Felicidade Genuína, No Entanto, Incompleta

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Dia 12 de dezembro, em uma segunda ensolarada, às 14:36 minhas filhas nasceram. Foi com certeza absoluta a tarde mais emocionante da minha vida, e de Maria Antônia também, posso garantir. Havia pouquíssimos minutos que ela estava com Helen em seus braços, e mesmo nos sentindo incompletos por nossa outra filha estar longe, existia uma felicidade imensurável pairando naquele lugar.

Como havia dito segundos atrás, eu tinha uma surpresa, me levantei e fui chamá-la. Abri a porta e permiti que Cassia, mãe de Maria, entrasse. Sua filha que agora era mãe, ficou tão surpresa que mais um choro banhou sua face cansada mas ainda sim bonita.

- Mãe... - Maria sussurou enquanto Cassia se aproximava.

Kaique correu para agarrá-la em um abraço de saudade, teve suas lágrimas infantis secadas por Cassia que também estava emocionada. Posteriormente, segurando a mão do filho se aproximou da filha. Beijou a testa de Maria que não escondia a emoção.

- Minha neta. - Cassia sussurou sorrindo para a bebê. - Linda. Linda. Igual a você, minha filha. - acariciou o rosto de Antônia.

- Como ficou sabendo? - Maria indagou.

Cassia abaixou o olhar antes de começar a se explicar:

- Cristina me avisou, tem sido muito boa comigo apesar de tudo. Faz um mês que sai da clínica...

- Por que não me procurou? - Maria perguntou franzindo a testa.

- Não queria te preocupar, dar trabalho. De forma alguma eu atrapalharia sua vida nesse momento. Estou fazendo faxinas e consegui alugar um flat. Filha, eu quero me desculpar por nunca ter sido realmente uma mãe. Eu amo você, amo o seu irmão e só agora percebo o quanto perdi de vocês. - confessou emocionada.

- Tudo bem. - Maria a abraçou com um braço. - Quer saber? O que passou, passou. Kaique e eu nos viramos esse tempo mas você ainda pode amar mais ele e... o que não fez por mim pode fazer por ela. - olhou para Helen.

- Obrigada, Maria. - beijou sua testa. - Você é muito generosa de permitir...

- Para, mãe. - Antônia a interrompeu. - Confio que está mudada. E agora é avó. - concluiu com empolgação.

- Posso pegar ela?

Maria assentiu com um sorriso afetuoso e entregou nossa filha para Cassia. Me aproximei da cama e beijei a bochecha de Antônia. Ela me agradeceu com um amplo sorriso que dizia tudo, me senti recompensado apesar de apenas ter anunciado sua presença, pois veio por informação de Cristina.

O clima mais calmo e emocionante foi cortado pela entrada de Samuel, era para ele estar em silêncio absoluto pois liberaram a entrada de todos de uma vez e ele mesmo assim não se conteve.

Formaram uma pequena fila para abraçar e cumprimentar Maria, e depois conhecer e tocar em Helen. Cristina foi a primeira, estava tão emocionada quanto Maria, pois sempre a considerou como uma filha, depois foi para de junto de Cassia para acariciar nossa filha. Então Samuel abraçou Antônia e claro que animado como estava foi até a bebê, e por último Analu, ela também abraçou Antônia e a parabenizou pela força.

- Agora eu não pego mais minha filha. - Maria resmungou quando o círculo de bajulações formou envolta da nossa pequena. - Queria a Hayley aqui.

- Eu também... mas é para o bem dela estar lá. - falei acariciando a lateral de seu rosto.

Uma enfermeira entrou no quarto e fez uma expressão feia no instante que notou a animação entorno da bebê que não estava com Maria.

- Está na hora dela mamar pela primeira vez. - avisou.

Duas VidasTahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon