Capítulo VIII - Parte 1

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Daqui três semanas viajaremos, e daqui quatro semanas terei meu magnífico baile de apresentação. A cada segundo que se passa temos um segundo a menos na companhia um do outro. Por isso, perturbados pelo pouco tempo que temos, nos esforçamos para nos encontrarmos todos os dias. Cada curto encontro vale o esforço. Com esse pensamento, queremos ir ao Lago Parfait. Está a quarenta minutos de Dipertionis, e em todos esses anos, não o conheci. Edgar afirmou que eu deveria requisitar a permissão de Mary, já pediu nas vezes passadas.

- Onde está Sua Majestade, minha mãe? - Pergunto a uma criada, após Ed afirmar que esse seria um bom dia.

- Sua Majestade está em Leonlce com o Rei Henrique, Vossa Alteza.

Solto um resmungo, seria uma grande coincidência se Mary não estivesse ocupada. Caminho pelos corredores até meu quarto e esbarro com Edgar. Sorrimos e adentramos um cômodo qualquer.

- Falou com Mary sobre o lago, meu bem? - Ele fala, pondo a mão em minha cintura.

- Não... Ela não está em Dipertionis! No jantar de ontem estava entretida com os convidados. No almoço falou que nós nos falaríamos a tarde, pois estava conversando sobre um assunto relevante.

- Isso é um absurdo! Eles nunca nos dão atenção! - Ele exclama.

- Eu sei, eu sei! Isso está me pondo zangada ultimamente...

De fato, há alguns dias Edgar comentou como era desagradável o quanto éramos ignorados nos almoços e nos jantares. E isso desencadeou uma série de reflexões. Em minha infância, fui criada por France. Via Mary e Henrique nas refeições, em bailes, banquetes, teatros... São preocupados com a mensagem que passamos ao povo nobre, ao poder e dinheiro que possuímos e com o amor que sentem. São intensamente apaixonados e passam muito tempo juntos. Há momentos de atenção dirigidos a nós, que não são nada rotineiros. Outro fator é a personalidade arrogante e presunçosa dos dois.

- Porque não... Nos ausentamos das aulas e vamos ao lago?! - Edgar sugeri com ousadia.

- E o que eles falariam?!

- Algum castigo - seus lábios colam no meu ouvido. - Você não quer ir ao lago comigo?

- Eu quero, Ed...

- Então, venha! Vamos? Concorda? Alguma bronca qualquer, nada demais!

- Bom... Acho que sim! Mas, eles não suspeitaram de nós? Se algum deles pensa que temos algo, imagina que você tenha me contado sobre os boatos...

- Sim... Que tal assim, depois que recebemos o castigo, vossa mercê indaga sobre Fernando? Dói dizer isso, mas seria um bom disfarce. Ou eu improviso e falo algo.

- Tudo bem...

Saímos da sala e buscamos um empregado e ao achá-lo, Edgar ordena:

- Comunique que a carruagem deve estar pronta para um passeio em vinte minutos!

- Vossa Alteza, mas...

-Em vinte minutos! - Edgar o corta. - Irei a cozinha, pegarei comida e uma toalha, esteja lá Celine.

Em meu quarto ajeito meu cabelo e ponho um vestido simples. Estou muitíssimo nervosa com o passeio. A bronca que levaremos de Henry e Mary... Mas vou ser corajosa. Será um bom passeio. Não importa que suspeitem, estarei casada em pouco tempo. Só de lembrar desse detalhe, me arrepio de horror.

Adentro a carruagem depois de alguns minutos e Edgar surgi também. Além do cocheiro, felizmente, ninguém está conosco. É cansativo ser sempre seguida. Encosto minha cabeça ao peito de Ed durante o caminho. Eu cochilo, mas ele permanece acordado, pensativo.

O Céu de CelineWhere stories live. Discover now