Capítulo 6

775 54 25
                                    


— Isso não vale Chris! - Exclamei dando um tapa em seu braço. Ele gargalhou sem tirar os olhos da TV.

— Anda logo, você está ficando pra trás! - Retrucou ainda rindo.

Peguei o controle do Xbox e me concentrei em tentar dirigir o carro. Odiava quando Chris trapaceava nas corridas do Forza. Ele sempre batia o carro na traseira do meu, me fazendo derrapar na pista. Era frustrante.

— Eu não estaria ficando para trás se você não tivesse batido em mim. - Retruquei observando o carro ganhar velocidade. Só um milagre para que eu pudesse ultrapassá-lo.

— Sem "Mimimi" America. Não vou te deixar ganhar só porque é uma garota. - Falou e eu o imaginei revirando os olhos. Eu teria olhado se eu não estivesse preocupada em terminar a corrida com honra.

— Não pedi para me deixar ganhar, e sim, para me deixar competir. - Falei rindo. - Sem trapaças.

— Quer que eu reinicie a corrida? - Perguntou dando pausa no jogo.

Olhei para ele, e vi um sorriso em seu rosto. Ele tinha se rendido. O que me deixou com ainda mais raiva.

— Não, Chris. Dá play nesse jogo agora, ou vou te bater. - Respondi e ele gargalhou. - É sério.

— Ok, orgulhosa. Como quiser. - Deu de ombros e riu antes de dar play.

Assim como eu já imaginava, perdi a corrida, mas pelo menos cheguei antes dos 30 segundos se esgotarem. Continuei com a minha honra no Forza e me vingaria do Chris. Jogamos mais algumas partidas e consegui ganhar algumas vezes. Parei de jogar no momento que comecei a perder os sentidos dos meus dedos. Pensei em contar para Chris sobre a minha conversa com Miranda, mas preferi deixar para lá. Chris e eu éramos só amigos, e não seria por conta de algumas noites dormindo juntos que passaríamos a ser alguma coisa a mais. Não tinha sentindo em falar sobre isso com ele.

Miranda já preparava o jantar na cozinha, enquanto Paul fazia alguma coisa na garagem - provavelmente pintando, o que era o hobby dele. Chris tinha puxado esse talento do pai: ele era um artista nato. Ele não levava muito a sério, mas fazia pinturas perfeitas em pedra. Quando ele tinha tempo livre e tédio, como ele gostava de dizer, trabalha em alguma pintura. Em seu guarda roupa, ele tinha uma caixa com todas elas. Eu gostava de olhar de vez em quando.

Eu enrolava para tomar banho, enquanto assistia South Park no sofá com Chris. Eu estava deitada, com as pernas estendidas sobre o colo dele, que estava meio que jogado no sofá. Os braços estavam estendidos sobre o apoio do sofá e uma das pernas estava metade sobre o assento e o resto do lado de fora, enquanto a outra estava apoiada na mesa de centro. Minha vontade de sair e ir para o banheiro era nula.

Nós ríamos do Cartman imitando a Jennifer Lopez com uma das mãos, no momento em que a campainha toca.

— Mãe! - Chris gritou e eu ri um pouquinho. - Campainha!

— Estou ocupada! - Miranda gritou de volta e Chris resmungou algo indecifrável.

— Se eu gritar mais alto o meu pai escuta? - Perguntou para mim e eu ri.

— Vai logo, Chris. - Retruquei, tirando minhas pernas de seu colo e me sentando direito no sofá.

Ele revirou os olhos e se levantou contrariado do sofá. Balancei a cabeça enquanto ria e voltei minha atenção para a TV, só para ser interrompida por gritos de animação. Eu ouvia alguns "Cara!" "Fala viado", e me perguntei quem era. Arrisquei olhar para o corredor e vi que Chris estava voltando. Ele e mais alguma pessoa, conversavam audivelmente enquanto vinham em direção à sala. Assim que eles entraram no cômodo, Chris sorriu para mim.

Just FriendsWhere stories live. Discover now