— Que bom.

Eu disse olhando em volta. O lugar era bem aconchegante, tinha uma cozinha, dois banheiros e dois quartos.

— Vem , vou te mostra o seu quarto.

Rafael disse me empurrando pelo ombro. Era um quarto pequeno, mas era o suficiente pra mim. Ele disse que estudava de noite e que trabalhava de manhã e que ficava o dia inteiro fora, mas disse que eu podia ficar a vontade.

Concordei com ele e o mesmo me deixou descansar.

Eu me joguei na cama e fiquei olhando para o teto imaginando com deveria estar meus pais com os meu sumiço. Acho que minha mãe transformo meu quarto em um closet para a s suas roupas feias e sem graça.

Minha irmã deve estar com suas amigas plastificadas rindo e tomando suco de saquinho na beira da piscina.

Meu irmão e meu pai devem estar se comendo pelos cantos.

— Eu fico muito feliz por o senhor ter me dado essa família Deus...

Eu digo fechando meus olhos e por conta disso acabo caindo no sono.

***

Acordei com a campainha tocando, acabei caindo da cama por causa do susto e sai do quarto com o nariz soltando fogo.  Procurei Rafael pelo apartamento todo e pude ver um pequeno bilhete escrito que ele teve um problema no trabalho e teve que sair as pressas.

Revirei os olhos e fui atender a campainha, por que o barulho estava acordando o coisa ruim dentro da minha cabeça.

— O quê!? — eu abri a porta.

— Olá... — Kendra disse entrando na casa com um enorme sorriso.

— O que você está fazendo aqui?

— Rafael me pediu para tomar conta de você, ele disse você estava fugindo do hospital mais cedo. Você com certeza é uma criança perturbada.

— Escuta uma coisa personagem secundário... — eu disse me aproximando, mas por incrível que pareça ela não se afastou. — Sai da minha frente, some da minha vida, esquece que um dia me conheceu e quem sabe você saia daqui viva!

— Você é muito fofo...

Ela foi até a cozinha e ficou procurando alguma coisa para comer.

— Sabe cozinhar?

— Sei...

— Que bom, eu quero comer algo de diferente.

— Que tal o seu figado?

— Odeio bife de figado... Prefiro um Yakisoba. Vou estar na sala assistindo American Next Top Model, quando terminar me chame.

Ela deu um pequeno sorriso e saiu das minhas vistas.

Eu peguei uma laranja que estava na fruteira em cima da bancada e arremessei contra ela, mas só pude ouvir de longe ela gritando.

— Errou, tenha mais pontaria na próxima.  

— Eu vou ter... Vou ter mesmo...

***

Kendra estava na minha frente me olhando com os olhos arregalados. Posso dizer que eu estava meio assustado, por que ela parecia alguma entidade maligna pronta para o ataque.

— Esse Yakisoba é maravilhoso! — ela disse tremendo. — Você pode ser isso ai... — ela apontou pra mim. — Mas tem mãos de anjos. Mãos de Deuses... Se você não fosse homossexual eu casava com você, mas eu gosto de macho. Negão para ser mais exata.

Fiquei olhando para ela, enquanto a mesma comia que nem uma vaca gorda.

— Você me irrita. 

— Você também.

— Acabou de dizer de que quer se casar comigo.

— Eu mudei de ideia — ela disse de boca cheia e tomando um copo de refrigerante.

— É por isso que eu não gosto de mulher, vocês são criaturas confusas e complexas.

Kendra parou de comer e ficou me olhando de um jeito meio estanho, mas logo em seguida começou a gargalhar, relinchar que nem um cavalo, roncar que nem um porco... Você pode decidir, por que foi de tudo um pouco.

— Do que está rindo?   — eu estava tentando manter a calma.

— De você — ela disse secando os cantos dos olhos.

— Por quê? — eu perguntei sentindo meu olho esquerdo pular com um pequeno tique.

— Você disse que não gosta de mulher por que somos complexas — mais uma gargalhada super alta. — Você não gosta de mulher por que ama rola.

— Como é que é? — eu já gritei e me levantei, mas Kendra não deu a minima.

— Meu querido... Você tem cara de anjinho, todo mundo que te olha te acha lindo e fofo, mas sei que por dentro existe uma vadia louca por macho. Em chuva de piroca você planta bananeira e corre de boca aberta.

Meu coração estava acelerado, minha vista estava um pouco vermelha, mas a unica coisa que estava perfeita era o Godzila de saia comendo da minha comida e rindo de mim.

— Se prepara King Kong...

Kendra parou de rir e se levantou na hora.

— Me chamou do que feto mal desenvolvido.

— Isso mesmo resto de placenta.

— Você vai morrer.

— HAHAHAHAHAHAHA — agora foi a minha vez de rir. — Vou te ensinar a nunca rir da rainha vermelha.

— Quem é a rainha vermelha perto Rainha Má? 

Sem pensar duas eu subi em cima da mesa e me joguei sobre a Kendra que gritou super alto. Eu cai sobre ela e comecei a dar tapas por todo o seu corpo, mas ela pegou minha mão e deu uma mordida super forte.

— AAAAIII — eu gritei tentando me soltar e ela começou a gargalhar.  

Então peguei nos seus peitos e apertei com toda a minha força.

— AAAAAAAAAAAAAAAAAA — Kendra gritou e foi a minha vez de rir.

E ficamos nisso, ela ainda apertou meus mamilos e enfiou as unhas enormes nas minhas costas. Doeu muito, mas eu não fiquei por baixo, puxei seus cabelos e tirei muito aplique dali. Ainda arranquei seus cílios falsos e dei uma chave de braço nela.

— Chega... Eu não aguento mais — ela disse batendo no chão.

— Então desiste?

— Desistir nunca, mas preciso de uma pausa.

Eu a soltei e me joguei ao seu lado.

— As minhas costas — eu disse.

— Meu cabelo... Droga.

Kendra começou a pegar seus cabelos do chão e tentar colocar de volta na cabeça, mas não estava dando certo e aquela cena me fez gargalhar, me fez rir de verdade em todos esses anos da minha vida. Ela ficou me olhando, mas logo caiu na risada também.

— Eu não acredito que fiz isso... Eu tinha ido ontem no cabeleireiro — ela disse ainda gargalhando.

— Vem acho que eu posso colocar de volta.

Eu disse me levantando e estendendo a mão para ela que se levantou.

— Acho que vamos ser bons amigos — ela disse toda descabela e com a maquiagem borrada.

— É... Acho que sim.

XXX

Boua noiti biscoitinhos. Tem mais um.

Diego no País das Maravilhas!Nơi câu chuyện tồn tại. Hãy khám phá bây giờ