Um Ano

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Como passa rápido, mal vi os meses correrem, e pronto, minhas filhas já completam um ano. Como pode? Doze meses de vida cada uma delas, dois pequenos seres humanos que apaixonou a todos sem exceção. Como pai as vezes não cabe o orgulho dentro de mim, quando desperto e encontro as duas do meu lado, um sorriso imenso é simples demais para expressar a alegria em meu peito, então Maria Antônia adentra o quarto com duas mamadeiras e me dá um selinho demorado, manifestado de amor.

Quase todas as manhãs foram assim, ou era o inverso, eu me levantava antes e preparava as mamadeiras. Não importava quem fazia essa tarefa, o importante era os preciosos minutos de nós quatro juntos.

Fico extasiado nos momentos que posso simplesmente admirá-las. Três pares de olhos castanhos, grandes e perfeitos, que significam felicidade para mim.

Contemplar a magnitude de minha família sempre me faz sentir um ponto em um oceano de felicidade. No início é verdade que Maria e eu passamos por algumas dificuldades para conseguir administrar a vida de pais, mas juntos e com o passar dos dias, aprendemos que não há uma forma de ser pai e mãe, a cada dia descobrimos algo novo e desvendamos esse mundo com a ajuda de nossas pequenas princesas.

Sabe o melhor de tudo, o sorriso de ambas. Hayley e Helen com seus poucos dentes quando gargalham sinto que poderiam conseguir tudo de mim, assim como a mãe delas que somente quer carinho.

Com o decorrer do ano aconteceram algumas mudanças, a primeira foi que minha sogra voltou a ser responsável por Kaique, e ela está cada dia melhor. Foi um pouco difícil para Antônia no início não ver o irmão todos os dias. Outra coisa foi que meus pais passaram a se importa mais com "o Brasil". Na escola, Victória assumiu efetivamente uma boa parte de minhas aulas, com isso consegui mais tempo em casa. Samuel e ela não reataram o namoro, e por ele não saber lidar com isso, as vezes cria situação constrangedoras, como tentar fazê-la sentir ciúme.

Os alunos mais próximos de mim,  no início do ano se dividiram em grupos pequenos para visitar Maria e conhecer as gêmeas, tentando fazer o mínimo de barulho possível. Sempre recebemos visitas, os amigos de Maria começaram a ter intimidade comigo e assim ficaram mais à vontade para ir no nosso apartamento.

Marcia continuou trabalhando em casa, mas aumentei seu salário diário, pois o trabalho praticamente dobrou, Hayley e Helen sujam muita roupa.

Não iria me esquecer também de falar dela, Analu, mantemos o contato quando está viajando e nos dias em que está na cidade, sem falhas ela sempre nos visita. De forma linda ela fica boba quando Maria pede algum tipo de ajuda, pois passou a adorar cuidar de minhas filhas por alguns minutos. O ótimo dessa nossa nova relação é que não envolve ciúme, está sendo muito saudável.

Senti alguém me abraçar por trás:

- É assim que você pega elas pra mim? - Maria indagou.

- Desculpa. - sorri tentando olhá-la com o canto do olho. - Submergi em pensamentos...

- Um ano. - disse algo que pipocava em meu pensamento. - Louco, não é?

- Muito. Olha só para elas. - falei e voltei a apreciar Hayley e Helen brincando no cercadinho que estava na bagunça de nosso quarto.

- Não são mais aqueles pequenos pacotes de choro. - brincou. - Mas não vamos vacilar, se elas não comerem agora, vão começar a espernear.

Concordei e ela me soltou. Interrompi seu caminho até nossas filhas segurando sua mão. Me olhou adiantada no sorriso e ficou de frente para mim.

- Amo você, Maria. - falei segurando sua cintura.

- Amo muito mais você, Joseph. - disse com convicção realizadora.

Duas VidasWhere stories live. Discover now