e não ejacularem. Com a cauda, podem proporcionar a experiência incomum de ser duplamente penetrada por uma fêmea sem a ajuda de brinquedos.

O esporro dos machos é abundante, denso, gelatinoso e de sabor forte. Os paus têm forma similar à humana e tamanho menor, mas eles os usam muito bem. Fodem de todas as maneiras imagináveis para nós e outras mais. Muitas posturas que para nós exigem flexibilidade acima da média e muito treino em ioga ou ginástica são para eles triviais.

Minha primeira experiência foi com Tara, uma amiga que veio me propor um grupo de soans com talentos circenses e pedir orientação sobre como se organizarem. Gostamos uma da outra e assim que nos abraçamos da primeira vez, soubemos que queríamos ir mais fundo. Por muitos dias seguidos eu subi com ela no sótão da casa onde fazíamos reuniões para acabar o dia com uma boa trepada, antes de ela voltar para casa. Então ela me convidou a conhecer a família.

Eles não dão a mínima para a intimidade. Se você aceitar seu convite para uma farra, pode contar com a suruba de sua vida. Seja mulher ou homem, você será levado para cima e para baixo, abraçado, festejado, lambido, chupado, mordiscado, bolinado, penetrado em todas as posições e convidado a pagar na mesma moeda a todos os machos e fêmeas adultos segundo a ordem protocolar da casa, um por vez (com direito a pedir uma mãozinha a terceiros) e sem afobação, enquanto os demais se comem, brincam e fazem algazarra.

Caso vocês ainda não tenham percebido, eu gosto muito de trepar, mas não tanto de surubas no sentido estrito da palavra. Eu as defino como encontros sexuais com mais de três desconhecidos de uma vez. Gosto de desbravar um estranho de cada vez, talvez dois, no máximo três, mas com mais que isso fico de pé atrás, acreditem ou não.

Uma farra em grupo também me cai bem, se estou entre amigos. Uma das lembranças mais queridas da minha adolescência foi o dia em que nosso time de tlachtli, éramos três garotas e três rapazes, ganhou o campeonato escolar e todos comemoramos no vestiário, eufóricos e suados. Outra foi com o meu grupo de teatro. Para melhor nos enfronharmos nos personagens, durante os ensaios a gente improvisava e os interpretava em situações fora de cena, e quando resolvemos interpretar um drama sobre um grupo de jovens à espera do fim do mundo, a gente saiu do roteiro para nos portarmos como pensávamos ser natural naquela situação. De fato, os diálogos faziam mais sentido quando supúnhamos ter vivido aquela bacanal primeiro.

Mas surubas como gostam de fazer principalmente os clãs de nobres, banqueiros e mercadores, quando juntam dezenas ao acaso, ficam todos mascarados (exceto profissionais contratados) e evitam falar para não serem reconhecidos, para essas não me convidem. Para mim, a descoberta do outro ou da outra é a melhor parte. Gosto de me mostrar e me arriscar com quem se mostra e se arrisca. De outro jeito, não me interessa.

Com os auans foi diferente. O sexo para eles é lúdico, mas é um jogo sem máscaras nem falsas expectativas. Você se dá a conhecer e os conhece um por um, como quem chega numa celebração convencional e é apresentado aos convivas. Só que em vez de trocar dois dedos de prosa, comer uns salgados ou tomar uns goles com cada um, você troca uns dedinhos nos grelos, come uma buceta ou toma uma piroca, conforme o caso.

Eu fiz um sucesso fora do comum com eles. Meus tentáculos mágicos, que podem brotar de qualquer parte do corpo e se tornarem visíveis quando eu quero, fizeram furor. Combinados com meus talentos acrobáticos e minha boa disposição, fizeram de mim a rainha dos macacos por um dia. Mas sei de humanos comuns que gostaram da brincadeira. Basta você ser um jovem em ótima forma, bissexual, sem preconceitos e muito libidinoso e experiente. Mas se você não der oportunidade a todos os interessados, quem não teve sua vez ficará magoado. Na primeira vez, faça de tudo para evitar a desfeita. Peça intervalos para descansar, brincar, bater papo, partilhar um banquete de frutas ou tirar uma soneca, com isso eles não se ofendem. Fique com eles alguns dias, se for preciso. São carinhosos e cuidadosos, não se afobam e se divertem com sua companhia. Depois dessa iniciação, você vira um auan honorário, tratado como um deles. As coisas ficam mais soltas e você fica à vontade para transar ou não. Olha, tive vontade de largar tudo e viver pelada entre eles, pendurada nos cipós de alguma selva dos trópicos.

As Posições da MissionáriaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora