CAPÍTULO 113 - Colinho da mãe...

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E a Mila busca conselho no colo da mãe. Se vai ser efetivo ou não... Só as próximas linhas vão nos dizer...

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**Camila**

Comecei a relatar pra dona Lúcia o episódio bizarro do sequestro.

Ela se assustou muito, principalmente quando disse que passei a noite em poder dos seqüestradores.

Expliquei que tudo correu bem, apesar do susto, e dei um desfecho pro sequestro pra começar a explicar o porquê do rompimento com o Kiko.

Enumerei as razões. Ela me ouviu com atenção. Mas eu precisava mais que isso. Precisava da minha mãe ali, comigo, dando conselhos, opiniões, força e o que fosse necessário.

— E está certa dessa decisão, meu amor?

— Não, mãe. — lógico, já chorava rios, recolhida nos braços da dona Lucia. — Mas eu não posso aceitar a relação deles, as imposições do pai. Não tenho estrutura pra ficar no meio disso. Muito menos, de ser o álibi em romper o relacionamento de um filho com o pai. Não quero carregar esse peso nas costas, mãe...

— Faço ideia, lindinha. — e beijava o topo da minha cabeça, enquanto deslizava os dedos pelo meu cabelo, carinhosa como sempre. — Mas, se você não voltar com o Kiko, talvez seja o caminho mais rápido pra ele se desentender com o pai. 

Nunca parei pra pensar nisso. Mas não deixa de ser uma possibilidade...

— Mesmo assim, mãe... Meu sogro manda em todo mundo. O Kiko é só mais um que come na mãe dele. Imagina o que dr. Alberto não pode fazer comigo?

— Todo relacionamento tem seus desafios, filha. E o que vai fazer vocês superarem as dificuldades é o amor que sentem um pelo outro. Tenho certeza que o Kiko vai conseguir lidar com o pai, conforme o tempo passar. Isso é parte da maturidade que vem com a vivência. Afinal, ele tem só vinte e três anos, não é mesmo...?

Dona Lúcia é inegavelmente o poço sem fundo das razões.

— Você está passando por esse processo também, lindinha. Mesmo que não se dê conta disso. Veja o quanto amadureceu desde quando foi morar sozinha em São Paulo? Pode não ser tão claro pra você, mas pra mim, pro seu pai, seus irmãos, é mais do que visível. Isso é algo que esperávamos que acontecesse quando concordamos que você fizesse faculdade em São Paulo.

— Acho também que um dia ele ainda vai aprender a lidar com o pai. Mas não sei se o suficiente pra tratar meu sogro de igual pra igual. Esse é o meu medo.

— Eu posso apostar que sim. E sua mãe geralmente não se engana, não é verdade...?!

Eu sorri pra ela. Depois, permaneci quieta.

Mãe sempre faz a gente parar pra pensar quando dá conselhos.

Mas, sei lá... Essa relação entre o Kiko e o pai e a postura do meu sogro me deixam bem insegura.

E, pra complicar... Minha mãe é fã de carteirinha do meu ex.

Honestamente, não sei o quanto isso influencia na opinião dela. Afinal, o Kiko é o genro que toda sogra que habita o planeta Terra pediu ao Céus, né?

Será que ela tá sendo tão imparcial quanto eu precisava que fosse?

Parecia haver mais dúvidas que conclusões na minha cabeça.

De qualquer jeito, só o colinho da dona Lúcia já valeu a luta pra eu conseguir chegar até São José.

(COMPLETO) Meu mundo é dela! - A história da Mila e do Kiko...Where stories live. Discover now