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Twenty Four

Melissa abre a porta e me chama para entrar com um sorriso acolhedor. Ela me conduz até o sofá e diz que vai me trazer um chá. Ela volta com duas xícaras e se senta em uma poltrona.

- O que te traz aqui? - Ela me pergunta.

- Eu tenho algumas dúvidas. - Eu digo. - Vocês por acaso compraram mais uma moto?

Ela me olha atentamente, então fecha a cara.

- Eu vou matar o Scott.

Melissa começa a procurar seu telefone, mas eu a interrompo. - Não é isso. - Eu digo. - Escuta, eu encontrei uma moto, em uma tenda à alguns quilômetros daqui. Parrish consultou a placa pra mim e o endereço do registro é o endereço daqui.

- E o nome do proprietário?

Aperto meus lábios um contra o outro, enquanto decido se posso contar pra ela o que está acontecendo.

- Não tem nenhum nome. - Eu murmuro.

Ela me olha confusa. - Você tem uma foto da moto? Talvez eu a reconheça...

Pego meu celular e abro a galeira de fotos. Eu a entrego e ela observa atentamente.

- Infelizmente, não a conheço.

Suspiro derrotada e olho para os meus pés por um instante. Isso parece loucura e quando acho que estou perto de uma verdadeiro pista, ela desaparece. Sinto vontade de chorar, mas não posso fazer isso na frente da Melissa.

- Posso ir ao banheiro?

- Claro. - Ela responde, imediatamente.- Você sabe onde é.

Eu me levanto e subo às escadas. Ando pelo corredor e abro a porta que leva ao banheiro, a tranco e encaro o espelho.

Eu preciso de um sinal.

Respiro fundo e saio do pequeno espaço, voltando para o corredor. Passo pelo quarto do Scott, mas paro diante de uma porta fechada. Eu a abro sem hesitar e entro.

Não há nada dentro, somente uma porta que leva a um banheiro. As janelas estão fechadas e está impecavelmente limpo.

- Malia? - O quarto some quando Melissa me chama e eu me dou conta que ainda estou no corredor. - Por que está encarando uma parede?

Eu olho para ela e olho de novo para a parede onde havia uma porta e por trás dela, um quarto vazio.

- Hum... Está sujo aqui.- Eu levanto minha mão e esfrego um mancha inexistente, apenas para convencê-la de que eu não sou uma surtada.

Ela me olha desconfiada e então ri levemente.

- Eu preciso ir. - Digo rapidamente, e começo a descer às escadas. - Obrigada pelo chá.

- De nada, venha mais vezes. - A ouço dizer um pouco antes de sair pela porta da frente.

Antes de entrar no carro, percebo um garoto loiro me olhando do outro lado da rua. Ele sorri de lado pra mim e eu reviro os olhos, entrando no carro.

Assim que chego em casa, me deito na cama e viro a atenção para a janela. Tem que ter uma pista.

.

- Por que não veio ontem? - Scott pergunta, atrás de mim.

Eu reviro os olhos e pego um último livro antes de fechar a porta do meu armário e começar a andar para a sala de aula.

- Virose.

Ouço a risada dele e me soco interiormente. Sou uma péssima mentirosa.

- Parrish me disse que você foi na delegacia ontem. - Babaca - Você não acha que está obcecada demais?