Namoram Como Casados

332 21 12
                                    

Maria evidenciou sua surpresa e curiosidade de uma forma que se eu não estivesse repensando tanto, daria risada de sua expressão.

- Que proposta? - indagou.

- Não sei por qual razão, mas eu acho que você vai disparar um não logo de cara. - fiz uma pausa. - Pense antes.

- Nossa, Joseph. Pra que isso tudo? Fala logo.

- Minha proposta é de... você e o Kaique irem morar comigo.

Maria arregalou os olhos.

- Não! - ela disse sem refletir como eu havia previsto.

- Maria, pense antes.

- Não tenho o que pensar. É não.

- Por quê?

- Porque... Ah, você quer fazer isso por dó. E eu detesto isso! - se alterou.

- Dó? Não! Você está se confundindo.

- Não tô não! - cruzou os braços. - Tenho que ir, vou sair com a Tória e a minha outra amiga.

Ela se virou e foi em direção a porta, me apressei e agarrei sua mão.

- Desculpa, não queria te ofender... - falei olhando em seus olhos.

- Não... é... - olhou para baixo. - Me desculpa você... Sua intenção é boa, mas eu... não consigo mais depender de dó. - voltou a me olhar com os olhos inundados por água.

- Ei. - deslizei meu polegar por sua bochecha. - O que foi? Não é só por causa dessa proposta essas lágrimas, não é?

- Ah... Quando eu era pequena já aconteceu de eu depender de morar em outra casa... e... o olhar das pessoas sobre mim... machucava.

- Agora é diferente. Você precisa de carinho, cuidado, e eu estou disposto a isso, Maria. - carreguei minhas palavras com convicção.

- Tenho que ir. - soltou minha mão.

Saiu do cômodo abalada, desestabilizada, desapontado, não sei, mas de uma forma diferente. Nem nos despedimos.

As vezes Maria deixa transparecer que seu passado foi ruim, mas nunca abre uma brecha para conversarmos sobre. Agora percebo que toda a felicidade que ela esbanjava quando era minha aluna, talvez não fosse tão verdadeira.

. . . Dia seguinte . . .

Ouvi minha campainha tocar. Me levantei rapidamente para atender. Sabia que era Maria que vinha almoçar em casa para conhecer Marcia.

- Oi, Ka. - o cumprimentei primeiramente.

- Oi, tio Joseph. - sorriu e entrou.

Maria mordeu o lábio e me olhou nos olhos. Esperei Kaique entrar para indagar:

- Estamos bem?... Nos falamos apenas uma vez depois daquela conversa na escola. 

- Claro. - deu aquele sorriso desconcertante. - Desculpa ter ficado brava.

- Olha. - a segurei pela cintura. - Precisamos conversar. Eu quero saber mais sobre sua infância.

- E eu quero comer! - me deu um selinho rápido e entrou.

Suspirei e fechei a porta.

- O almoço já chegou, achei melhor comprar.

- O que comprou? - Maria perguntou.

- Muitos pratos. - sorri.

Nós fomos para a cozinha. Maria provou um pouco de tudo. Ela já estava com fome. Se alimentar por três pessoas não deve ser nada fácil.

Duas VidasWhere stories live. Discover now