Capítulo 37 - Ser rainha

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Yodo estava na pensão estudando os conteúdos de suas aulas do dia, quando seu olhar repousou sobre o chaveiro em forma de coroa. De repente, sua mente voou para Suna. Yodo lembrou-se de seus pais, de eu irmão mais velho e, é claro, do velho desejo deles de que ela fosse Rainha. Quantas brigas mesmo tiveram sobre o assunto? Como um título poderia ter tanto peso na vida de uma pessoa? Quando Yodo virou as costas para tudo, sabia que tinha tomado uma decisão séria, sem volta. Aquele chaveiro em forma de coroa havia sido um presente de seu irmão, Deidara, que em seu último aniversário havia lhe dado dizendo que não importava que decisão fosse tomar, pois sempre seria sua rainha.

Yodo sentia falta de seu irmão. Talvez, ele fosse a melhor pessoa de sua família, o que tinha menos interesses escusos. Deidara chegou a defendê-la perante o pai algumas vezes, mas, em nenhuma delas, conseguiu convencê-lo a deixar a caçula trilhar seus caminhos sem ter que cortar laços com aqueles que amava. O olhar de Yodo ainda estava triste com a lembrança, quando Boruto chegou a seu quarto.

— Oi, amor. – Disse Boruto, após selar os lábios de Boruto.

— Oi, amor. – Respondeu.

— Ei, que olhar triste é esse? Você tava chorando? – Perguntou preocupado.

— Estava lembrando da minha família. – Yodo pega o chaveiro em forma de coroa e mostra a Boruto – Isso é tudo que me restou deles.

— Uma coroa. – Disse Boruto, analisando o objeto com cuidado.

— Meu irmão me deu isso antes que eu partisse.

— Ele também queria que você se tornasse rainha? – Boruto devolveu o objeto.

— Só se essa fosse minha vontade. Meu irmão era meu melhor amigo, meu cúmplice. Sinto falta dele. – Confessou.

— Não podem se falar?

— Não é a mesma coisa. Além disso, se papai descobre que ele não cortou laços comigo, pode brigar com ele. Não seria bom.

— Ser nobre me parece muito chato. Vocês têm muitas regras, muitas funções. Eu pensava que era diferente. – Admitiu Boruto.

— O glamour das revistas existe, Boruto. Eu cresci envolta da riqueza, do luxo, da fartura. Não digo pra você que é horrível ser de uma família nobre, mas a verdade é que se paga um preço alto se os seus desejos vão além do que é permitido.

— Você teve que virar as costas para a sua família por não querer ser rainha?

— Eu sou idealista, Boruto. Desde criança, queria ser médica. No entanto, desde criança também, minha mãe virava pra mim e dizia que eu poderia ser médica desde que meu marido permitisse. Aos oito anos, eu não entendia muito bem o que isso queria dizer. Quando achei que me casaria com Shinki, pensei que essa norma não afetaria minha vida, pois Shinki era bom e me deixaria ser médica. Quando Shinki virou as costas pra mim e meu pai me contou sobre o noivado com Nagato, eu soube que meus sonhos estavam prestes a serem descartados. Como rainha, eu nunca seria médica. – Contou.

— Mas por que?

— Uma rainha em Suna tem outras funções. Eu poderia estudar, mas jamais poderia exercer. Fora que eu nunca amei, Nagato. Casar-me com ele, traía um dos meus princípios mais fortes, o da busca do amor verdadeiro.

— E aí você arrumou as malas e partiu?

— Não tive outra opção. Com ajuda de Deidara, fugi no meio da noite, deixando apenas uma carta. Meu irmão me deu dinheiro e disse que ajeitaria tudo para que eu cursasse a faculdade em um lugar distante. Quando cheguei a Konoha, pensei que era o paraíso. Aqui eu sou livre, Boruto. Conheci Mirai, Shikadai e os dois me falaram de você, do quão era justo. Eles me contaram do seu coração partido e da sua idealização de amor, então eu achei que a gente combinava e fui atrás. Nunca fui de não ir à luta pelo que quero.

A Nova InfluênciaWhere stories live. Discover now