Estava concentrada e pronta, mas acho que foi demais para mim, pude ver um raio de luz, mas acabei sendo puxada de volta, dessa vez não cai no sono ou me concentrei novamente, faltava algo ali e pude ouvir algo apitar, mas algo parecia muito acelerado dentro de mim. Algo parecia estar muito errado e não me sobrava mais força alguma, eu estava ali de algum modo, mas não do modo planejado. O raio de luz não parecia ser mais o mesmo e eu senti um frio inexplicável, o cenário não era o mesmo e isso me assustava mais do que a escuridão que havia passado à me encontrar.

Eu vou...

Mas algo me puxa mais uma vez, dessa vez para o mundo, para o quente e familiar.

Puxo todo ar que de algum modo havia escapado. Meu corpo está rígido e minha boca aberta buscando todo aquele ar que eu precisava, mãos fechadas em punhos e os olhos que eu havia lutado tanto para abrir se arregala de um modo assustador, pareciam mais pular para fora com o meu desespero em respirar.

Mas o local é claro demais e quando consigo puxar todo o ar, volto à relaxar meu corpo no lugar confortável. Estava de olhos abertos mas era como não ver nada, era claro demais e doía, então os fechei.

Nada me deixou voltar ao escuro de antes, pude escutar coisas se movendo e pessoas falando, mas aquilo tudo havia me custado muito, ouvia meu nome ser chamado, e mesmo estando ali, não abri meus olhos não queria forçar meu corpo à algo que ele não fosse aguentar mais.

Alexssandra... —com o chamado tão doce e familiar consigo abrir um dos olhos e o outro um pouco.

A sensibilidade do meu corpo estava voltando aos poucos e com ela algumas dores.

Segui a voz virando um pouco o pescoço e lá vi algo que nunca imaginei que veria em toda minha vida.

Sebastian com os olhos cheios de lágrimas.

Segurava minha mão forte que chegava a doer.

Mas a dor em algumas partes do corpo só faziam aumentar e passei do Sebastian ao meu corpo. Nem tudo estava tão claro, mas eu podia ver uma coisa branca no meu braço que doía, mas não tanto como outros lugares. Meu rosto ardia e minhas pernas pareciam formigar de tanta dor.

Não consegui assimilar muito bem tudo aquilo.

O que estou fazendo aqui? —murmurei e nem eu consegui entender direito.

Sebastian limpa as lágrimas que desciam por seu rosto e sorri.

Segurava minha mão esquerda sem soltar e não parava de olhar para mim por um segundo.

Até que se curvou sussurrando algo em meu ouvido, mas eu havia acabado de acordar, mal entendi, minha visão voltava aos poucos e a luz do lugar estava parando de encandear meus olhos. Fechei os olhos por algum tempo esperando tudo ao meu redor se acalmar, aquele barulho foi cessando, havia uma ou duas pessoas estranhas no quarto quando abri meus olhos novamente à procura do Sebastian, mas ele... Havia sumido.

Então percorri o quarto à sua procura, o lugar era totalmente branco e então me dei conta de que era um hospital.

Com os olhos no canto do quarto observo um pouco desfocado minha mãe se mexer, mas eu não estava me sentindo nada bem para me manter à procura de alguém que já havia se mandado e então encostei novamente no travesseiro fofinho.

Ela anda devagar até mim, e eu queria sorrir, mas não conseguia.

— Está sentindo alguma dor? —uma voz um pouco familiar pergunta e eu viro devagar a cabeça para saber quem é.

Cabelos loiros... Um topete... Eram as poucas coisas que eu conseguia enxergar bem.

Mas eu conhecia bem aquele cabelo.

A Conveniência do CasamentoWhere stories live. Discover now