— Tem certeza que consegue dirigir apenas com uma mão?

— Eu te trouxe... Não trouxe? — ele ficou morrendo.

— Não vá se matar, você é a minha única chance de moradia.

— Ainda tem  Kendra e o Samuel.

— Prefiro morar na rua.

Eu disse saindo do carro e olhando para aquelas crianças que mais pareciam animais famintos pronto para atacar uma presa fraca e patética. 

Ainda bem que eu não sou nenhum e nem outro!

Enquanto andava para dentro da escola, as pessoas ficaram me olhando, não por que sou gordo, por que se fosse por isso a garota que estava comendo Hot Dog na entrada seria uma aberração mórbida. Eles estavam me olhando por que eu sou um gay fabuloso, não é por que sou gordo que eu não exale beleza e admiração nos outros.

— Olha o que temos aqui pessoal — disse um gay muito estranho.

— Como será que ele se chama — disse o outro gay horroroso.

— Com certeza é... 

— Termina que você morre!

— Como é que é?

— Isso aqui não é Meninas Malvadas e nem uma série americana onde o adolescente entra na escola e fica sofrendo bullying pelos outros que se acham bonitos e populares, mas com certeza são feio e sem senso algum de moda. Comigo o buraco é mais em baixo, se olhar pra mim, pensar em mim, falar comigo, rir pra mim... O corpo das meninas super poderosas ai vão ser encontrado em um terreno baldio. Eu mato, sou louco, tomo remédio e não vou ser preso. Agora, saiam da minha frente.

Eles ficaram me olhando com os olhos arregalados e saíram da minha frente me dando caminho, eu apenas arrumei a minha mochila e continuei meu indo para a sala de aula. Quando entrei no pequeno cubículo que não chegava aos pés da minha antiga sala, eu pude ver muitas pessoas feias.

— Deus com certeza estava de mal humor quando fez essa gente.

Eu me sentei na ultima carteira e coloquei meus fones de ouvidos. Estava muito entretido com a Rihanna quando um ser humano de cabelos rosas se sentou na minha frente e ficou sorrindo pra mim.

Eu fiquei olhando para ele esperando que o mesmo percebesse que estava invadindo meu espeço pessoal e que a sua cara estava me dando um pouco de asco.

— O quê? 

— Você é gay?

— Claro que não. Não está vendo que eu sou super másculo? Que eu coço o saco em público e adoro olhar para bunda de mulheres?

Ele ficou um pouco vermelho e sem graça.

— Desculpa, eu não queria te ofender e nem nada do tipo. Desculpa mesmo.

Ele estava se levantando e eu revirei meus olhos.

— Tu é burro ou quer um dólar? Eu estou sendo sarcástico, pelo visto não sabe diferenciar esse tipo de coisa.

— Não sei mesmo... Me chamo Michael.

— Diego...

— Muito prazer Diego...

Eu fiquei olhando para ele, mas o mesmo tirou o sorriso do rosto e mais uma vez ficou vermelho. Eu revirei meus olhos.

— O prazer é meu...

Ele ficou conversando sobre alguma coisa que eu nem dei muita importância, depois que o professor então na sala de aula, o ser humano calou a boca e ficou na dele. O professor quando me viu, tentou me arrastar para a frente da sala e me apresentar, mas eu disse que era cego e aleijado. 

Ele então me deixou quieto.

Na hora do intervalo, eu estava quieto sentado na minha mesa quanso Michael se sentou na minha frente sorrindo.

— Você costuma ser sempre assim?

— Como assim?

— Dado!

— Dado? Como assim Dado?

— Fica por ai sorrindo para os outros como se fossem dentistas.  

Ele deu um pequeno sorriso, triste.

Deus, como eu odeio gente sentimental.

— Eu não tenho muitos amigos. Geralmente não tem muitos gays aqui, e os que tem me desprezam. E os heterossexuais não gostam muito de ser vistos comigo. Eles só me procuram quando precisam de... Precisam de algo... — ele disse vermelho.

— Algo que você não tem problema nenhum em dar. Estou certo?

Ele apenas concordou com a cabeça.

— Bom, faz bem em não ter amigos. São criaturas que chega a um certo ponto que acha que tem uma intimidade muito grande e fazem e falam o que quer. Por isso não tenho amigos, se eu já sou assim sem, imagine se eu tivesse.

Ele deu um pequeno sorriso.

— Essa não...

Ele disse olhando para a porta do refeitório e de lá entrou uma meninas ridículas que acham que no mundo são alguma coisas, mas lá no fundo sabem que não são nada... Pequena criaturas ridículas, perturbadas e que exalam vergonha alheia .

— Aquela é a Kendra? — eu perguntei olhando para ela com cara de nojo.  

— Ela mesmo, Kendra é a pior de todas.

— Pode apostar que é.

— Quer ir na minha casa depois da escola?

— Serio que está convidando um estranho para dentro da sua casa? Está mesmo tão necessitado de amigos assim?

Ele mais uma vez ficou vermelho e abaixou a cabeça.

E eu mais uma vez revirei meus olhos.

— Tudo bem... Mas tenta se controlar, geralmente gente sensível me irrita um pouco.

Eu disse pegando a minha bandeja e me levantando. Quando estava saindo do refeitório, eu ouvi uma voz feminina chamando meu nome, e com certeza essa voz feminina era da assombração de saltos rosa choque.

— O quê?

— Eu que te pergunto. O que está fazendo aqui?

— Estudando, o que acha que eu estou fazendo?

— Não pensei que fosse se matricular agora!

— Que lindo, ia esperar eu estar na faculdade para terminar o colegial?

— Não quero que estrague tudo o que eu demorei para construir.   

— E o que é?

— Minha popularidade!

— Quem é popular nessa escola? Minha filha olha para esse lugar, aqui todo mundo está na merda. Não tem nem como um ser melhor que o outro, todos estão no fundo do poço. Agora se me dá licença...

Eu disse saindo de perto dela.

Kendra me dá asco.

XXX  

Oi gente... Tudo bom contigo?

Que bom.

Comentem, votem, se matem. Não, mentira. Não se matem.

Como não tenho nada para falar, até mais.

Beijinhos nos corações.

Diego no País das Maravilhas!Where stories live. Discover now