CAPÍTULO 145 - San Diego

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E não pensem que só porque é filhinho de papai que esse Cristiano não passa perrengue... Confiram só a encruzilhada que eles estão...

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**Cristiano**

A primeira semana da Camila foi tensa na faculdade. Eu a acompanhei todos os dias até lá. Mesmo assim, ela tava insegura com as matérias, bem diferentes das da faculdade dela. Fora a língua, de longe a maior dificuldade.

Consegui uma autorização pra assistir as aulas com ela naquela semana, o que facilitou muito a nossa vida, já que a tarde, quando voltávamos pra casa, eu podia repassar com ela o que rolou de matéria, até que ela se acostumasse.

Quinta-feira, a Mila já tava bem mais ambientada com o lugar e, principalmente, com o Inglês.

A grade de aulas dela era especial, pois ela começava o período letivo atrasado, já que nos mudamos no fim de fevereiro, além dela ter que cursar algumas matérias de equivalência, obrigatórias pela Universidade de San Diego, mas que não existiam na grade curricular da faculdade dela, em São Paulo. Por isso, a Mila teria as aulas normais pela manhã e aulas extras à tarde, às segundas, terças e quintas.

Era pesado pra ela, que tava acostumada a estudar em um só período, mas bom pra se adaptar melhor ao ritmo da nova escola e ocupar o tempo, já que eu trabalharia o dia inteiro.

***

No meu primeiro dia no trabalho, o CEO veio até minha mesa me cumprimentar pessoalmente. Recepção meio pomposa pra um analista financeiro na base da cadeia alimentar da Automatique. Mas, beleza... Só deveria fazer meu trabalho e entregar os resultados esperados, que tava tudo certo.

Com a Camila tudo continuou bem na faculdade. Fez amigos rápido, se acostumou de vez com o ritmo das coisas... Apesar de ainda pastar com o inglês de vez em quando. À noite, dei uma força pra ela no primeiro mês inteiro, revisando as matérias, e tiramo de letra essa fase de adaptação.

A gente tava levando uma vida bem boa por lá... Sem luxo, mas que não faltava nada. 

***

No começo do segundo mês, minha mãe vaio nos visitar. Sozinha, sem dr. Alberto.

Chorou, se descabelou, pediu pra gente voltar logo, cobrou netos, matou as saudades e, por fim, ainda encheu a nossa casa de cacarecos inúteis, que pra ela era incompreensível a gente viver sem.

Cada dia que eu chegava do trabalho, tinha uma novidade da dona Valentina... Vasos de flor (com a flor); taças de cristal; lençol egípcio; garrafas de champanhe e vinho francês pra ocupar a adega que ela também adquiriu sem autorização; hometheater; computador (a gente tem laptops, mas ela ignorou esse fato); kit banheiro com xampu, sabonete, sabão de banheira, mais uns dez frascos que eu não fazia ideia pra que serviam... E por aí vai...

Pensei em tretar, mas a Mila me segurou. E com razão... Não valia a pena entrar em conflito com dona Valentina. Ela passaria dez dias com a gente, tava morrendo de saudades e, como sempre, não fazia por mal.

***

Seis semanas na Automatique e meu chefe me chama pra comunicar sobre uma inesperada promoção pra gerente de vendas. Estranhei, já que eu tinha um contrato por tempo limitado com eles. Mas encarei numa boa. Afinal, sempre procurava superar expectativas e entregar além do que me pediam.

Refiz o contrato, agora como gerente de vendas, e toquei em frente. Estranho é que os seis meses de vigência não foram alterados, apesar de eu me mostrar disposto a ficar mais tempo, já que a fase de adaptação, que era o mais difícil, eu e a Mila tiramos de letra.

(COMPLETO) Meu mundo é dela! - A história da Mila e do Kiko...Onde as histórias ganham vida. Descobre agora