CAPÍTULO 114 - E outra vez a noite é uma criança!

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E hoje, tem alguém literalmente na pista por aqui... Será que agora ela se atira de vez na vida de solteira e se deixa levar...? ;-)

Vamos ver... ;-)

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**Camila**

Fim da tarde, recebo uma ligação inesperada da Gabi, minha prima.

Parece que leu os meus pensamentos com o convite que tirou da cartola pra mim...

Noite firme, estrelada, temperatura ideal... E lá estava a Camila "mulher-independente" mais Gabi e Melissa, livre como um passarinho. 

Fui intimada a sair com elas pra lembrar os velhos tempos da nossa adolescência e, lógico, aceitei o desafio sem pensar duas vezes.

Nem contei o quanto eu precisava daquilo. Não queria mais duas pessoas se metendo na minha vida com conselhos, palpites e o que mais fosse...

E ali, dentro da Cubalibre, a balada mais bacana de São José, não havia Cristiano, seguranças, amigas da faculdades, amigos dele, olheiros, bisbilhoteiros, fofoqueiros... Nada! 

Era eu, no meu território, minhas duas cúmplices e a lua de testemunha.

Segundo a Lei da Atração, as coisas acontecem quando você menos espera. Ou seria a Lei de Murphy?

Sei lá... De certeza aquela noite, a primeira era que eu iria me jogar de cabeça e lavar a alma. A segunda é que eu me divertiria até cansar ou o sol raiar, o que ocorresse primeiro. A terceira, sem peso na consciência. E, por último, Marcelo... — aquele mesmo, paixonite minha da adolescência — não tirava os olhos da mulher independente aqui, um segundo sequer.

Flashaback? Confesso que até me entusiasmava com a possibilidade. Afinal, ele parecia sozinho e continuava bem apresentável, pra usar o eufemismo.

Cabelo pra trás, muito mais encorpado, em seus quase dois metros de altura, que da última vez que o vi, cara de homem e o mesmo sorriso cativante, acho que desde que nasceu. 

Marcelo foi estudar medicina em Campinas, um ano antes de eu ir fazer faculdade em São Paulo.

Desde então, não nos vimos mais. Ele mal voltava pra São José e eu, quando voltava, quase nunca saía pra balada.

Gabi contou em algum momento que ele tava namorando. 

Pro que eu tinha em mente, sinceramente, pouco me importava o estado civil do bonitão. Aqui, no nosso território, éramos eu, ele e nada além das fronteiras geográficas de São José.

Sorri pra ele, que só esperava a deixa, fazendo a aproximação sem perder tempo.

— E ai, Celo? 

— Oi, Cacá? Quanto tempo, não?

— Pois é... — papinho de aranha?! Imagina... Três vezes mais manjado que isso, no mínimo.

— E como tá em São Paulo?

Blá, blá, blá, blá... Sem novidades, a conversa parecia prescrita num roteiro. E do lado dos dois.

Ele me contou tudo que se passava; a faculdade, como era viver em Campinas... Enfim... Tudo.

Eu também passei um bom relatório da minha vida paulistana pra ele, não deixando de mencionar meu passado a dois. Mas omitindo até onde eu cheguei... Já que quase fui parar no altar.

Vontade não faltava. Acho que de ambos...

Certo momento, mãozinha na cintura, conversa fiada ao pé do ouvido, lábios despretensiosos roçando a pele do rosto, sorrisos, elogios. 

Marcelo ficou bom mesmo em encantar uma mulher com sua lábia. Ou ele falava a verdade. Sei lá...

Mas fato é, o homem me pôs num pedestal com tanto elogio, que tava me sentindo a própria encarnação de uma deusa do Egito antigo.

Pelo menos, nesse quesito, ele não deixava em nada a desejar pro meu ex. 

Por que eu fui lembrar?! Caramba, Camila! Controla esse cérebro traíra. Seu foco tá aí na sua frente, garota!

O duro é que o nome já surgiu na cabeça. O nome, a pessoa e o passado inteiro... Até esse sábado, que começou com um beijo arrancado à força, depois de eu quase cobrir a cara do desalmado com um tapão.

Mas e o amor? A consideração? A saudade...?

Além do peso na consciência, é claro... Afinal, nunca fiquei com dois em menos de vinte e quatro horas.

Ai, ai, ai, Camila!

Bom... Tecnicamente, eu não beijei o Cristiano. Fui agarrada.

Tá bem..! Eu correspondi. Mas, se não fizesse, também não escaparia, na força que ele me pegou.

Sei lá...

Enquanto eu afundava meu cérebro no dilema, Marcelo segurou meu rosto e começou a espalhar beijinhos no pescoço. Sem pressa e com muito respeito.

Ai-MeuPai! Não sei se choro, grito socorro ou se comemoro.

E a intensidade dos afagos aumentava exponencialmente.

Deus-do-Céu... Será que ainda consigo escapar...? Ou pior! Será que quero escapar...?

Pânico e vontade saíam no tapa dentro de mim...

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E aí, meus amores? A Camila beijou ou não beijou o Marcelo, hein? O que vocês acham...?

Contem pra mim...

(COMPLETO) Meu mundo é dela! - A história da Mila e do Kiko...Onde as histórias ganham vida. Descobre agora