Capítulo 23

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Depois de um dia exaustivo de trabalho e de faculdade eu estava livre. Quando estava prestes a voltar pra casa, me lembrei que naquele momento eu não tinha casa, e que estava fazendo trabalho de uber, e que tinha que ser garçom do Maurício e do Marcelo.

— Quando eu digo que a vida é injusta... Eu sou o ruim!  

— Bonito carro.

"Ai que susto".

— Obrigado. Foi a primeira coisa que eu comprei com o meu salario. Se você tem amor a  sua vida, não faça uma coisa como essa. Não é como comprar um celular de 3.000 dólares. É um carro... Muito caro por sinal.

— Posso imaginar.

No caminho de volta para a casa, Rafael ligou para nós dois inventando alguma coisa sobre jantar com sócios e coisa do tipo. Maurício fez um tipo de coisa que me irrita muito, cu doce. Minha vontade era de mandar ele para o cu do mundo, mas eu não o fiz.

Quando chegamos na casa do Marcelo felizes da vida, ele me deu uma noticia que não foi de muito agrado.

— O que é isso de baixo da porta — eu disse me referindo a um risco feito de pó branco. Primeira coisa que se passou na minha cabeça, é que era cocaína. Mas para quê? Para os gatos?  

— É sal... Para os fantasmas.

— Como disse?

— Fantasmas.

— Tem fantasma nessa casa?

— É só um... — ele disse sorrindo.

— Só um! — eu digo sorrindo. — Só um... Diz para o Rafael que eu fui ficar em um hotel!

Ele pegou em meu braço e me arrastou para dentro da casa. Fiquei olhando para os lados com um medo absurdo da criatura demoníaca que ali estava abitando. Então decidi deixar um aviso para ele não se meter comigo.

— Acho melhor não me fazer mal algum. Ou eu te mando de volta para o inferno... Ou para o céu, na verdade eu não sei de onde você vem — eu disse sorrindo para o Maurício que estava me olhando.

— Chega de falar com os fantasmas. Vem, vamos nos arrumar.

Ele me ajuda a levar as minhas malas para o quarto de hospedes e eu tomo um banho demorado, já que eu não estava na minha casa mesmo. Não seria eu a pagar a conta. Depois coloquei um terno preto e uma gravata azul marinho.

Depois de pronto, nós fomos até a sua surpresa.

Marcelo tinha alugado um barco para pedir ele em namoro, eu particularmente acho meio desnecessário tudo isso. Se fosse comigo, uma comida já me faria muito feliz. Mas os outros sempre tem essa mania de problematizar.

Quando chegamos, eu não consegui me controlar assim que eu vi o Marcelo vestido de Marinheiro.

— HAHAHAHAHAHAHA. Ai Marcelo, você está muito brega — eu disse limpando as lágrimas nos cantos dos olhos por causa da gargalhada.  

— Está entregue, agora vaza!

A pequena veia na minha testa saltou um pouco.

O meu olho angelical de um pequeno tique.

Mas eu me controlei.

— É nisso que dá ajudar os amigos!  

Eu entrei no barco e quando subi para a parte de cima do barco que eu não faço ideia do nome, e nem tenho vontade de descobrir, Rafael me pegou e me prensou na parede do barco, se aquilo tinha parede, de novo, não faço ideia.

Diego no País das Maravilhas!Onde as histórias ganham vida. Descobre agora