Duas Vidas

Assumir As Consequências

Após falhas minhas, tinha perdido a pessoa mais importante da minha vida, agora que a tenho de volta, não quero fazer outra coisa senão ama-la.

A semana não poderia ter passado melhor. Analu e eu fazíamos tão bem um ao outro. Não tocamos no assunto, nem lembramos das nossas brigas, era um clima pleno de amor e tranquilidade entre nós. Não tinha muita conversa, mas nos beijávamos e fazíamos amor sempre como se fosse a última vez.

- Amor, tenho que ir! - avisei Analu antes de sair para ir a escola.

- Calma! Deixa eu te dar um beijo! - gritou do quarto.

Veio correndo até mim, após a colisão dos nossos corpos me beijou.

- Vai demorar hoje? - me perguntou em seguida.

- Não, por que?

- Nada não. - respondeu.

A beijei novamente. Minha vida estável tinha se restabelecido novamente, tudo em seu devido lugar, minha aliança no dedo e meu violão na mão.

Na escola dei todas as aulas do dia, com muita satisfação. Estava já me arrumando para ir para casa quando fui pego de surpresa por Victória que bateu na porta.

- Licença Joseph. - disse acanhada e entrou.

- Boa noite. - sorri.

- Sei que deve estar achando estranho, minha vinda aqui hoje... -adivinhou meus pensamentos.

- Aconteceu alguma coisa? - perguntei.

- Sim...

- O que? - me levantei.

- Maria precisa falar com você. - disse sem mais hesitar.

- Maria?

Victória não disse mais nenhuma palavra apenas puxou Maria para dentro da sala. Se o clima não estivesse tão estranho, teria dado risada da cena.

- Vou deixar vocês a sós. - Victória saiu.

Maria me olhava e todos os seus sinais corporais demonstravam um forte nervosismo.

- É... Eu. - tentou dizer algo. - Ai meu Deus. - disse baixo para ela mesma, parecia pedir ajuda.

- O que houve? - perguntei.

Maria me olhava mas as palavras pareciam não querer sair de sua boca. Então se virou em direção a porta, parou e segurou a maçaneta, ficou assim por alguns segundos, parecia respirar fundo. Desistiu de sair da sala e voltou a me olhar.

- Eu não sei como dizer isso com calma. - caminhava em passos lentos para minha direção. - Joseph, eu... Eu estou grávida. - fechou os olhos.

- Que? - engoli em seco o que disse.

- Não quero repetir isso.

- GRÁVIDA?! - perguntei mesmo tendo ouvido perfeitamente o que disse.

Respondeu com um aceno positivo e com os olhos brilhando por conta das lágrimas que iam surgindo.

- De mim?

- Eu nunca fiquei com mais ninguém.

- Por que você acha isso?

- Não acho, tenho certeza...Infelizmente. - disse abrindo sua bolsa e pegando algo que tinha lá. - Fiz dois testes diferentes, de farmácia e um de sangue. - colou os testes no piano.

Me aproximei e peguei o teste de laboratório na mão e realmente, grávidez confirmada.

- Olha o tempo de gestação, bate exatamente com o tempo de quando a gente ficou. - me mostrou no papel a data.