Capítulo 6: As amigas dos cadetes

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Tenho uma afinidade especial com os fuans ou panterinos, pois convivi com eles desde a infância e os acho muito bonitos. Têm olhos de pupilas verticais, rostos e cauda felinos e mãos e braços basicamente humanos, mas com garras retráteis. Existem sete estirpes em Atlântida: Apaec (dente-de-sabre), Byakko (tigre), Sekhmet (leão), Tlaloc (jaguar), Chacmool (puma), Seshat (pantera) e Bastet (lince-de-Atlântida ou quifur). Os três primeiros são duas cabeças mais altos que os humanos, o quarto uma cabeça maior, o quinto e sexto do tamanho de um homem médio e o sétimo algo menor. Byakkos são rajados, Apaecs, Sekhmets e Chacmools pardos, avermelhados ou acinzentados, Balams, Seshats e Bastets pintados ou negros.

Os Bastets podem também ser pintados em negativo, ou seja, pretos com pintas amarelas. Ceri, minha namorada da escola, era assim. Mas são os homens que mais procuram as panterinas, talvez tanto quanto as mulheres aos faunos. E assim como alguns faunos, certas panterinas adquirem gosto por humanos. Há homens que se juntam em pequenos grupos para visitar uma delas. Para certas sociedades de jovens, como os cadetes do Exército Imperial, isso tem caráter de iniciação e prova de coragem. Reconheço que exige certa bravura por parte de rapazes inexperientes. A mais franzina das Bastets arrancaria o pau e as bolas de um homem com uma só mordida, se quisesse. Claro que o risco induz os homens a serem tão atenciosos com elas quanto ao lidar com uma princesa. Não é por acaso que o pekenan, o amuleto com o qual nós, mulheres atlantes, nos protegemos de estupros, é feito de garras de uma felina.

Elas têm seios  sensíveis, aceitam bem carícias na xoxota (o grelo fica mais para dentro) e adoram mordidas na nuca. Não lhes custa retrair as garras para brincar com as partes mais sensíveis dos humanos e controlar as presas para dar mordidinhas arrepiantes. Gostam de nos lamber o corpo todo e suas línguas são ásperas, mas não acho o contato desagradável, mesmo na buceta, desde que não se exagere. Quando estão no cio, têm um apetite sexual capaz de humilhar qualquer fauno. Com os homens, não fazem questão de criatividade, mas gostam de ser penetradas muitas vezes, quanto mais, melhor. Cem vezes num dia não é demais para elas. Portanto, nem sonhe com satisfazer uma delas sozinho. Até um pelotão de cadetes jovens e briosos morde o pó da derrota.

Quanto aos machos... Que pena! Não servem para nós. Os pintos são de formato parecido com o dos humanos e tamanho proporcional, mas a glande em cone é eriçada de farpas voltadas para trás. Entrariam em uma xereca ou cu humanos sem dificuldade, mas ao saírem, deixariam a vítima em choque de dor e hemorragia e necessitada de socorro médico urgente. A vagina das panterinas resiste, mas a retirada arde pra caralho e mesmo elas precisam de um tempinho antes de ficarem de novo dispostas. É por isso que tantas delas apreciam a experiência ágil, deslizante e suave de um pinto humano, mesmo se os homens não têm nem a sombra da potência de um macho de sua espécie.

Nada disso impede uma mulher de se apaixonar por um fuan macho e vice-versa. Sempre foi um amor condenado à quase castidade, até a minha família se envolver.

Awesa é a precursora da integração dos soans desde a época imperial, quando isso era proibido e perigoso. Aprendiz de bibliotecária, criou na Sarna, por conta própria, um curso clandestino de letramento para soans, tanto livres quanto escravos de folga. Nessa missão escolhida por ela mesma, conheceu um homem-jaguar chamado Razzan, amigo de meu pai Sistu. Encantaram-se um pelo outro e as restrições físicas ao seu relacionamento, das quais estavam bem conscientes, não os dissuadiu. Conta-me ela:

"Na primeira oportunidade, quis ficar nua com ele, apenas para nos abraçarmos e acariciarmos. Pouco a pouco, ele arriscou me penetrar com um dedo e me lamber a xoxota e eu a masturbá-lo com cuidado e era isso. Ambos tentávamos compensar a frustração imaginando um ao outro ao trepar com terceiros. No meu caso, com seu pai."

Ambos sobreviveram aos perigos da guerra civil, vieram morar na casa coletiva de meus pais e seus amigos e Razzan foi meu padrinho. Acontece que minha madrinha Tiakat, que também é esposa de meu pai e uma xamã poderosa, descobriu como transformar um humano em be'er ou vira-peles, um ser com poderes sobrenaturais de regeneração e capaz de se transformar quase à vontade em soan e animal. Um ano depois, quando eu ainda era bebê, Awesa criou coragem para pedir a Tiakat para transformá-la. Era uma magia complicada e pioneira, mas deu certo. Sobre o resultado da operação:

"Na minha forma de mulher-onça, posso me dar inteira a meu amor. A cada vez, ele me faz gritar e ver estrelas quanto tira o pau de mim, mas vale a pena. Aprendi a gostar dessa ardência terrível, a gozar com a mistura de dor e prazer e com a sensação incrível de um jaguar feroz me morder e rugir dentro de mim. Quando estou no cio e temos tempo um para o outro, fodemos dezenas de vezes seguidas, dia e noite sem parar."

Confesso que fico com um pouco de inveja.

NOTA À SEGUNDA EDIÇÃO: Depois de ler esta passagem, Zangzhen, meu irmão tecnomago, teve a ideia de camisinhas apropriadas para fuans machos penetrarem humanos sem feri-los. Ele e eu as testamos pessoalmente com amigos panterinos de várias estirpes e funcionaram bem. Também posso, afinal, acolher um jaguar na minha gruta. Perco a tal ardência, mas acho que posso passar sem ela. É menos satisfatório para o macho, pois parte da emoção vem do arrepio nas farpas ao arranhar a vagina, mas vale pela novidade e para agradar uma amizade humana.

P.S.: Isso foi depois de eu parir Hoengseng, uma gracinha de menina. O irmão Vhaaoy, o pai Vasu e a madrinha Madhavi também a adoram. Minha mãe Tjurmyen pressente que ela vai me dar mais trabalho do que eu a ela. Se for tão feliz quanto eu, tudo bem.

As Posições da MissionáriaWhere stories live. Discover now