Capítulo 4

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Depois de andar não sei por quanto tempo, eu cheguei na frente de uma lanchonete e vi que o cartão de debito estava no meu bolso, e pensei: Por que não?

Entrei na lanchonete e sem querer esbarrei em um cara que estava lendo um livro.

— Ei... Olha por onde anda.

— Morre!

Eu me sentei em uma mesa mais afastada e fiz meu pedido, não vou dizer tudo o que eu pedi aqui por que como vocês já sabem, foi muita coisa e quando eu digo muita coisa, quero dizer muita mesmo

Depois de terminar o primeiro pedido, eu pedi mais um.

Dois lanches.

Milk Shake.

Batata frita.

Calabresa.

Bolinhos de chocolates.

E muitas outras coisas.

Depois que eu terminei de comer, eu pedi a minha conta e paguei tudo com o cartão do meu pai, uma coisa eu já sabia, pela manhã eu não teria mais aquele cartão, então por que não aproveitar? Chamei alguns moradores de rua que estavam pedindo algum dinheiro na frente da lanchonete e disse que eles podiam pedir o que quiser.

— Senhor... O senhor não pode fazer isso — a garçonete junto com um homem se aproximaram.

— To pagando — eu gritei meio descontrolado. — Quero que eles sejam bem servidos, caso contrario eu vou botar fogo nesse lugar.

Os moradores gritaram e fizeram seus pedidos. Senti meus estomago embrulhar e estava na hora de fazer o novamente o meu ritual de todos os dias. Deixei a conta paga e mais um vez esbarrei sem querer no homem que estava sentado no balcão.

— De novo — ele disse bravo.

— Morre de novo— eu disse sem ligar.

— Está tudo bem?

Sem dar muita atenção eu fui até o banheiro e me olhei no espelho. Respirei fundo e fui até a ultima cabine que era bem afastadas de todos. Sem pensar muito eu coloquei o dedo na garganta. 

A mesma coisa de sempre, mas quando eu sai da cabine dei de cara com o garoto do balcão.

— Ai que susto.

— O que você está fazendo com a sua vida?

— Eu mereço... — eu disse sentindo tontura. — Está falando do que humano?

— Eu vi o que você fez lá fora!

— Dei de comer para a população carente?

— Não! Você se empanturrou de comida e depois veio aqui no banheiro para vomitar e de proposito.

— Você não sabe de nada que acontece na minha vida, eu tenho os problemas e não preciso de um estranho vindo aqui para me dar lição de moral.

— Eu estou tentando te ajudar.

Ele disse chegando mais perto. Eu não estava acostumado com aquele tratamento, aquela preocupação, acho que nunca passei por uma coisa assim. Minha mãe nunca se preocupou muito comigo e com meus irmãos na nossa infância, ela preferia ir comprar roupas e deixar a gente com as babas.

Quando eu cresci e comecei a engordar, ela ficou ficou mais preocupada com o meu peso do que comigo. Então toda a sua atenção foi voltada para a Emma que era Líder de torcida, popular e bem "famosinha" e com o meu irmão que era o melhor da classe e todo magro parecendo um modelo.

Diego no País das Maravilhas!Where stories live. Discover now