Ele se jogou em cima do meu lado e ficou respirando fundo.

— Entrou um cara novo no trabalho...

— ESTÁ ME TRAINDO?

— Não... Ele tem marido.

— Que lindo... E como ele se chama? — eu disse animado. Não tinha nenhum amigo gay.

— Marcelo, e o marido dele se chama David.

— Que lindo de novo...

— Ele quer jantar com a gente hoje. Vamos?

— Claro que sim, eu preciso de novo amigo. Não posso passar o resto da minha vida só com a Kendra no meu pé, tenho uma paciência fraca.

Eu disse me levantando e indo até o banheiro.

Depois de tomar um banho gostoso, vestir uma roupa linda e arrumar o meu cabelo perfeito, eu estava pronto e lindo. Rafael também estava gostoso, como sempre. Meu namorado peludo e gostoso, e deixou de ser bambu de cutucar estrela, agora ele era forte e gostoso. Bambu cheio de veia era o pau dele... Até deu água na boca.

Gostoso...

— Então vamos?

— Vamos sim. Como estou?

— Lindo como sempre... Como você é gostoso...

Eu disse já tentando tirar a sua camisa.

— Ninfeto, por favor... Temos que ir. Se você me provocar não vamos sair daqui hoje!

— Está bem... Mas quando voltarmos você não me escapa.

Ele deu risada e me deu um beijo.

Quando estávamos no elevador, uma senhora ficou olhando para nós dois como se fossemos aberrações. Eu já tinha brigado com ela uma vez e ameacei a jogar óleo quente na cara dela, mas fui parar na delegacia.

— Tudo bom com a senhora?

— Diego...

— Cala a boca — eu apontei o dedo para o Rafael.

— Tudo bom com a senhora?

— Tudo sim. E com você?

— Estou bem. E como anda a saúde?

— Ai, semana passada a senti uma dor na lombar...

— Chegamos. Vem Rafael.

Eu disse puxando ele para fora do elevador. Quando chegamos no carro ele até me perguntou o motivo de eu ter sido simpático com a velha reumática, e eu só disse que estava passando o tempo, estava com preguiça de responder ofensas. 

Quando chegamos no restaurante e sai do carro todo divando, até a minha camiseta ficar presa quando eu fechei a porta.

— RAFAEL ME ACODE.

— O que foi?

— Nada amor, eu só estou gritando por que eu gosto de falar gritando, e eu só estou pedindo socorro por que é divertido pedir socorro. ACORDA JUMENTO, eu estou preso aqui na porta.

Ele veio correndo até mim e tentou abrir a porta, mas estava travado. Eu amo o Rafael, ele ficou ao meu lado quando mais ninguém ficou, me amou do jeitinho que eu era, mas ele tem a cabeça um pouco limitada. Parece que está sempre na brisa.

— Calma amor, eu tento abrir a porta e você puxa.

— Se me derrubar eu arranco suas partes intimas.

— O que você mais adora são as minhas partes intimas.

— Isso é verdade.

— E você também adora o chão, já que o que você mais faz é cair.

— Como se eu beijasse o chão de proposito. É muito bom cair de fuça no chão e pimba, quebrar um dente, quebrar no nariz, fica com o olho roxo. 

— Diego para de falar e me ajuda aqui.

— Sou eu quem está na merda.

Ele ficou puxando a porta e eu fiquei puxando a minha camiseta. Enquanto estávamos na nossa missão de soltar a minha camiseta da porta do carro, dois seres humanos se aproximaram e ficaram me olhando com olhar de julgamento.

— O que foi? Nunca viu uma pessoa na merda?

— Sou o Marcelo...

— Ai... Estava muito animado em conhecer vocês dois. Vocês namoram desde que eu era um feto...

— O quê? — o gordo perguntou. Tá, ele não é gordo, mas também não é magro e uma beldade que nem eu.

Sim, gente depois de um ano na academia, tomando chá de hibisco, tomando sopa milagrosa, fazendo zumba, correndo dos cachorros que nem um condenado, correndo das velhas malditas que acham que podem me bater, eu emagreci. Gente, eu realmente emagreci.

Olha pra mim.

Okay, vocês não podem me olhar, mas eu estou magro. E minha bunda é enorme. Ela não aparecia muito por que eu tinha um grande teor de gordura, mas agora quando estou deitado, parece que eu tenho uma lombada. Ela é grande e carnuda. Palavras do Rafael.

O que eu estava falando mesmo?

A sim.

— Sim, eu tenho dezenove anos e vocês devem ter uns quarenta.

— Eu tenho vinte e cinco — o gordo falou mais uma vez.

— Quase uma ancião.

— Tudo bom? — ele perguntou me olhando.

— Não estou muito bem no momento. Estou um pouco triste na verdade. Estou preso aqui na porta a duas horas, meu namorado é um lerdo, mas eu o amo de mais.

Marcelo foi ajudar o Rafael e David e eu ficamos conversando sobre a vida, até que eles conseguiram me soltar. Claro que não foi de uma maneira mais suave e calma, eu cai no chão igual a uma jaca madura.

— ME ACODE BERENICE — não deu nem tempo dela me acudir, mais uma vez minha cara tocou o chão com amor e carinho.

David começou a rir da minha cara, ele ria tanto que até pensei que ele teria uma leve convulsão. Poderia ter, ai eu ia rir da cara dele. 

Rafael me ajudou e limpou a minha camiseta.

— Desculpa amor...

— Sem sexo por um ano.

— O quê?

— E você controla esse seu marido, se não ele vai encontrar Jesus antes mesmo de fazer 26 anos.

"Diego nunca esteve tão certo com suas previsões".

XXX

Oi pizzas (de comer e não se suor... Ou sei lá...)

Gente me digam o que acharam do Capítulo. Eu não estava mais pensando em escrever sobre o passado, não tinha mais o que escrever, então por isso eu pulei mais pra frente. Espero que tenham gostado.

Hoje eu não estou de mal humor... Eba, mas to com fome.

Então é isso.

Beijinho nos corações.

Diego no País das Maravilhas!Onde as histórias ganham vida. Descobre agora