Capítulo oito

3.5K 271 11
                                    

  Fui pra minha sala, fiquei pensando e percebi que nunca perguntei ao Williams o que ele realmente fazia, qual era sua função na empresa. Na verdade foi aí que me toquei que era sempre ele que fazias as perguntas, eu nunca havia perguntado a ele nada sobre sua vida pessoal, não diretamente.
  Alguém bate na porta me tirando do mundo da lua
-Sr.a Hater, sou eu Cárter, vim saber se você já analisou meu projeto.

-Ah sim, sente-se aqui- o chamei pra mostrar minha considerações sobre o seu trabalho. Peguei e o mostrei apontando os pontos onde ele precisava corrigir.
- Olha aqui podemos ver... - expliquei tudo.

  Depois de alguns minutos explicando ele se retirou e Hellen entrou na minha sala, me oferecendo café e eu aceitei, assim que terminou pus-me de volta ao trabalho. Chegou a hora do almoço, topei com Hellen no elevador e a convidei pra me acompanhar durante o almoço, conversamos sobre coisas aleatórias da vida, contei o que aconteceu com meu carro, e ela disse que sentia muito... Dado o término da hora do almoço, voltamos para o escritório, hoje tinha muito trabalho, então durante a tarde me dediquei somente a resolver as coisas do serviço, esquecendo por aquele momento que eu estava sem carro, que consequentemente teria que voltar à pé... Enfim, de todos os meus problemas, mas no entanto deu a hora de ir pra casa larguei o que ainda restava pra fazer, fui arrumar minha bolsa, e me prepar física e emocionalmente pra ir pra casa à pé, fisicamente por que o caminho é longo e estou de salto, emocionante por que terei muito tempo pra pensar.
  Fui em direção ao elevador, coloquei para descer para o meu andar, e quando ele chega e abre a porta dou de cara com Williams novamente.

-Você me persegue - disse ele brincando.

-Acho que é o contrário - sorri fracamente e entrei.

-Já conseguiu resolver o problema do seu carro? (não era problema, era só falta de gasolina mesmo)

-Não - disse somente e dei um sorriso meio sem graça.

-Vai me dizer o que tá acontecendo agora ou não? - perguntou

- Só se você me obrigar- disse.

  A Porta do elevador abriu, já estávamos na saída.

-Tchau seu João-falei sorrindo.

-Boa noite- falou Williams à ele o mesmo assentiu com a cabeça.

-tchau Izzie, boa noite senhor "PHILLIPS" -Ouvindo isso, estranhei mas nem me toquei.

  Williams continuou o rumo da nossa conversa.

- Estou obrigando-a agora -falou.

-Não mesmo.

-Espere, você vai a pé? aceite ao menos uma carona- falou quando me viu indo em direção à rua.

-Já aceitei sua carona ontem, muito obrigada, mas hoje não, não precisa se incomodar- ele ainda estava me seguindo.

-Não é incômodo algum, vamos comigo- pegou no meu braço.

-Tá tá, tudo bem, só por que não estou afim de dar folga pra minha mente.

-Hã? - perguntou ele sem entender.

-Nada não, o resto da frase estava falando comigo mesma- disse, ele me olhou de lado.

-Você é doidinha- sorriu como se gostasse disso.

  Fomos em direção ao seu carro, hoje ele não abriu a porta pra mim.

-Ah não vai abrir? - falei parando na porta.

-Não não, ontem foi só o privilégio do primeiro dia - sorriu

-Aah bom - sorri e entramos no carro -agora você terá que abrir ou então eu não vou - cruzei os braços.

-Sério isso? - sorriu - eu vou ter que me humilhar pra alguém aceitar minha ajuda?

-Primeiro não vai se humilhar, vai ser cavalheiro, segundo não é alguém, sou eu!- dei uma piscadela e ele se acabou de rir (fiz pra fazer graça mesmo)

-Juro que eu não te entendo- falou ele vindo em minha direção pra abrir a porta - ontem brigou, e hoje me obriga fazer - apenas sorri

  Entramos, ficamos em silêncio enquanto ele saia do estacionamento, quando ele posicionou o carro na rua ele quebrou o silêncio.

-Então, com hoje já são duas caronas, acho que você poderia fazer o favor de confiar em mim e dizer o que está acontecendo.

-Nossa, duas caronas e já está se achando meu Bff. -sorri pra descontrair.

-Engraçadinha, anda, desembucha - falou.

-Você é insistente né?

-Nem imagina o tanto- sorriu

-Tá tudo bem, vou contar- falei e me calei.

-Sim?! estou esperando - fez uma cara de interrogação.

-Tá espera rum, deixa eu ver por onde começo.

-Que tal do começo? - falou ele

-engraçadinho - revirei os olhos- Bom, ontem meu carro não estava quebrado - olhei pra ele e ele fez cara de quem não entendeu - é que eu esqueci de colocar gasolina, eu sempre esqueço, e quando eu desci pra ir a pé, acabei esquecendo de pegar a chave, a mesma ficou na ignição, você me levou pra casa e assim que cheguei lá pedi à uma amiga que fosse buscar meu carro, e quando ela chegou lá, ele não estava mais.

-Izzie, como é que você esquece de tirar a chave da ignição?! - falou perplexo - isso já é automático Izzie, tirar a chave, sair do carro -falou como se fosse óbvio - E o que você fez depois?

-Bom eu fui na delegacia, e eles disseram que tentariam rastreia-lo, e que me manteriam a par de tudo, só que ele ainda não encontraram. Meu carro tem seguro, mas pra ele ser ativado eu preciso da confirmação de que vão ou não encontra-lo. Enquanto isso, eu estou a pé.

-Bom, pelo menos você fez algo certo, o seguro. Nunca se sabe o que vai acontecer.

-Ham ram - virei o rosto para ele não ver minha cara de culpa, mas ele viu.

-Quê? - perguntou, resolvi falar

-É que não foi eu que paguei o seguro, na verdade achei que nunca fosse precisar, foi meu pai, nem sabia que tinha.

-Caraca Izzie-falou mais despojado- você não dá uma dentro- tive que sorrir, ele falou com esse intuito mesmo, tentando me animar e me acompanhou no riso.

-me deixa - falei e continuamos a sorrir.

  Paramos em frente à garagem da minha casa.

-Já chegamos?- falei surpresa, ele me olhou como quem diz " o que você acha?" - besta- sorrimos.

-Se você quiser, amanhã posso te levar pela manhã.

-Não precisa, minha amiga tá dormindo aqui, ela me leva - sorri timidamente - mesmo assim obrigada.

-Ela vai te trazer no fim do expediente?-perguntou

-Bom, ela não pode.

-Então fechado, te trago amanhã -falou sem me dar oportunidade de responder.

-olha aqu... (Fui interrompida)

-Vai almoçar comigo amanhã? -Okay, nessa ele me surpreendeu.

-por que eu faria isso?-olhei com cara de difícil (como é cara de difícil mesmo? rsrs)

-por que eu te dei carona, por que eu nós somos amigos e amigos não deixa  o outro almoçar sozinho certo? - não me deixou responder - por fim e principalmente por que eu estou te pedindo- falou se aproximando, senti o hálito e o cheiro que saiu de seu corpo, fiquei deslumbrada, ele ficou me olhando, e se afastou, me deixando meio tonta.

-aah...é... - tentei responder, mais minha mente estava meio avoada, por fim disse...

  **Espero que tenham gostado do capítulo, vamos à continuação. Beijos..**

Meu querido chefe (EM PAUSA PARA FINALIZAÇÃO)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora