23. Depois do Halloween - pt. 2

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garoto (que cantou com a sabrina) como peter

Rowan's POV
Halloween Party

Então, o celular dele começa a tocar. Ele o tira do bolso e encara o mesmo por alguns segundos. Ele parecia... desapontado? Não sei ao certo.

  — Me desculpa — ele sussurra e eu não entendo.

Do quê ele está falando?

Então, ele vai embora. Me deixando ali sozinha naquela pista de dança. Algumas pessoas ao redor me olham com pena.

Sabrina me pergunta o que aconteceu e eu apenas balanço a cabeça. Tento segurar o choro, mas não consigo. As lágrimas em meus olhos insistem em descer pelas minhas bochechas e eu me pergunto como eu pude ser tão estúpida em pensar que tudo daria certo.

Saio apressada do local e paro na calçada. Estava ventando e o barulho de trovões podia ser ouvido, tinha chuva a caminho. Vejo Sabrina, Peyton, Josh e Peter vindo até mim.

  — O que aconteceu, Row? — Sabrina pergunta novamente, com suas mãos em minhas bochechas, secando minhas lágrimas.

  — É sua culpa! Você me fez acreditar que tudo daria certo! Nunca vai dar certou, Sabrina! Ele nunca vai... — soluço e afasto as mãos de Sabrina do meu rosto. — Esquece, eu só quero sair daqui.

  — Eu vou acabar com ele — diz Josh, mesmo não tendo ideia do que ele fez.

  — Não acho que agressão seja uma boa ideia nesse momento... — Peter sugere.

  — Ah, cala boca! — Josh revira os olhos.

Depois disso, Josh me abraça forte, dizendo que vai acabar com ele mais uma vez. Eu rio e digo que estou bem e que sei cuidar de mim sozinha, ele me dá um sorriso colado e volta para a casa dele.

Peter também me abraça. Ele disse que queria me ver bem acima de tudo e que eu poderia contar com ele se precisasse. Eu sorrio em agradecimento e ele sorri de volta. Nos despedimos com um "até logo" e ele vai embora.

Começa a garoar quando vamos até o carro de Peyton. Sabrina diz que sente que tem uma tempestade vindo. Nós entramos no carro nos lugares de sempre: Peyton no banco do motorista, Sabrina no passageiro e eu atrás.

O caminho até a casa de Sabrina pareceu muito mais longo do que o normal. Sabrina decidiu ligar o rádio para tentar "cortar" o clima de tensão, mas estava tocando "i hate u, i love u" do Gnash feat. Olivia O'Brien, o que deixou tudo pior.

— Só pode ser brincadeira — Sabrina murmurou e desligou o mesmo.

No resto do caminho, decidi parar de chorar. Novamente, limpo as lágrimas do meu rosto. As nuvens já choravam por mim.

A chuva já tinha ficado mais forte quando chegamos à casa de Sabrina. Peyton sai do carro e pega o guarda-chuva no porta-malas, ele abre a porta da Sabrina e leva ela até a porta, depois faz o mesmo comigo.

Nós entramos, tiramos os sapatos e subimos as escadas até o andar de cima em direção ao quarto de Sabrina. Pego minha mochila, onde se encontravam minhas coisas, e vou para o banheiro tomar um banho enquanto Peyton e Sabrina se trocavam no quarto.

Estava tudo tão silencioso. É sua culpa, meu subconsciente me lembra e eu concordo em parte. A culpa é dele também.

Tiro minha fantasia e ligo o chuveiro, entrando logo depois. A água estava quente, do jeito que eu gostava. Canto uma música qualquer enquanto lavo meus cabelos.

"And that was the day that I promised I'd never sing of love if it does not exist. But darling, you are the only exception."

Quando acabo, me seco com a toalha e coloco meu pijama. Vou para a sala de estar e encontro Peyton no sofá. Ouço o barulho do micro-ondas, Sabrina provavelmente está na cozinha.

  — Eu sei que você estava nervosa, mas você deveria pedir desculpa. Você sabe que não é culpa dela. — Peyton sussurrou e eu assinto com a cabeça.

Vou até a cozinha e a vejo sentada no balcão.

  — Oi — eu disse, indo até ela.

  — Oi.

Ficamos em silêncio por alguns segundos, nem nos olhávamos nos olhos. Decido dizer de uma vez:

  — Me desculpa, eu não quis dizer aquilo, eu só estava nervosa e minha primeira intuição foi culpar alguém e foi você mas a culpa é minha.

  — Não é sua culpa, Row — nós nos abraçamos.

Depois de um longo abraço, ela pega pipocas no micro-ondas e vamos para a sala. Nos sentamos no sofá, eu entre os dois me sentindo como se fosse a filha deles que chegou no meio da noite depois de ter um pesadelo.

Nós assistimos 10 Things I Hate About You. Amamos esse filme, nós sempre assistimos. Eu sempre choro quando a protagonista lê o poema e Corey sempre segura a minha mão. Não consigo parar de pensar nele, simplesmente não sai da minha cabeça. Queria poder controlar o que sinto, tudo seria melhor para todos. Por que ele foi embora? Essa pergunta não sai da minha cabeça desde que aconteceu. Será que eu fiz alguma coisa?

— Row, nós já vamos dormir, okay? — Sabrina me desperta de meus devaneios e percebo que o filme já havia acabado.

Eu assinto com a cabeça. Os dois sobem as escadas que levam ao andar de cima e ali naquela sala restaram-se apenas eu e meus pensamentos.

Estou brava, mas a tristeza é muito maior. Eu queria dizer tantas coisas a ele, queria gritar e ao mesmo tempo o abraçar tão forte, mas, acima de tudo, queria que tudo fosse mais devagar ou que simplesmente parasse.

Começo a chorar, estou tão cansada. Talvez a culpa seja mesmo minha, eu nunca deveria ter começado isso. Não importa se ele está ou não apaixonado pela Angel, Corey nunca vai me amar por quem eu realmente sou, não do mesmo jeito que eu o amo.

Naquela noite, caí no sono do mesmo jeito que me apaixonei. De repente, de uma hora para a outra. Sozinha.

Treat You Better ➸ Cowan [EDITANDO]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora