Capítulo 17

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Henrique

- Você tem certeza disso? - Rian perguntou sentando-se a minha frente.

- Sim, eu preciso de Laura longe e quero desfazer essa sociedade.

- Você sabe, vai pagar a multa de rescisão do contrato. E não é nada barato.

- Eu sei disso, mas estou seguro do que quero.

- É meio milhão acordado por ambas as partes. Como o furo no contrato vem da sua parte o senhor deve pagar o meio milhão para o senhor Stantom.

- Estou ciente. – Murmurei.

- Eu vou fazer uma petição expondo as suas razões e a sua disponibilidade em pagar a multa e mandarei para o advogado dele. O que devo alegar?

- Coloque divergências no trabalho, falta de produção. Até agora ainda não desenvolvemos ou lucramos nada com essa parceria. – Disse e Rian assentiu.

- Vou preparar tudo e depois retorno com as noticias.

- Obrigada.

- Boa sorte meu amigo. – Sorriu.

- Vou precisar...

Laura me fez um grande favor de sumir o resto do dia. Tudo parecia calmo em casa quando liguei e parecia que enfim as coisas se acalmariam pelo menos por um dia. Mas como sempre, eu agradeci cedo demais.

"Senhor". – Rafaela murmurou no telefone.

"Pode falar". – Suspirei.

"Ligaram da escola de Lila".

"O que houve?"

"Parece que ela... Ela brigou na escola. Pediram que alguém fosse até lá".

"Eu estou indo".

Levantei da mesa pegando meu celular, carteira e chave do carro e sai da minha sala tentando não me estressar tanto antes de chegar lá. Eu consigo entender que Lila esta passando por uma fase difícil, mas isso não é motivo para sair por ai batendo nos colegas da escola.

O transito como sempre não ajudava muito já que no centro o trafego era sempre intenso. Lila havia parado de me dar trabalho a um bom tempo, mas parece que as férias haviam acabado e ela estava disposta a se rebelar novamente.

"Corte o mal pela raiz".

Miranda sempre dizia isso, quando Moly tentou fazer birra sobre os legumes no almoço Miranda foi firme e fez ela se diverti até mesmo com as cenouras em tiras.

Vamos lá, se Miranda consegue eu também posso consegui. Droga será que é tarde para ligar pra ela?

Paro o carro em frente à escola e desço travando o mesmo seguindo para dentro. Logo a inspetora vem ao meu encontro.

- Posso ajuda-lo?

- Eu sou o pai da Lila, pediram para busca-la. – Informei.

- Claro, me acompanhe, por favor, ela esta na diretoria. – Disse e assenti seguindo atrás dela.

- Senhor Marchal. – Começou a diretora ao meu cumprimentar.

- Olá senhora Davies, eu vim assim que soube. – Murmurei.

- Ótimo, vamos entrar, temos que conversar sobre Lila.

- Claro. – Assenti. – Vem filha. – Chamei pegando sua mochila e Lila passou por mim emburrada.

- Então, eu não gostaria de chama-lo aqui, mas há um tempo Lila vem apresentando um comportamento um pouco inaceitável, mas dessa vez ela realmente agrediu uma aluna e eu não poderia deixar essa passar.

- Eu entendo, é claro, você fez certo. Ela não me contou nada e nem me disse que estava com problemas na escola.

- Ela agrediu uma aluna durante o intervalo e se recusa a me dizer o que aconteceu. Segundo a coleguinha ela falou mal da mãe dela ou algo assim. Eu já dei uma advertência à outra aluna que saiu com um nariz quebrado.

- Nariz quebrado?! – Perguntei alarmado.

- É sua filha foi certeira no soco que deu.

- Lila!

- Foi culpa dela pai! – Ela enfim se pronunciou.

- O nariz dela quebrar foi culpa dela? – Perguntei.

- Ela falou da minha mãe, disse que a mãe dela sabe que a minha é uma aproveitadora. – Murmurou.

- Como assim Lila? – A diretora perguntou.

- Ela disse que minha mãe só ficou com o senhor para ter a empresa que tem hoje, que a mãe dela disse que ela era uma aproveitadora, ai eu bati nela.

- Você não pode bater nas pessoas Lila, não importa o motivo. Sempre alguém irá falar alguma coisa, mas violência não é a resposta. Nunca. – Disse e a diretora.

- Você não sabe. – Lila respondeu.

- Filha! – Repreendi.

- Eu tenho algo para recomendar a Lila, ela esta se mostrando uma criança um pouco sobrecarregada e até mesmo aborrecida esse último dias, eu recomendo que leve Lila até um especialista.

- Especialista?

- Um psicólogo? – Perguntei.

- Isso, talvez ela precise de alguém para conversar, às vezes com os pais ou conhecidos é mais difícil. – Murmurou e olhei para Lila que balançava a cabeça em negação.

Essa mulher realmente não conhece a Lila. Eu bem que gostaria de negar, mas ela tem um pouco de jeito da mãe e acho que esse é o meu maior problema agora.

Ou mais um dos meus incontáveis problemas.

- Tudo bem, eu levarei Lila em um. – Disse suspirando.

- A mais eu não vou mesmo. – Resmungou baixinho e suspirei. Isso seria difícil, mas ela iria sim, eu sou o pai e devo tomar as rédeas como tal.

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Capítulo novinho pra vocês, ainda estou me recuperando dessa gripe brava, então fiz o máximo que pude. Espero que gostem meninas. Abraços :)

Decontrol. ( Segunda temporada de Controller. )Where stories live. Discover now