Capítulo 10

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Henrique

Com toda a sua postura minha mãe sentou na cadeira ao meu lado e olhei para ela.

- Esse lugar deve estar reservado para alguém. - Murmurei.

- Simone me colocou aqui, um amor de garota. - Disse pousando sua bolsa em cima da mesa. Miranda se levantou pedindo um minuto e saiu para falar com Simone.

- O que você veio fazer aqui? Isso aqui não tem nada com você. - Afirmei e a mesma sorriu.

- É a empresa do meu adorável Ex marido, é claro que eu viria. - Disse pegando uma taça de champanhe e me virei para frente decidindo ignora-la.

...

As peças estavam sendo apresentadas por Miranda e Simone, estavam todas perfeitas e toda vez que Miranda se pronunciava minha mãe soltava um suspiro de reprovação.


- Pelo amor de Deus, para de grunhir. – Pedi entre dentes.

- Ai filho, se apenas Simone estivesse lá seria melhor, não acha?

- Já desencantou da Pietra? O que foi brigaram? – Ironizei.

- Ela esta noiva de um magnata russo, que desilusão viu?

- Você é a única louca, que não sabe seguir em frente.

- Ei! Eu sei sim, por isso quero que você fique com a Simone e não mais com a Pietra.

- Mas eu vou ficar com a Miranda, então se acostume com a ideia.

- Nunca. – Murmurou e suspirei balançando a cabeça em negação.


Miranda

Depois de apresentar as peças da nova coleção, o jantar começou a ser servido. A comida estava ótima, mas uma mesa com Simone e Anne tornava tudo mais difícil de engolir.

- Estava pensando em passar minhas férias em Aspen, o que acha de vir junto meu filho? – Perguntou para Henrique.

- Você esta sempre de férias mãe, eu tenho trabalho.

- Você é dono da empresa, Simone poderia vir também, tenho certeza que Miranda liberaria.

- Creio que não. – Disse tomando um gole do vinho.

- Por quê?

- Bom, temos muito trabalho com a nova coleção, e um trabalho de verdade não te dá férias todos os meses apenas porque é amiga da família. – Afirmei.

- Pois deveria. – Disse cortando seu bife.

- Creio que a senhora não teve muitas experiências com trabalho de verdade, pois então saberia que não, eu não deveria. – Respondi e Henrique acariciou minha coxa na tentativa de me acalmar.

Anne me fazia perder rapidamente o meu controle, o que era uma droga diante da sua cara de cínica.

- Bem, então quando Simone tiver férias, vamos para Aspen.

- Podem ir para o inferno também. – Murmurei baixinho e Henrique se engasgou com o vinho tentando disfarçar seu sorriso.

- Na verdade você sabe Miranda, nunca de fato nos demos bem, saiba que não é apenas porque me deu uma neta que gosto de você, Laura também me deu uma, e até hoje nunca gostei dela. Tanto que esta presa.

- Mãe. – Henrique advertiu e Lila direcionou seu olhar cabisbaixo para a comida.

- Verdade seja dita Henrique, você nunca escolheu bem, por que ficar com uma brasileira quando se têm europeias e americanas incríveis? Claro que Laura é uma exceção, a mulher é louquinha.

- Mãe, por favor, não precisa ficar falando da Laura.

- Por quê? Lila querida, aceite, sua mãe é louca.

- Pelo amor de Deus, cala a boca. – Pedi olhando para ela e Anne se calou surpresa. – Não abra mais a boca essa noite, para falar de Aspen, nem de Laura e muito menos de férias, de preferencia, não abra a boca.

Lila afastou sua cadeira se levantando e correu em direção aos banheiros. Henrique fez menção de se levantar e o parei com a mão.

- Mas--

- Eu vou você não pode entrar no banheiro feminino de qualquer maneira. – Disse me levantando e sai da mesa.

Caminhei pelo salão acenando para algumas pessoas até chegar ao banheiro e entrei no mesmo. Havia apenas uma porta fechada e bati na mesma.

- Lila?

- Estou bem. – Disse com a voz abafada.

- Abre, por favor. – Pedi.

- Ela esta certa, minha mãe é louca. Molly tem sorte em ter você como mãe.

- Querida, não, saia dai, por favor, vamos conversar direito. – Pedi e depois de alguns segundo a porta foi destrancada.

- Eu odeio a minha avó. – Murmurou chorosa e a abracei.

- Lila, sua avó é muito mais louca que a sua mãe, entenda isso, você não deve levar em consideração nada que ela te disser. Dizem que vó é sempre nosso modelo de vida, mas jamais querida se inspire nela, ou deixe que algo que ela diga te afete, ela é assim e como eu aprendi, você também aprenderá a conviver com isso.

Lila me apertou forte contra ela e acariciei seu cabelo.

- Muito obrigado Miranda.

- Pelo que querida?

- Por nunca desistir de mim, e por voltar para o meu pai. Nós dois precisamos de você, muito. Muito mesmo. – Afirmou e sorri.

- Eu estarei sempre por aqui querida, não importa quem queira me derrubar... Eu sempre vou levantar.

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Olá, me desculpem pela demora gente, mas espero que tenham gostado do capítulo e muito obrigada pelos 1k. Vocês são demais <3

Decontrol. ( Segunda temporada de Controller. )Where stories live. Discover now