Capítulo 32

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A minha viagem com o Noah e com o Rafael pode ser o que eu chamo de perfeição. Fomos para um lugar lindo onde tinha muita gente bonita e comida boa. As praias eram magnificas e o hotel melhor ainda. Pra mim quando viajamos o melhor mesmo é ficar em um hotel bom.

Hotel bom são os melhores.

Depois da viagem minha vida voltou a ser o que era.

Continuei desempregado por que ninguém queria um estagiário. Continuei sendo babá dos filhos do Mauricio e do meu filho. Continuei lidando com a Kendra que cada dia mais que se passava ela ficava mais estranha.

Tive que fugir do meu pai que eu encontrei em um restaurante fazendo sei lá o que. Tive que dar uma de louco na rua e colocar o Christopher para correr. Tive que lidar comigo mesmo caindo sobre a mesinha de centro da sala e quebrando-a e enfiando cacos enormes de vidro na minha perna.

Lidei com o Rafael me dando sermões que nem um louco no hospital e lidei com os meus amigos mais preocupado com um maldito cisne de cristal do que com a minha perna arregaçada...

Foram duas semanas cheias de emoções.

***

Depois de um dia cansativo em casa sem fazer nada eu decido sair com os meus amigos para uma balada. Deixo o Noah com a mãe do Maurício (o que me ajudou muito) e carrego o Rafael comigo.

Ele estava bastante animado, já que não saia faz tempo.

Então fomos para uma balada voltada para o publico LGBT. E para quem já foi sabe como as pessoas ficam possuídas por uma entidade maior e mais poderosa e quer fazer tudo o que vê pela frente.

Bom, era assim que os meus amigos estavam.

Quando digo amigos eu quero dizer Maurício.

Estava tocando uma música chamada Libertad e ele estava com certeza se libertando junto com a sua prima louca que também me puxou, mas eu logo sai fora.

— Kendra, você está em uma balada. Acorda mulher, vamos rebolar a raba.

— Não estou disposta.

— Então vamos beber.

— Não, obrigada. Hoje eu passo.

— O que está acontecendo com você Kendra, já estou com preguiça desse seu jeito de múmia morta. Não estou gostando disso não hein.

— Apenas me deixa...

Ela se afastou e se sentou em uma cadeira que estava próxima. Eu então fui até o o Maurício que estava quase de quatro com o Marcelo montado em sua bunda. Eu o puxei pelos cabelos e ele como sempre reclamou.

Esse cara está muito chato.

— Chega com essa putaria.

— Como você é chato!

— Sou realista! Vamos ser todos expulsos por que você resolveu transar com o seu maridinho em cima do balcão de bebidas.

— Nossa, como você é fofo.

— Passei de chato para fofo... É um progresso. Agora foca aqui, eu estou encasquetado com uma coisa.

— O quê?

— A Kendra está muito estranha, na verdade ela já vem agindo assim a um bom tempo. Hoje ela quase não falou comigo, não que eu esteja reclamando. E ela não está bebendo. 

Diego no País das Maravilhas!Onde as histórias ganham vida. Descobre agora