CAPÍTULO 101 - Rendendo-se ao fascinante dr. Alberto Nunes

1.5K 203 17
                                    

Aqui continua o drama da delegacia. Mistério e atitudes sem explicação ainda permeiam no ar.

O que tá sendo tramado, hein? Logo vamos descobrir...

..........................................................

**Camila**

Depois de mim, foi a vez do meu gatinho depor.

Eu voltei pro mesmo banco que tava com ele e fiquei lá, quieta, isolada, na minha.

Meu sogro seguia conversando com Arthur e o advogado no outro canto da delegacia, meio afastados de mim.

Após uns minutos, cada um começou a falar no celular. Percebi que dr. Alberto conversava com dona Valentina. Só pela metamorfose na feição dele, não podia ser outra pessoa...

Ele também me encarava de canto de olho o tempo inteiro, por trás dos óculos, enquanto falava ao telefone. Não parecia com raiva de mim, nem nada. Pelo contrário. Acho que até vi um raro sorrisinho solidário. Bem discreto. Mas ele tava ali... De certo, sentia pena de mim. Sei lá...

Eu continuei na minha, imóvel, e evitei olhar pra ele de novo.

Na real, eu tava com muita raiva do meu sogro, só de vê-lo interagindo e participando de reuniões misteriosas com essa criminosa, o pai bunda-mole dela e o advogado tosco.

Sei lá o que tá rolando... É tudo tão indecifrável... Ninguém falava comigo, além do meu gatinho. E, pra completar, a possibilidade desse advogado-do-diabo conseguir livrar a cara da Samara não era nada remota.

Após uns dez minutos, assim que desligou o celular, dr. Alberto se aproximou de mim com um copo d'água e me ofereceu.

— Obrigada. — peguei o copo da mão dele, sem olhá-lo nos olhos, enquanto ele se ajeitava no banco do meu lado.

— Está tudo bem com você, Camila? — parecia preocupado.

— Tudo sim... — não me prolonguei.

— Foram eles que te machucaram? — e apontou pro corte no meu braço.

— Não. Acho que me cortei na hora do tiroteio, mas nem me lembro... Pelo nervoso.

Ele expiou o ar com força pelo nariz, quase sem querer, e não disse mais nada. Parecia pensar em algo acalentador. Talvez achasse que me devia isso. Sei lá...

O que sei é que, desde que pusemos o pé na delegacia, há mais de três horas, era a primeira vez que ele me dava alguma atenção, já que o resto de seu "precioso" tempo, ele dedicou praquela sem-noção e pro pai bunda-mole dela.

A real é que nunca dá pra saber o que se passa na cabeça do meu sogro, mas que ele tava totalmente pacífico e desarmado, ali, comigo, naquele instante, isso ele tava. Sem nenhum sinal do seu típico distanciamento, tampouco da soberba.

— Eles te fizeram mal? — e rompe o breve silêncio com outra pergunta.

— Fora o sequestro...? — torci os lábios de desgosto, inconformada com a redundância da pergunta.

— Claro... — acho que ele se deu conta da gafe, devolvendo-me um meio-sorriso solidário. — Mas não chegaram a encostar em você?

— Não.

— Você ficou onde?

Respondi brevemente. Não tava a fim de falar do sequestro. Aliás, de falar de qualquer coisa com ele.

Mas dr. Alberto não seria quem é, sem o divino dom da lábia.

Aos poucos e me deixando bem à vontade, ele começou a jogar perguntas no ar, sem me forçar a nada. Eu respondia de pouco caso no começo.

Ele me escutava com atenção, dava opiniões. Sempre sereno e incrivelmente gentil.

Honestamente, nem parecia o temível dr. Alberto Nunes.

Num dado momento, chegou a acalmar-me com a mão no meu ombro e palavras de conforto, quando comecei a chorar. Eu não queria chorar na frente dele, mas era ruim demais lembrar de tudo.

Sem me dar conta, acabei envolvida por sua admirável técnica de persuadir sem se deixar notar. Quando dei por mim, já tinha relatado tudo que aconteceu. Desde que fui pega perto da Escola até o presente momento.

Dr. Alberto era a primeira pessoa pra quem eu contava a história inteira, além do Osvaldo e do Augusto. Antes até do Cristiano.

***

Ao fim do depoimento do meu marido, Osvaldo nos chamou na sala pra anunciar que a gente tava liberado.

— Vocês voltam comigo, Cristiano. — dr. Alberto comunica.

E nem tínhamos outra alternativa. Cardoso ficaria pra trás pra acompanhar Joel, que teve que ser hospitalizado por machucar a perna, quando se atirou dentro do carro do Kiko, pra evitar que a Samara fugisse.

O Kiko, por tabela, teve sua "nave-espacial" destruída pela doida.

E eu... Bem... Eu nem queria lembrar como fui parar naquela cidade.

Mas a maior "surpresa" do dia ainda tava por vir...

(COMPLETO) Meu mundo é dela! - A história da Mila e do Kiko...Où les histoires vivent. Découvrez maintenant