Capítulo 24

686 102 13
                                    

-ooOoo-


E minha duvida era eterna.

Quando eu cheguei no trabalho, a primeira coisa que eu pensei em fazer foi ir naquele maldito escritório e gritar, gritar e socar a cara dele. Depois fazer que nem a Channel e enfiar a cara dele dentro de uma panela com olho quente, mas e pensei bem e deixei quieto.

Tenho que pagar as minhas contas.

Então decido mais uma vez ir cortar cebolas.

Enquanto estava fazendo tudo direitinho e na maior calma, meu celular tocou. Pensei em não atender pois imaginava ser o Rafael e não queria discutir com ele, mas então eu vi que era o Marcelo então resolvi atender.

— Pois não!

— Seu namorado só me dá problemas.

— O que ele fez agora?

— Ele encheu a cara de pinga! Deu em cima dos guardas na rua, me deu um beijo, fez escândalo e ainda chorou feito uma criança enquanto dizia: Diego não me ama mais, não me ama mais, eu sou amante dele, o chefe é o namorado e eu sou o amante.

 Um pouco de vergonha alheia.

— Não posso ficar com ele, tenho que voltar para o escritório.

— Pode ir, eu estou indo pra casa.

Nem disse tchau, apenas desliguei o telefone, claro que depois eu me senti um pouco mal, tenho essa mania de desligar o telefone sem me despedir, acho que a cena fica mais dramática. Quando eu me virei, dei de cara com o Christopher. Já sabem né? Tomei um susto.

— Ai que susto! Se quer me matar enfia uma faca no meu peito.

Ele estava me olhando estranho.

"É agora que ele vai te sequestrar que nem naquelas novelas!" 

Já me preparei para o impacto.

— Você não vai embora!  

— Como é?  

"Me protege Berenice!"

— Eu sou o seu chefe e não te autorizo a sair.

— Mas meu namorado precisa de mim... — tentei fazer cara de cachorrinho que caiu do caminhão de mudança, mas não deu muito certo.

"O que eu estou fazendo? Acorda pra vida seu animal, já passou tempo de mais aguentando esse assedio todo, está na hora de colocar um basta nisso."

— Então eu me demito.

Tirei meu avental e arremessei em seu rosto, naquele momento eu queria que fosse um copo de vidro, mas já estava satisfeito. Ele ainda tentou ir atrás da minha pessoa, mas eu consegui correr e chegar no meu carro a tempo.

Quando eu cheguei na casa do Marcelo, fui para o quarto em que estávamos e quando abro a porta dou de cara com... Nada, ele só estava dormindo mesmo. Seus cabelos estavam molhados e ele estava quase em posição fetal.

Quando ele bebe fica parecendo uma criança especial.

Eu me deitei ao seu lado e comecei a fazer carinho em seus cabelos. Quando estava quase pegando no sono eu percebi que ele estava me olhando.

— Diego...

— Não fala nada, me deixa falar primeiro. Eu quero te pedir desculpas por não ter te contado sobre o Christopher. E eu também deveria ter pedido demissão assim que ele deu em cima de mim pela primeira vez.

— Mas meu ciumes é muito sem noção. Eu confio em você...

— Eu sei que confia — eu dei um beijinho em sua testa. — Não estava em meus planos pedir demissão, mas depois de hoje... Bom, não dava mesmo para continuar trabalhando com ele.

Ele ficou me olhando e deu um pequeno sorriso.

— Então você pediu demissão?

— Sim, mas sei que tenho a capacidade achar alguma coisa melhor. Até por que aquilo era um estagio e eu não fui feito para cortar cebolas, fui feito para comandar, para ter meu nome escrito em um enorme letreiro.

Ele deu um salto na cama e me assustou um pouco. Ele se sentou na minha frente e ficou me olhando.

— Eu vou te ajudar a ter seu próprio restaurante! 

— O quê? Logico que não! Para com isso, palhaço.

— Deixa de ser orgulhoso Di! Eu te ajudo a montar o restaurante e seremos sócios... Que tal?

— Até que não é uma má ideia. 

Eu disse me levantando animado com a noticia. Acho que poderia dar certo, ele longe e eu fazendo meu trabalho de boas sem ter ninguém reclamando no meu ouvido. Eu realmente amo esse homem.

— E não é uma má ideia.

Ele disse se levantando e vindo até mim.

Ele me deu um abraço apertado e ficamos assim por um longo tempo até que ele se afastou e ficou me olhando meio que temeroso ou algo do tipo. Queria me falar alguma coisa, mas estava com medo.

"Nossa Diego, você conhece muito esse homem!"

"Claro que sim, é o meu homem!" 

— Está tudo bem? Você quer me falar alguma coisa?

— Sim... Uma coisa que eu queria te falar a muito tempo, mas nunca tive coragem...

— O que foi? Você tem hemorroidas?

— O quê? — ele me perguntou assustado. Teve uns dias ai que ele passou quase duas horas no banheiro, ou estava entupido, ou estava se masturbando... Mas acho que foi a segunda opção.

Dei um pequeno sorriso para ele.

— Tudo bom?  

— Diego... Não estraga o momento?  

— Claro... Desculpa. Pode continuar.

Ele ficou me olhando e respirou fundo.

— Quer se casar comigo?

"Só isso? Cadê o discurso fofo? Aliança? Joelhos? Cadê?"

"Cala a boca consciência!"

— Casar?

— Sim casar, eu quero viver minha vida inteira com você, eu quero ter filhos e quero formar uma família. Então aceita? - Meus olhos lacrimejaram.   

Não preciso pensar duas vezes.

— Sim... Eu aceito me casar com você.

Rafael abriu um enorme sorriso, maior do que ele já costuma dar e me deu um abraço apertado. Ficamos assim por vários minutos até ele me dar um beijo e me jogar nas costas.

— Agora vem! Vamos tomar banho juntos.

— E transar!

— Claro!  

XXX

Pedido de casamento mais xoxo, mas o que vale é a intenção. 

Diego no País das Maravilhas!Where stories live. Discover now