Eu fiquei olhando para o Michael, mas não tinha muito o que dizer, as vezes uma pessoa sabe o que é melhor para ela. Se ele quer ser cantor, que seja cantor, tanto que não fique cantando no meu ouvido todo o tempo... Não vejo por que não.

— Bom, se é o que quer fazer, faça.

Ele de um pequeno sorriso.

— Estou entediado, eu vou embora.

Eu disse me levantando em colocando o meu tênis. Kendra deu Graças a Deus e mandou eu levar o Michael junto, mas nosso amigo não tem bom senso e disse que iria ficar e dormir com a Kendra que ficou chocada.

Por isso não gosto de ter amigos.

Intimidade.

Passar dos limites.

Folgas...

Piores pessoas.

A tarde de domingo estava bem agradável.   

Só os passarinhos cantando no céu que estava me irritando um pouco, e foi por isso que eu coloquei os fones de ouvido. 

Kendra não morava muito longe de casa, então eu fui andando mesmo.

Quando cheguei, vi que Rafael estava jogado no sofá dormindo apenas de cueca, enquanto na TV passava algum esporte onde homens de shortinhos corriam atrás de uma bola... Não sei bem o que é isso, e não faço muita questão de saber.

Coloquei uma roupa confortável e quando voltei para a sala, Rafael estava sentado coçando seus olhos.

  — Já voltou Ninfeto?

— Já sim...

Eu disse indo pra cozinha, mas do nada eu parei.   

Voltei devagar e fiquei olhando para ele.

— Me chamou do que?

Rafael ficou me olhando com os olhos arregalados.

— Desculpa... Eu não sei por que eu te chamei disso.

— Não me chame disso. Nunca mais. Eu não sou isso e acho bom você tomar vergonha na cara e colocar uma bermuda. E continuar na academia, seu corpinho magro me dá agonia...

Eu disse indo para a cozinha e pude ouvir Rafael correndo atrás de mim. Quando eu estava pegando um prato que estava na parte de cima do armário, Rafael deu um de louco e me abraçou por trás.

— O que você está fazendo? 

— Acha que eu não percebo?

— Que está ficando louco?

— Que não para de olhar pra mim.

Não sei de onde ele tirou essa força, mas ele me virou com grosseria e me prensou no balcão em sua frente. Rafael ficou me olhando com seus olhos castanhos escuros e pela primeira vez eu vi que ele estava fora de controle.

— Geralmente... Geralmente eu olho, por que Deus me deu dois olhos... — eu não sabia o que falar, ele estava muito perto. Muito mesmo.

— Eu te acho tão lindo...

— Você está bêbado!

— Não estou!

— Não foi uma pergunta.

Eu disse apontando para as long necks que estavam em cima da mesa.

— Acho que só assim para eu conseguir falar umas verdades.

— Então eu também vou falar algumas... Sai de perto — eu disse empurrando ele, e Rafael quase voou... Quem manda ser magro, fica leve igual a uma pena. — E outra, hoje a noite eu tenho um encontro.

— O quê? — ele parecia ter visto um fantasma.

— Eu tive a mesma reação.

— É com o Ryan?

— Não.

— Julio?

— Não.

— Giovanni?

— Nop.

— Então quem é? Não vai em dizer que é com aquele seu amigo Michael?

— O quê? Claro que não. Não te faz de doido. É com o filho do dono do posto de gasolina. Eu não sei qual o encanto que eu tenho nos homens, mas eles sempre caiem aos meus pés... E você já viu o Luke? Ele é Deus do amor... E eu quero me afogar ali... Naquele corpo todinho.

Rafael ficou de bico feio e saiu batendo o pé igual a uma criança mimada.

— Como se eu fosse deixar de sair com um cara gato, para ficar aqui olhando para o Rafael enquanto ele quer apenas o meu corpinho. Se bem que o Luke também quer e eu não estou reclamando... Quem manda eu ser tão perfeito assim. Meu rosto foi escupido por Afrodite...

Eu disse cansado da minha beleza e fui para o meu quarto me arrumar. Tenho que ficar lindo para o Luke e espero que a loucura do Rafael passe rápido, por que se tem uma coisa que eu não sou obrigado é ter que lidar com gente louca.

XXX

Tudo bom?

Diego no País das Maravilhas!Where stories live. Discover now