X-Bacon

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Outro capítulo especial escrito pela co-escritora @Flavs99!
Antes de ontem foi o aniversário dela (19.03) e ontem (20.03) o meu! *-*
Obrigada meninas, por nos proporcionar alguns sentimentos através desse livro que é um laço da nossa amizade! ♥

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Por Victória*

Após o almoço pensei em ir até a padaria, gosto de ficar lá, trabalhando com os meus pais. A cada dia aprendo um pouco mais e sempre posso comer algum doce que acaba por sobrar.

Maria e eu vivíamos assaltando, minha mãe nos dava uma bronca mas meu pai não se importava, ele ria quando ela não estava, porém não mais que eu e a Maria. Tenho sentido falta das ligações dela mesmo quando não havia motivos. É sempre tão comunicativa e bem humorada costuma fazer piada até quando a situação é das piores, eu amo pentear o cabelo dela apesar de que grande parte das vezes ela dorme.

Não foi minha culpa nossa discussão, não posso ir até ela de qualquer maneira, não saberia o que dizer.

Me levantei da cama e peguei meu violão, nos últimos dias ele tem sido meu melhor amigo. Toquei algo que me fez lembrar as noites em que víamos filmes de terror, eu insistia muito para poder dormir com a luz acesa mas no meio da noite ela despertava para me assustar com uma lanterna e com uma espécie de desculpa dormia comigo.

Ao final da música meus olhos já estavam inundados, as lágrimas apenas caíram sem minha permissão. Retirei o violão do meu colo e me joguei na cama para fitar o nada. Interessante teto. Passei as palmas das mãos pelo rosto úmido e respirei fundo. Alcancei meu celular no bolso da minha calça jeans na esperança de que houvesse mais do que algumas ligações da minha mãe, mas não havia nada.

Retornei a ligação para a minha mãe para avisar que eu mudei de ideia e agora pretendia passar o máximo de tempo que eu tivesse disponível na padaria, desta forma não penso tanto na Maria, mas sempre me questiono se está tudo bem com as meninas ou quais são os seus desejos, da última vez ela devorava um sanduíche de sardinha, este com certeza é o lanche mais estranho que ela já fez.

- Mãe? - perguntei assim que ela atendeu.

- Oi, querida. - respondeu.

- Então... eu não estou muito ocupada, você precisa de ajuda? - perguntei esperando que a resposta fosse sim.

- Ah, se você quiser vir, será ótimo.

- Estou indo, tchau mãe. - desliguei.

Antes de sair do quarto deixei meu celular recarregando, fui comer algo e rapidamente voltei para vestir um short.

(...)

Ia caminhando e o sol não perdoava  naquela tarde entediante. Já estava fechando o portão quando meu celular começou a vibrar, inicialmente me passou pela cabeça que poderia ser a Maria, mas quando tomei o aparelho em mãos não era ela, para falar a verdade nem ao menos era do gênero feminino. Se tratava de Samuel, como se não bastasse me ligar no meio da noite!

Olhei fixamente para o visor do celular, tentei encontrar algum motivo para atender, talvez ele queira se desculpar pelo ocorrido.

- Oi, Victória. - disse quando atendi.

- Oi. - respondi sem demonstrar qualquer animação.

- Sei que te liguei ontem, para dizer que... - percebi uma hesitação desconhecida vindo dele.

- Que estava bêbado? - o interrompi.

- Não, disso você já está ciente, só quero saber se ainda quer sair comigo? - voltou a ser Samuel. Direto.

Duas VidasWhere stories live. Discover now