Duas Vidas

Via Skype

Cheguei na escola e fui informado por Kelly que Cadu tinha saido de minhas aulas, consequentemente ele saiu da escola já que fazia apenas aula de violão. Ao menos ele já tinha aprendido a tocar.

No intervalo entre as aulas fiquei com Samuel na cantina conversando. Falando sobre Maria, a gestação e acabamos falando de Analu.

- Ela está tentando lidar com a situação. Mas não consegue agir normalmente.

- Joseph ela está com ciúmes. - Samuel reafirmou minha hipótese.

- Pode ser... Mas a nossa vida sexual está bastante ativa, porque antes ficávamos até uma semana sem fazer nada.

- Isso é bom não é? Você conhece ela. A Lu está apenas querendo suprir a desvantagem que ela tem da Maria com sexo. Antes sexo do que cigarro!

- Não existe desvantagem.

- Existe sim Joseph, a Maria está esperando DOIS BEBÊS SEUS. E a Analu está começando a achar que o amor dela não é o suficiente. Não da para ser amigos de vocês dois, acabei de falar o que ela tinha me dito!

Samuel me fez pensar e enxergar as coisas por outro lado. Quando ele não é pervertido tem ótimos conselhos. Um amigo para todas as horas, não tenho receio em falar as coisas com ele. O considero um irmão.

Aproveitei que saí mais cedo da escola e passei na casa de Maria para saber como estava pessoalmente.

- Oi! Você nem avisou que vinha. - abriu o portão sorrindo.

- Desculpa. Só queria ver como está.

- Não tem que se desculpar, pode vir sempre que quiser. Estou bem, nossos bebês também! - colocou suas mãos na bela barriga que exibia.

- Que ótimo! - sorri - Hoje eu vou dar a notícia aos meus pais.

- Ai... O que acha que eles vão dizer?

- É difícil tentar imaginar a reação deles.

- Eles não moram aqui né?

- Não, moram nos Estados Unidos, mas o meu pai é brasileiro.

- Nossa que legal! Sua mãe eu já conheço... - mordeu o lábio.

Conversamos por mais alguns minutos, e ela estava muito feliz, talvez pelo emprego que conseguiu e que já iria começar a trabalhar na próxima semana.

- Você sabe por que o Cadu saiu da escola? Ele não deu nenhuma justificativa. - perguntei antes de entrar no carro.

- Não, nem sabia que ele tinha saido.

- Okay.

Quando cheguei em casa coloquei as chaves em uma mesa no centro da sala e stai á procura de Analu. A encontrei na varanda, estava de cabelos soltos, e usava uma camisola. Com os braço cruzados recebia a luz do sol como se precisasse. A envolvi em meus braços e susurrei em seu ouvido:

- Você está tão linda sob essa luz.

- Você me assustou! - sorriu - Fica aqui comigo?

Não dissemos mais nada apenas ficamos ali, abraçados sentindo nossos corpos colados um no outro. Seu perfume era tão bom, estar com ela era o melhor de tudo.

- Você está feliz? - Analu fez a pergunta mais complexa que pode quebrando o silêncio.

- Estou. Você está? - ela puxou meus braços para envolve-la com mais força.

A recusa de sua resposta me fez pensar na única hipótese possível como sua resposta, "Não, não estou feliz"...

(...)